Pesquisar este blog

sexta-feira






CAPITULO 1

1 e 2 - HÁ MUITO TEMPO, quando Israel era dirigido pelos juizes, um homem chamado
Elimeleque, que morava em Belém, em Judá, abandonou o pais por causa da fome, indo morar
na terra de Moabe. Levou consigo a esposa, Noemi, e seus dois filhos, Malom e Quiliom.
3 - Enquanto moravam em Moabe, Elimeleque morreu e Noemi ficou sozinha com seus dois
filhos.
4 e 5 - Os dois rapazes, Malom e Quiliom, casaram-se com moças de Moabe, chamadas Rute e
Orfa e ficaram juntos por mais ou menos dez anos. Depois disto, os dois rapazes também
morreram e Noemi ficou completamente só, sem o marido e sem os filhos.
6 e 7 - Ela decidiu voltar para Israel, deixando o território de Moabe, pois tinha ouvido que o
Senhor havia abençoado o povo judeu com boas colheitas! As noras foram junto com ela.
8 - Porém, quando já estavam caminhando de volta a Israel, Noemi disse às suas noras: "Por
que vocês não voltam para as casas de seus pais, em vez de irem embora comigo? Eu desejo
sinceramente que Deus recompense vocês duas por terem sido fiéis a seus maridos e a mim,
9 - e também dê a vocês outro casamento muito feliz." Noemi beijou suas noras e as três
começaram a chorar, cheias de tristeza.
10 - Mas as duas jovens disseram: "Não! Queremos ir com a senhora, viver junto com o seu
povo."
11 a 13 - Noemi respondeu: "Para vocês vale mais a pena voltar para seu povo. Eu não tenho
filhos mais novos, que poderiam vir a ser seus maridos no futuro. Não, minhas filhas; voltem
para suas casas, pois eu já sou velha demais para ter marido. E mesmo se eu tivesse marido,
e estivesse esperando filhos, vocês iriam esperar até que eles crescessem? Não, é claro que
não, minhas filhas; ah, como o meu coração dói porque o Senhor me castigou de tal maneira
que também feriu vocês!"
14 - Choraram juntas mais uma vez e Orfa se despediu da sogra com um beijo, voltando para
a casa de sua família; Rute, porém, insistiu em ficar junto com Noemi.
15 - "Pense bem", disse Noemi a ela, "sua cunhada voltou ao seu povo e aos seus deuses;
você devia fazer a mesma coisa."
16 - Mas Rute respondeu: "Não insista para que eu a abandone, pois quero ir aonde a senhora
for, e viver onde a senhora viver. Seu povo será o meu povo e o seu Deus será o meu Deus.
17 - Eu quero morrer onde a senhora morrer e aí desejo ser enterrada. Deus pode fazer o que
quiser comigo se eu deixar que alguma coisa menor que a morte me separe da senhora."
18 - Quando Noemi viu que Rute estava decidida e que não havia jeito de convencê-la a não ir
para Israel, deixou de insistir.
19 - E partiram. Quando chegaram a Belém, toda a vila ficou agitada. "Será que é Noemi
mesmo?", perguntavam as mulheres.
20 - Noemi, porém, lhes dizia: "Não me chamem Noemi. Chamem-me Mara," (Noemi significa
agradável; Mara significa amarga) "porque o Deus Todo-Poderoso me trouxe amargura.
21 - Eu parti cheia de alegria, mas o Senhor me trouxe de volta completamente vazia; por que
então vocês me chamam Noemi, quando Deus me voltou as costas e causou tanta desgraça? "
22 - Quando Noemi e Rute voltaram de Moabe e chegaram a Belém, a colheita de cevada
estava começando.

CAPITULO 2

1 - HAVIA EM BELÉM um homem muito rico, parente de Elimeleque. O nome desse homem era
Boaz.
2 - Certo dia, Rute disse a Noemi: "Talvez eu possa ir colher as espigas que sobram, no campo
de alguma pessoa bondosa. Noemi concordou: "Está bem, minha filha. Pode ir."
3 - Rute foi colher as espigas que sobravam e aconteceu entrar no campo que pertencia a
Boaz, parente de Elimeleque, o marido de Noemi.
4 e 5 - Boaz chegou da cidade enquanto Rute estava em sua propriedade. Depois de
cumprimentar os trabalhadores, perguntou ao capataz: "Quem é aquela moça?"
6 - "É a moça que veio de Moabe, junto com Noemi", respondeu o capataz.
7 - "Hoje de manhã ela me pediu para apanhar as espigas que os trabalhadores deixam cair e
não parou de trabalhar, a não ser para um pequeno descanso ali na palhoça.
8 e 9 - Boaz foi até onde estava Rute e lhe disse: "Olhe, minha filha, fique aqui para colher
conosco; nem pense em ir para outro campo. Siga atrás das mulheres que trabalham para
mim; eu já avisei meus empregados para não aborrecerem você; quando tiver sede, venha até
onde estão as vasilhas e beba à vontade."
10 e 11 - Muito emocionada, ela agradeceu a Boaz. "Por que o senhor é tão bom para mim?"
perguntou. "O senhor deve saber que eu não passo de uma estrangeira." "Sim, eu sei,"
respondeu Boaz, "e também sei de todo o amor e bondade que você demonstrou à sua sogra,
desde a morte de Malom, seu marido. Sei que você deixou seu pai e sua mãe, o seu país, e
veio viver entre estrangeiros.
12 - Eu desejo que o Senhor Deus de Israel, sob cuja proteção você veio se colocar, a
recompense por tudo que você fez."
13 - "Muito obrigada, senhor", respondeu ela. "O senhor foi tão bom comigo, e eu nem sou sua
empregada! Sua bondade toca o meu coração!"
14 - Na hora do almoço, Boaz chamou Rute e disse: "Venha e coma conosco." Assim, ela se
sentou junto aos trabalhadores e Boaz lhe deu o alimento, muito mais do que ela podia comer.
15 - Quando ela voltou ao trabalho, Boaz ordenou aos seus empregados que deixassem Rute
colher à vontade, sem incomodá-la,
16 - e que deixassem cair algumas espigas de cevada para Rute colher, sem fazer
comentários.
17 - Assim, Rute trabalhou o dia inteiro; à noite, depois de debulhar a cevada que colhera,
havia quase vinte quilos!
18 - Ela levou sua colheita à cidade e a entregou à sua sogra, junto com o que havia sobrado
de seu almoço.
19 - "Quanta coisa!" exclamou Noemi. "Onde foi que você colheu hoje? Graças a Deus por essa
pessoa que foi tão boa para você, seja ela quem for!" Então Rute contou à sua sogra tudo o
que tinha acontecido e disse que o dono do campo era Boaz.
20 - "Deus o abençoe! O Senhor continua a ser bondoso para nós como também foi para
nossos maridos!" exclamou Noemi emocionada. "Sabe, esse homem, Boaz, é um de nossos
parentes mais chegados, um nosso redentor!"
21 - "Bem", disse Rute, "ele me disse para voltar e colher junto com os seus empregados até
que terminem toda a colheita."
22 - "Mas isso é maravilhoso!" exclamou Noemi. "Faça o que ele disse. Fique junto com as
suas empregadas durante toda a colheita; lá você estará muito mais segura que em qualquer
outro campo!"
23 - Rute fez o que Noemi sugeriu, colhendo no campo de Boaz até o fim da colheita de
cevada e de trigo. E durante todo esse tempo, ficou com sua sogra.

CAPITULO 3

1 - CERTO DIA, NOEMI disse a Rute: "Minha filha, acho que está na hora de eu conseguir um
marido e um casamento feliz para você.
2 - Sabe em quem estou pensando? Boaz! Ele tem sido tão bom para nós, e é um parente
chegado. Fiquei sabendo que hoje à noite ele estará peneirando a cevada no terreiro.
3 - Faça o que vou lhe dizer: tome banho, perfume-se e vista a sua melhor roupa. Depois vá
até o terreiro mas não deixe que Boaz a veja antes de terminar a refeição.
4 - Preste atenção ao lugar em que ele vai se deitar; aproxime-se, descubra os pés de Boaz e
deite-se. Ele lhe dirá o que precisa acontecer antes do casamento.
5 - Rute respondeu: "Está bem. Vou fazer tudo o que a senhora me disse."
6 e 7 - E assim, naquela noite, Rute foi até o terreiro, seguindo à risca as instruções de sua
sogra. Depois de uma ótima refeição, Boaz foi se deitar, muito satisfeito, junto a um monte de
grãos. Caminhando silenciosamente, Rute se aproximou, descobriu seus pés e se deitou.
8 - De repente, lá pela meia-noite, Boaz acordou e sentou-se, espantado. Havia uma mulher
deitada junto a seus pés!
9 - "Quem é você?", perguntou ele, assustado! "Sou eu, senhor. Rute." Respondeu ela. "Casese
comigo, como manda a Lei de Deus, pois o senhor é meu parente chegado."
10 - "Deus a abençoe, minha filha!" exclamou Boaz. "Agora você está sendo mais bondosa
para Noemi do que foi antes. Naturalmente, você deveria preferir um homem mais jovem,
mesmo que ele fosse pobre. Apesar disso, você deixou de lado os seus desejos pessoais (para
dar um herdeiro a Noemi, casando-se comigo).
11 - Não se preocupe com nada. Eu vou cuidar de todos os detalhes para o casamento, pois
toda a cidade sabe que você é uma jovem maravilhosa.
12 - Existe um problema, porém. Eu sou seu parente redentor, mas há outro redentor que é
ainda mais chegado do que eu.
13 - Fique aqui durante a noite; hoje pela manhã eu vou procurá-lo e conversar com ele. Se
ele quiser se casar com você, está bem; que se case. Mas, se ele não quiser, eu juro pelo
Senhor que me casarei com você. Agora deite-se e durma até o amanhecer.
14 - Assim, ela ficou deitada aos pés de Boaz até pela manhã, levantando-se antes do sol
nascer, pois Boaz lhe havia dito: "Ninguém deve saber que uma mulher veio ao terreiro."
15 e 16 - "Dê-me a sua capa", disse Boaz a Rute. E Boaz colocou na capa quase vinte e cinco
quilos de cevada, como presente para Noemi, e a colocou às costas de Rute, que voltou à
cidade.
17 - Quando ela chegou em casa, Noemi lhe perguntou: "Conte, minha filha, o que foi que
aconteceu?". E Rute disse a Noemi tudo o que aconteceu e lhe deu a cevada, contando que
Boaz não quis que ela voltasse para casa sem um presente.
18 - Noemi, então, disse a Rute: "Espere um pouco, até ficarmos sabendo o que vai acontecer,
porque Boaz não vai descansar antes de resolver esse caso. E vai resolver ainda hoje."

CAPITULO 4

1 - NAQUELA MANHÃ, BOAZ foi até o mercado e lá encontrou o parente redentor de quem
havia falado a Rute. "ó fulano, vem cá", chamou, "preciso conversar com você". E se sentaram
para conversar.
2 - Boaz chamou dez homens importantes da cidade e pediu a eles que servissem como
testemunhas.
3 - Depois, disse ao seu parente: "Você Conhece Noemi, que voltou da terra de Moabe. Ela pôs
à venda a propriedade de Elimeleque, nosso irmão.
4 - Achei que devia falar com você sobre isso, para você comprar a terra, tendo como
testemunhas esses senhores dignos de confiança. Se você quiser, diga-me logo porque se não
comprar, eu comprarei. O direito de comprar a terra pertence a você, e depois a mim". O
homem respondeu: "Está certo. Eu comprarei a propriedade."
5 - Então Boaz lhe disse: "A compra dessa propriedade exige também o seu casamento com
Rute, a moabita, para que ela tenha filhos que recebam o nome de seu falecido marido e
herdem a terra."
6 - "Se é assim, eu não posso comprá-la", respondeu o homem. "O filho dela acabaria
herdando a minha terra também, você pode comprá-la."
7 - Naquela época, quando alguém transferia o direito de compra, era costume tirar o sapato e
entregá-lo à outra pessoa; assim o negócio era confirmado publicamente.
8 - Assim, ao dizer a Boaz, "Você pode comprá-la", o homem tirou a sandália.
9 - Boaz disse às testemunhas e ao povo que se tinha juntado à sua volta: "Como todos viram,
eu comprei de Noemi toda a propriedade de Elimeleque, Quiliom e Malom
10 - e também adquiri o direito de me casar com Rute, a moabita, viúva de Malom, para que
ela tenha um filho que leve o nome da família de seu falecido marido".
11 - Todas as pessoas ali reunidas e as dez testemunhas confirmaram: "Somos testemunhas.
Que o Senhor faça essa mulher, que hoje se torna parte de sua família, tão fértil quanto Raquel
e Lia, das quais descendeu toda a nação de Israel! E que você seja um grande homem, muito
famoso em Belém.
12 - Desejamos que através de seu casamento com Rute, o Senhor lhe dê uma família tão
grande e ilustre quanto a de nosso antepassado Perez, o filho de Judá e Tamar".
13 - Assim, Boaz e Rute se casaram; e depois de algum tempo, o Senhor permitiu que ela
tivesse um filho.
14 - As mulheres de Belém disseram a Noemi: "Louvado seja Deus, pois Ele deu um netinho a
você. Desejamos que ele seja famoso em Israel,
15 - que devolva a você a juventude e que cuide de você quando chegar à sua velhice: ele é o
filho de sua nora, que a ama muito, que foi melhor para você do que sete filhos!"
16 e 17 - Noemi ficou tomando conta do menino, e as vizinhas disseram: "Depois de tanto
tempo, Noemi tem outro filho!" E deram a ele o nome de Obede. Este foi o pai de Jessé e avô
de Davi.
18 a 22 - Estes são os parentes mais importantes de Boaz, começando com seu antepassado
Perez: Perez, Esrom, Rão, Aminadabe, Naasom, Salmom, Boaz, Obede, Jessé, Davi

Nenhum comentário:

Postar um comentário