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sexta-feira

CAPÍTULO 25

1 e 2 - ABRAÃO CASOU OUTRA vez. Quetura, sua segunda mulher, deu a ele vários filhos. São: Zimá, Jocsã, Medã, Midiã, Jisbaque e Sua.
3 - Os dois filhos de Jocsã foram Sabá e Dedã. Os filhos de Dedã foram Assurim, Letusim e
Leumim.
4 - Os filhos de Midiã foram Efá, Efer, Enoque, Abida e Elda.
5 e 6 - Abraão deu tudo que tinha a Isaque. Mas deu presentes aos filhos que teve com suas
concubinas. Antes de morrer, separou de Isaque os outros filhos, e mandou que fossem viver
na região leste.
7 e 8 - Abraão morreu com 175 anos. Morreu depois de ter tido uma velhice longa e feliz. E foi
reunido ao povo dele, depois da morte.
9 e 10 - Isaque e Ismael enterraram o pai na caverna de Macpela, perto de Manre. O campo e
a caverna Abraão tinha comprado do heteu Efrom, filho de Zoar, Ali tinha sido enterrada Sara,
mulher de Abraão.
11 - Depois que Abraão morreu, Deus derramou ricas bênçãos sobre o filho dele, Isaque.
Isaque morava agora perto de BeerLaai-Roi.
12-15 - Aqui vai a relação dos descendentes de Ismael, filho de Abraão e de Hagar, a escrava
egípcia. A relação é por ordem de nascimento, nome por nome: Nebaiote, Quedar, Adbeel,
Mibsão, Misma, Dumá, Massá, Hadade, Tema, Jetur, Nafis e Quedemá.
16 - Estes doze filhos vieram a ser fundadores das doze tribos que levam os nomes deles.
17 - Ismael morreu com 137 anos de idade, e foi reunido à gente dele.
18 - Os descendentes de Ismael se espalharam por toda a região que vai desde Havilá até Sur. Sur fica perto da fronteira nordeste do Egito, na direção da Assíria. Os ismaelitas ficaram
morando bem perto dos outros descendentes de Abraão.
19 - Voltemos agora a atenção para Isaque, filho de Abraão, e para os filhos de Isaque.
20 - Isaque tinha quarenta anos quando se casou com Rebeca. Ela era filha de Betuel, o
arameu de Padã-Arã, e irmã de Labão.
21 - Isaque pediu ao Senhor que desse um filho a Rebeca, pois ela não podia ter filhos. O
Senhor atendeu às orações de Isaque, e a mulher ficou grávida - cerca de vinte anos depois do casamento.
22 - Rebeca sentia verdadeira briga de duas crianças dentro dela! "Como posso suportar
isto?!", exclamou ela. E consultou ao Senhor sobre o que estava acontecendo.
23 - O Senhor respondeu: "Os filhos que estão no seu ventre serão dois povos rivais. Um será
mais forte do que o outro, e o mais velho trabalhará para o mais novo."
24 - E o certo é que ela teve gêmeos.
25 - No nascimento, o primeiro veio todo coberto de pelos e cabelos ruivos. Deram a ele o
nome de Esaú (que lembra a palavra hebraica para "cabelo").
26 - Em seguida veio o irmão, segurando o calcanhar de Esaú! Por isso deram a ele o nome de Jacó, que quer dizer "Suplantador". Isaque estava com sessenta anos quando nasceram os gêmeos.
27 - Os meninos cresceram. Esaú veio a ser um ótimo caçador! Jacó, entretanto, era um tipo
sossegado, que gostava de ficar em casa.
28 - O favorito de Isaque era Esaú, por causa das saborosas caças que trazia. O favorito de
Rebeca era Jacó.
29 - Um dia, Jacó tinha acabado de fazer uma panelada de lentilhas cozidas, quando Esaú
chegou da caça. Estava exausto! 30 - Disse Esaú: "Rapaz, estou que não agüento! Dê-me um
pouco desse cozinhado vermelho!" Por isso Esaú recebeu o apelido de "Edom", que quer dizer "Vermelho".
31 - Disse Jacó: "Certo, eu dou, mas em troca quero os direitos que você tem por nascer
primeiro."
32 - Disse Esaú: "Se estou morrendo de fome, que adiantam esses direitos?"
33 - Disse Jacó: "É, mas você tem de dar a sua palavra diante de Deus." Esaú deu a
palavra, vendendo os seus direitos de filho mais velho ao irmão mais novo.
34 - Depois de feito o negócio, Jacó deu pão e cozinhado de lentilhas a Esaú. Ele comeu,
bebeu e foi embora. Assim Esaú jogou fora os seus direitos de filho mais velho, e não deu a
menor importância a isso!
CAPÍTULO 26

1 - NESSE TEMPO A FOME dominou aquela região. Tinha acontecido a mesma coisa durante a vida de Abraão. Por causa da situação de fome, Isaque foi para Gerar, onde vivia Abimeleque, rei dos filisteus.
2, 3, 4 e 5 - O Senhor apareceu a Isaque e disse: "Não vá para o Egito. Fique neste território.
Faça o que digo, e eu estarei ao seu lado, abençoando você. Darei todas estas terras a você e aos seus descendentes, cumprindo a promessa que fiz a seu pai Abraão. Farei que os seus
descendentes sejam numerosos como as estrelas! E eles serão uma bênção para todas as
nações da terra. Farei isso porque Abraão obedeceu às minhas Leis e mandamentos.
6 - Em face disso, Isaque ficou em Gerar.
7 - Quando os homens dali faziam perguntas sobre Rebeca, Isaque dizia: "É minha irmã."
Fazia isso porque tinha medo. Achava que por causa dela ele poderia ser morto, pois Rebeca
era muito bonita.
8 - Mas depois de algum tempo, Abimeleque, rei dos filisteus, viu por uma janela lsaque
fazendo carinhos a Rebeca. .
9 - O rei mandou chamar lsaque e disse: "Ora, ela é sua mulher! Por que disse que é sua
irmã?" "Porque fiquei com medo de ser morto" respondeu lsaque."Achei que alguém podia me matar para ficar com ela."
10 - Disse Abimeleque: "Como pôde fazer uma coisa. dessas conosco?! Era bem fácil acontecer
que alguém abusasse dela, e nós é que seríamos condenados por sua causa!"
11 - E o rei fez anunciar esta ordem a todo o povo: "Ninguém toque neste homem, e nesta
mulher! Quem mexer com ele ou com ela será morto!"
12 - Nesse mesmo ano lsaque teve colheitas abundantes. Cada semente rendeu cem vezes
mais! Porque foi abençoado pelo Senhor.
13, 14 e 15 - Logo ficou dono de grandes riquezas, ficando cada vez mais rico. Tinha muitos
bois e ovelhas, e muitos criados. Com isso os filisteus foram ficando com inveja dele. Por isso
encheram de terra os poços que os criados de Abraão tinham cavado.
16 - O rei Abimeleque pediu que Isaque saísse do pais."Vá para outro lugar, " disse ele."Você
ficou mais rico e mais poderoso do que nós!"
17, 18 e 19 - Isaque atendeu. Foi para o Vale de Gerar e ficou morando lá. E mandou cavar de novo os poços de Abraão. Os filisteus tinham enchido de terra aqueles poços, depois da morte
de Abraão. E Isaque deu a eles os mesmos nomes que seu pai tinha dado. Além disso, os
pastores de Isaque cavaram um novo poço no Vale de Gerar, e viram brotar ali uma fonte de
águas de correntes subterrâneas.
20 - Mas os pastores de Gerar brigaram com os pastores de Isaque."Esta água é nossa!"
disseram. Por isso Isaque deu ao poço o nome de Eseque, ou seja, "Poço da Discussão".
21 - Então os homens de Isaque abriram outro poço. De novo houve briga por causa dele. Por
isso recebeu o nome de Sitna, que quer dizer "Inimizade".
22 - Saindo dali, Isaque mandou cavar outro poço. Como ninguém reclamou Isaque deu a ele
o nome de Reobote, que significa "Lugares Amplos". E disse: "Agora o Senhor nos deu um
lugar, e vamos progredir."
23 e 24 - Um dia Isaque foi até Berseba. Na mesma noite em que lá chegou, o Senhor
apareceu a ele, e disse: "Eu SOU o Deus de Abraão, seu pai. Não tenha medo! Estou a seu
lado e vou abençoar, você. Vou fazer que os seus descendentes sejam muito numerosos. E isso porque o meu servo Abraão foi obediente a mim."
25 - Isaque construiu um altar, e ofereceu culto ao Senhor. Fixou residência ali, e os criados
dele cavaram um poço.
26 - Certo dia Isaque recebeu visitas de Gerar. Eram o rei Abimeleque, o conselheiro real
Ausate, e também Ficol, o comandante do exército de Abimeleque.
27 – Isaque logo perguntou: "Por que vieram aqui? Decerto que não estão vindo com boa
intenção, pois você me expulsaram!
28 - "É, " disseram eles, "mas nós vimos bem que o Senhor está abençoando você. Então
resolvemos propor um, tratado entre nós.
29 - "Prometa que não nos prejudicará, assim como nós não prejudicamos você. Na verdade,
nós tratamos bem de você e deixamos que saisse em paz. E vemos que você é o abençoado do Senhor!"
30 - Então Isaque ofereceu um banquete a eles, a comeram e beberam.
31 - De manhã bem cedo, logo que se levantaram, fizeram juramento solene de parte a parte.
Com isso ficou selado o tratado de paz entre eles. Depois Isaque fez as despedidas, e eles se foram contentes.
32, 33 - Naquele mesmo dia, os criados chegaram."Achamos água, " disseram. Era água de
um poço que tinham cavado. Por ser dia do tratado de paz, Isaque deu ao poço o nome de
Seba, que quer dizer "Juramento". E a cidade que se formou ali é chamada Berseba, "Poço do Juramento", até o dia de hoje.
34 - Quando Esaú estava com quarenta anos, casou com Judite, filha do heteu Beeri. Casou
também com Basemate, filha do heteu Elom.
35 - Isaque e Rebeca passaram a viver com o espírito amargurado por causa dessas duas
noras.
CAPÍTULO 27

1 - ISAQUE ENVELHECEU E ficou meio cego. Um dia, chamou o seu filho mais velho, Esaú.
Disse Isaque: "Meu filho!" Disse Esaú: "Sim, pai. Estou aqui."
2, 3 e 4 - Disse Isaque: "Estou velho e, mais dia menos dia, morrerei. Agora, pegue o seu arco
e as suas flechas e vá atrás de alguma caça. Depois prepare para mim uma comida do meu
gosto - bem saborosa - e traga para eu comer. Então darei as bênçãos a você, como filho mais
velho que é. É preciso fazer isso logo, antes que eu morra."
5, 6 e 7 - Rebeca ouviu a conversa do pai com o filho. Assim, quando Esaú foi ao campo em
busca de caça, ela chamou Jacó. E contou que Isaque tinha dito a Esaú para lhe trazer caça e
receber a bênção paterna.
8, 9 e 10 - Disse Rebeca: "Agora faça o que digo. Vá ao rebanho e traga dois bons cabritos.
Vou fazer uma comida saborosa para o seu pai, como ele gosta. Depois de comer, ele
abençoará você, antes de morrer."
11 e 12 - Disse Jacó: "Mas mãe! Lembre que Esaú é cabeludo, e eu tenho pele lisa. Se o pai
me apalpar, vai perceber na hora que está sendo enganado! Aí ele vai achar que estou zombando
dele, e em vez de bênção receberei maldição! "
13 - Disse Rebeca: "Que venha sobre mim essa maldição, filho querido! Faça o que digo, e
pronto. Agora vá buscar os cabritos."
14 - Jacó foi. Com os cabritos Rebeca preparou a comida gostosa, como tinha dito.
15 - Depois fez Jacó vestir a melhor roupa de Esaú.
16 - Da pele dos cabritos, fez umas luvas e as colocou nas mãos de Jacó. Também colocou um
pedaço na pele lisa do pescoço do filho.
17 - Depois de todos esses cuidados, mandou Jacó levar a comida a Isaque.
18 - Jacó foi, e entrou no quarto em que Isaque estava. Disse Jacó: "Pai?" Disse Isaque: "Sim,
filho. Quem é você? Esaú ou Jacó?"
19 - Disse Jacó: "Sou Esaú, seu filho mais velho. Fiz o que o senhor mandou. Aqui está a
comida que preparei. Venha sentar-se aqui e comer. Depois poderá me abençoar."
20 - Disse Isaque: "Como foi que você achou caça tão depressa, meu filho?" Disse Jacó: "É
que o Senhor seu Deus colocou a caça no meu caminho!"
21 - Disse Isaque: "Venha cá. Quero apalpar para ver se é mesmo o meu filho Esaú."
22 - Jacó foi para perto do pai, que o apalpou. Disse Isaque: "A voz é de Jacó, mas as mãos
são de Esaú!
23 - Isaque ficou achando que devia ser Esaú, porque as mãos estavam peludas como as dele.
E Isaque se dispôs a abençoar Jacó.
24 - Disse Isaque: "Você é Esaú mesmo?" Disse Jacó: "Sou sim!"
25 - Disse Isaque: "Então traga aqui a comida, para que eu coma e depois abençoe você."
Jacó lhe deu a comida e o vinho. O pai comeu e bebeu.
26 - Disse Isaque: "Venha cá e me dê um beijo, meu filho!"
27, 28 e 29 - Jacó se aproximou e beijou o pai. Isaque sentiu o cheiro da roupa do rapaz, e se
decidiu finalmente a dar a bênção a ele. Disse Isaque: "O cheiro do meu filho é o bom cheiro
da terra e dos campos que o Senhor abençoou. Que Deus lhe dê sempre a chuva necessária,
terra produtiva, grandes colheitas de cereais e muito vinho novo. Que muitos povos sejam
seus escravos. Que você domine os seus irmãos. Que os seus parentes se inclinem diante de
você. Maldito todo aquele que amaldiçoar você, e abençoado seja todo aquele que abençoar
você."
30 - Logo que Isaque abençoou Jacó, e pouco depois que Jacó saiu, chegou Esaú da caçada.
31 - Ele também preparou o prato preferido do pai e levou a comida para ele. Disse Esaú: "Pai,
venha sentar aqui e comer a caça que preparei. Depois o senhor me abençoará com as suas
melhores bênçãos."
32 - Disse lsaque: "Quem é você?" Disse Esaú: "Ora, pai! Sou eu, Esaú, o seu filho mais
velho!"
33 - Foi um choque para Isaque. Ele ficou abalado e tremendo a olhos vistos! Disse Isaque:
'Então quem foi que agora há pouco me trouxe comida? Comi tudo, e abençoei aquele outro! E
a bênção que dei ninguém tira mais!
34 - Ouvindo isso, Esaú se pôs a soluçar e a clamar. Disse Esaú: "Ó pai, abençoe a mim
também!"
35 - Disse Isaque: "Seu irmão me enganou e levou a bênção que era de você!"
36 - Disse Esaú: "Não admira que o nome dele significa "enganador"!- Pois já me enganou
duas vezes! Tirou meus direitos de filho mais velho, e agora tira a minha bênção! Oh! Será
possível, pai, que o senhor não tenha nem uma só bênção para mim?"
37 - Disse Isaque: "Fiz dele seu senhor! E dei a Jacó todos os seus parentes, como criados
dele! e ainda garanti que Jacó terá fartura de cereais e de vinho. que posso fazer, meu filho?"
38 - Disse Esaú: "Será que o senhor só tem uma bênção? á meu pai, abençoe a mim
também!" E Esaú chorou amargamente.
39 e 40 - Disse Isaque: "Sua vida não será fácil. Morará em terras áridas, onde falta até o
orvalho. Você terá de ganhar a vida com a sua espada, e terá de servir a Jacó, seu irmão. Mas
chegará o dia em que você conseguirá escapar das correntes e ficar livre."
41 - Esaú ficou com ódio de Jacó pelo que ele tinha feito. Esaú disse a si mesmo: "Meu pai não
pode durar muito tempo. Depois que ele morrer eu mato Jacó."
42 - De algum modo Rebeca ficou sabendo disso. Mandou chamar Jacó e disse: "Esaú acha
que só poderá descansar depois de matar você.
43, 44 e 45 - "Veja o que tem de fazer, " disse ela."Fuja para Harã, e fique na casa do seu tio
Labão. Fique lá por algum tempo, até passar a fúria do seu irmão. Com o tempo Esaú
esquecerá o que você fez a ele. Depois eu mandarei buscar você. Faça isso! Por que vou
perder os dois filhos no mesmo dia?"
46 - Disse, pois, Rebeca a Isaque: "Já chegam estas duas noras que os heteus nos deram! Já
me aborrecem demais! Que será de mim se Jacó vier a casar com uma jovem daqui? Prefiro
morrer a ver isso! "
CAPÍTULO 28

1, 2, 3 e 4 - ISAQUE MANDOU chamar Jacó. Abençoou o filho e disse: "Não se case com moça
nenhuma do povo cananeu. Em vez disso, vá para a casa do seu avô Betuel, em Padã-Arã.
Escolha uma esposa ali. Que o Todo-poderoso Deus abençoe você e lhe dê muitos filhos. Queira
Deus que os seus descendentes formem muitos povos! E que Deus passe para você e para
os seus descendentes as bênçãos que prometeu a Abraão. Assim você e os seus descendentes
serão donos destas terras, onde estamos agora como estrangeiros. Assim será, pois Deus deu
estas terras a Abraão".
5 - Deste modo, Jacó se despediu de Isaque, e foi a Padã-Arã. Foi â casa do seu tio Labão,
irmão de Rebeca, filho de Betuel, o arameu.
6, 7, 8 e 9 - Esaú percebeu que os pais dele não viam com bons olhos as moças do lugar em
que viviam. Só tinha que entender isso, porque viu que eles tinham mandado Jacó a Padã-Arã
- com a bênção de Isaque - para arranjar casamento lá. Tinha escutado o pai dar esta ordem a
Jacó: "Não case com nenhuma mulher deste povo cananeu". E tinha visto Jacó obedecer aos
pais e sair para Padã-Arã. Pensando nessas coisas todas, Esaú visitou a família do seu tio
Ismael e casou com uma filha dele. Assim, além das duas mulheres cananéias que tinha, Esaú
casou com Maalate, irmã de Nebaiote, filha de Ismael, filho de Abraão.
10 - Agora vejam o que aconteceu durante a viagem que Jacó fez de Berseba a Padã-Arã.
11, 12 - Na primeira noite da viagem, parou num lugar qualquer para dormir; Usou uma pedra
como travesseiro, e dormiu. E sonhou que tinham posto uma escada ali mesmo - uma escada
que ia da terra aos céus. Jacó viu, no sonho, os anjos de Deus, subindo e descendo na escada.
13, 14 e 15 - No sonho o Senhor apareceu a Jacó e disse: "Eu sou o Senhor, o Deus de Abraão
e de Isaque, seu pai. Vou dar a você essa terra na qual está deitado. Será sua e dos seus
descendentes. Os seus descendentes serão tantos que serão como o pó da terra! Eles cobrirão
o território todo, de norte a sul e de leste a oeste. Todas as nações da terra serão abençoadas
por meio de você e dos seus descendentes. E o que vale mais é que eu estou com você. Pode
contar com a minha proteção, aonde quer que for. E esteja certo de que eu trarei você de volta
a esta terra, são e salvo. Porque estarei sempre com você, até cumprir tudo que estou
prometendo."
16 Então Jacó acordou e exclamou: "O Senhor vive neste lugar - e eu não sabia! "
17 E cheio de medo disse: "Que lugar terrível é este! É a casa de Deus! É a porta dos céus!"
18 e 19 - Logo que amanheceu, Jacó fincou a pedra que tinha usado como travesseiro, fazendo
dela um monumento. Depois derramou azeite no alto do monumento. E deu ao lugar o nome
de Betel, que quer dizer "Casa de Deus". Antes o nome da cidade perto da qual Jacó estava
era Luz.
20, 21 e 22 - Depois de derramar óleo no monumento, Jacó fez uma promessa a Deus. Disse
ele: "Ah, se Deus me guiar me proteger e me der alimento e roupa nesta viagem! E se me
deixar voltar em paz para a casa do meu pai! Então escolherei o Senhor para ser o meu Deus.
Este monumento será um lugar de culto - como casa de Deus." Jacó terminou a promessa,
dizendo: "E, ó Senhor, eu devolverei a décima parte de tudo que me der!"
CAPÍTULO 29

1 - JACÓ CONTINUOU a viagem e chegou nas terras do Leste.
2 - Quando ia chegando, viu ao longe três rebanhos de ovelhas deitados perto de um poço, no
campo. Daquele poço davam de beber às ovelhas. Mas uma grande pedra estava tapando a
boca do poço.
3 - O costume era esperar que todos os rebanhos estivessem reunidos. Ai os pastores tiravam
a pedra e davam água aos animais. Depois tapavam o poço com a pedra outra vez.
4 – Jacó chegou até onde os pastores estavam, e perguntou de onde eram."De Harã, " eles
responderam.
5 - Disse Jacó "Vocês conhecem Labão, filho de Naor?" Disseram os pastores: "Claro que sim!"
6 - Disse Jacó: "Como vai ele?" Disseram eles: "Ele vai bem. Olhe, ali vem a filha dele, Raquel,
com as ovelhas."
7 - Disse Jacó: “Por que vocês não dão água logo aos rebanhos? Assim as ovelhas poderão
continuar pastando. Pois ainda é dia, não é hora de recolher os animais.
8 - Disseram os pastores: "Não podemos tirar a pedra enquanto não estiverem reunidos todos
os rebanhos."
9 - No meio dessa conversa, chegou Raquel com as ovelhas do pai dela. Porque ela era
pastora.
10 - Vendo a prima Raquel - filha do irmão da mãe dele - e vendo as ovelhas do pai dela, Jacó
agiu logo. Rolou a pedra da boca do poço e deu água às ovelhas do seu tio Labão.
11 - Depois desse serviço, Jacó beijou Raquel e se pôs a chorar.
12 e 13 - Contou que era seu primo, por parte do pai dela. Disse que era filho de Rebeca, tia
de Raquel. Então ela correu e contou tudo ao pai. Assim que Labão ouviu essa notícia, correu
ao encontro de Jacó. Chegando aonde ele estava, Labão lhe deu as boas-vindas e o beijou.
Foram para a casa de Labão, e Jacó contou tudo o que tinha acontecido durante a viagem.
14 e 15 - "Ora vejam!" exclamou Labão."Ele é mesmo da minha carne e do meu sangue!" Já
fazia um mês que Jacó estava naquela casa, quando Labão lhe disse: "Não é porque você é
meu parente, que vai ficar trabalhando de graça para mim. Quanto você quer ganhar?"
16 - Ora, Labão tinha duas filhas, Lia, a mais velha, e Raquel, a mais nova.
17 - Lia tinha olhos fracos, mas Raquel era formosa, não só de rosto, mas em tudo.
18 - Pois Jacó ficou enamorado de Raquel. Amava tanto Raquel que disse a Labão: "Trabalharei
sete anos para você para poder casar com Raquel, sua filha mais nova."
19 - "Feito!" respondeu Labão."É melhor dar Raquel a você do que a alguém de fora da
família."
20 - Assim Jacó trabalhou sete anos para Labão, para poder casar com Raquel. E a amava
tanto que os sete anos pareceram poucos dias a Jacó!
21 - Finalmente acabou o prazo."Cumpri minha parte do trato, " disse Jacó a Labão."Agora
deixe que eu me case com Raquel."
22 - Labão deu uma grande festa, convidando todos os homens do povoado.
23 - De noite Labão entregou Lia a Jacó. E os dois passarem a noite juntos.
24 – Labão deu sua criada Zilpa, para ser criada de Lia.
25 - Quando amanheceu, Jacó viu que estava com Lia, e não com Raquel! "Que trapaça foi
essa", Jacó perguntou a Labão. Ele estava furioso! "Trabalhei sete anos por Raquel, e você me
faz isso! Por que me enganou?"
26 e 27 - "Aqui não é costume casar a filha mais nova antes da mais velha, " respondeu
Labão."Logo depois da lua de mel com Lia, darei Raquel a você em casamento. Claro, desde
que você prometa trabalhar mais sete anos para mim."
28 - Jacó aceitou. Uma semana depois, casou com Raquel.
29 - Labão deu sua criada Bila a Raquel.
30 - Jacó e Raquel tiveram sua lua de mel. Jacó amava mais Raquel do que Lia. E trabalhou
mais sete anos para Labão.
31 - Como Lia era menosprezada, o Senhor deixou que tivesse um filho. Raquel, porém, era
estéril.
32 - Lia ficou grávida e teve um filho, a quem deu o nome de Rúben, que quer dizer "Deus viu
minha aflição". Disse Lia: "O Senhor viu minha aflição - e agora o meu marido me amará."
33 - Teve outro filho, e disse: "O Senhor ouviu que eu era deixada para trás, e me deu outro
filho". Por isso deu ao menino o nome de Simeão, que significa "Ele ouviu".
34 - Lia tornou a engravidar, e teve um terceiro filho. Deu a ele o nome de Levi, que quer
dizer" Apego". Disse Lia: "Desta vez o meu marido vai ficar bem unido a mim, porque lhe dei
três filhos."
35 - Teve ainda um quarto filho, e disse: "Agora louvarei ao Senhor." Por isso deu ao quarto
filho o nome de Judá, que significa "Objeto de Louvor". Então parou de ter filhos.
CAPÍTULO 30

1 - PERCEBENDO RAQUEL que era estéril, ficou com inveja da irmã."Ou você me dá filhos, ou
eu morro!" exclamou ela a Jacó.
2 - Jacó ficou indignado."Por acaso sou Deus?" disse ele a Raquel."Ele é que não deixa você ter
filhos!"
3 - Disse Raquel: "Pois tome a minha criada Bila, e tenha filhos com ela. E eu criarei as
crianças como se fossem meus próprios filhos."
4, 5 - Assim Raquel deu Bila a Jacó. Dessa união, Bila deu um filho a Jacó.
6 - Raquel deu a ele o nome de Dã, que quer dizer "Juiz". E disse: "Deus me fez justiça,
escutou a minha queixa e me deu um filho."
7 - Bila, a criada de Raquel, ficou grávida outra vez e deu outro filho a Jacó.
8 - "É grande a minha luta com minha irmã, " disse. Raquel, "e consegui vencer!" Por isso deu
ao menino o nome de Naftali, que quer dizer "Venço na luta".
9, 10 e 11 - Enquanto isso, Lia percebeu que não estava podendo ter filhos. Então deu Zilpa,
criada dela, a Jacó, para ser mulher dele. E logo, Zilpa deu um filho a Jacó. Lia exclamou: "A
minha sorte voltou!" E deu ao filho o nome de Gade, que significa" Boa sorte".
12 e 13 - Zilpa teve outro filho com Jacó. Lia deu a ele o nome de Aser, que quer dizer "Feliz".
E disse Lia: "Como estou contente! As outras mulheres vão achar que eu sou mesma feliz!"
14 - Era o tempo da colheita de trigo. Um dia, Rúben achou mandrágoras que cresciam nos
campos. Rúben levou mandrágoras à sua mãe Lia. Raquel pediu mandrágoras a Lia.
15 - "Além de você ficar com o meu marido, " respondeu Lia, "vai querer agora ficar com as
mandrágoras do meu filho? " "Se você me der mandrágoras, " disse Raquel, "deixarei que Jacó
fique com você esta noite."
16 - Naquela tarde, quando Jacó vinha voltando do campo, Lia foi ao encontro dele."Vamos
passar a noite juntos, " disse ela."É que eu aluguei você pelas mandrágoras que o meu filho
me deu." E Jacó passou aquela noite com Lia.
17 - Deus respondeu às orações de Lia, e ela concebeu e teve o quinto filho.
18 - Disse Lia: "Deus me recompensou porque dei minha criada ao meu marido." E pôs no
menino o nome de Issacar, que quer dizer "Salário".
19 e 20 - Lia tornou a engravidar, e teve o sexto filho. Ela deu ao filho o nome de Zebulom,
que significa "Presentes". Deu esse nome dizendo: "Deus me deu excelentes presentes, para
eu dar ao meu marido! Seis filhos! Com isso ele me honrará e ficará comigo!"
21 - Depois Lia teve uma filha, que recebeu o nome de Diná.
22, 23 e 24 - Deus se lembrou de Raquel e respondeu às orações dela - pois ela queria filhos
dela mesma; engravidou então e teve um filho. Raquel exclamou: "Até que enfim Deus tirou a
mancha do meu nome!" E deu ao menino o nome de José, que quer dizer "Que Ele
acrescente". Deu esse nome dizendo: "Queira o Senhor me dar outro filho."
25 e 26 - Logo que nasceu José, Jacó disse a Labão que queria voltar para a casa dele."Deixe
que eu vá para casa, " disse ele."Deixe que eu vá e leve comigo as minhas mulheres e os
meus filhos. Você sabe muito bem que eu trabalhei - e como! - para que fossem meus."
27 e 28 - "Peço que não vá embora, " disse Labão. Desde que você chegou aqui, o Senhor me
tem abençoado. Só pode ser por causa de você! Fique comigo! É só dizer quanto quer receber
de ordenado, e eu pago!"
29 e 30 - Disse Jacó: "Você bem sabe como trabalhei para você e como cuidei do seu gado.
Basta lembrar como eram pequenos os seus rebanhos, e como são grandes agora. Isso porque
o Senhor abençoou você por meio do meu trabalho."Agora, pense bem. Quando é que vou
trabalhar para a minha família?"
31, 32 e 33 - "Quanto você quer ganhar?" perguntou de novo Labão. Jacó respondeu: "Para
que eu continue trabalhando para você, basta que me faça uma coisa. Basta que me autorize a
separar para mim todas as cabras que tenham pintas ou listas na pele, e todas as ovelhas
pretas dos seus rebanhos. Assim será fácil verificar se eu estou tirando mais do que tratamos
como salário. Depois, se você encontrar entre as minhas cabras alguma que não for listada ou
pintada, e entre as ovelhas alguma que não for preta, poderá dizer que roubei de você."
34 - "Está certo, " disse Labão."Está feito o trato."
35 e 36 - Mas naquele mesmo dia, Labão separou e deu aos filhos dele todos os bodes e
cabras que tinham pintas ou listas na pele, e todos os carneiros e ovelhas pretos. Deu todos
esses animais aos filhos dele. Depois mandou os filhos levarem as cabras pintadas e listadas e
as ovelhas pretas para bem longe - a três dias de distância. E Jacó ficou tomando conta dos
rebanhos restantes de Labão.
37 - Então Jacó pegou varas verdes de vários tipos de árvores - álamo, aveleira e plátano. De
cada vara tirou fitas da casca, fazendo aparecer a brancura da madeira. Assim as varas ficaram
cheias de listas claras.
38 - Jacó pôs as varas perto das águas, nos lugares onde os animais costumavam beber.
Colocou de modo que, ao beber água, os animais pudessem ver as varas. Jacó fez isso porque
os animais se cruzavam ali.
39 - E aconteceu isso mesmo. Os animais se cruzaram vendo as varas, e os filhotes nascerem
pintados ou listados.
40 - Jacó foi separando os animais a que tinha direito. Não deixou que se misturassem com os
de Labão. Mas dirigiu as coisas de modo que as fêmeas do rebanho dele fossem cobertas pelos
machos pretos de Labão.
41 e 42 - Jacó não ficou nisso! Ele só colocava as varas listadas quando as fêmeas eram fortes!
Quando eram fracas, não colocava. Resultado: os animais fortes eram de Jacó, e os fracos
eram de Labão!
43 - Assim os rebanhos de Jacó cresceram depressa. O homem ficou rico, possuindo rebanhos
enormes, e muitos criados, criadas, camelos e jumentos.
CAPÍTULO 31

1 - JACÓ SOUBE QUE os filhos de Labão andavam murmurando contra ele. Diziam eles: "Ora
vejam! Jacó deve ao nosso pai tudo o que tem. Toda a riqueza dele foi ajuntada às custas do
nosso pai!"
2 - Outra coisa: Jacó notou que agora era tratado com frieza por Labão.
3 - Foi quando o Senhor disse a Jacó: "Volte para a casa dos seus pais, para a companhia dos
seus parentes de lá. E estarei com você."
4 - Por isso Jacó mandou chamar Raquel e Lia, para conversar com elas no campo, lá onde ele
estava cuidando dos rebanhos.
5, 6, 7 e 8 - "Seu pai se virou contra mim, " disse Jacó às duas."Mas o Deus de meus pais está
comigo. Vocês bem sabem como trabalhei com afinco para o seu pai. E ele só me engana. Vive
rompendo os tratos feitos comigo! Mas Deus não deixou que ele me causasse prejuízo
nenhum. Pois se ele dizia que os animais com pintas na pele seriam meus, só nasciam animais
assim. Se ele mudava e dizia que os listados seriam o meu salário, então só nasciam animais
listados nos rebanhos.
9 - "Foi assim que Deus fez que eu ficasse rico, às custas de Labão.
10 - "Pois na época do cruzamento dos animais, sonhei e vi que os machos que cobriam as
fêmeas dos rebanhos tinham listas ou pintas ou manchas.
11 e 12 - "No sonho o Anjo de Deus me chamou a atenção para isso, e logo entendi o que
devia fazer para receber a bênção sobre o meu trabalho. E o Anjo de Deus me disse em sonho
o motivo por que estava dando aquela instrução: 'Porque vejo o que Labão está fazendo com
você, ' disse Ele.
13 - 'Eu sou o Deus que você encontrou em Betel, ' continuou o Anjo. 'Lá você derramou azeite
num monumento e fez promessa de me servir. Pois bem, saia agora desta terra, e volte para a
sua terra natal. '
14, 15 e 16 - Em resposta, Raquel e Lia disseram: "Que podemos esperar do nosso pai? Pois
ele nos tratou como se fôssemos estrangeiras! Além de nos vender, acabou com os bens que
poderíamos receber! E agora, a riqueza que devia ser nossa por herança, Deus tirou do nosso
pai e deu a você. Essa riqueza é nossa e dos nossos filhos! Portanto, faça tudo o que Deus
mandou."
17, 18, 19, 20 e 21 - Aproveitando que Labão estava fora de casa, dirigindo o trabalho de tosquiar
ovelhas, Jacó fugiu. Fez as mulheres e os filhos montarem em camelos e fugiu com eles.
Levou todos os rebanhos e todas as riquezas que tinha conseguido ajuntar em Padã-Arã. E
saiu para a terra de Canaã, para a casa de Isaque, pai dele. Raquel roubou os ídolos do lar, e
levou todos eles com ela. Assim foi que Jacó fugiu de Labão às escondidas, levando tudo que
tinha. Atravessou o rio Eufrates e avançou em direção ao território montanhoso de Gileade.
22 - Só três dias depois Labão ficou sabendo que Jacó ia fugindo.
23 - Reuniu vários homens e com eles saiu logo em perseguição a Jacó. Depois de sete dias de
viagem, alcançou Jacó no monte Gileade.
24 - Mas na noite em que ia chegando perto de onde Jacó estava, Deus veio ao arameu Labão
em sonhos, e disse: "Cuidado com o que vai fazer a Jacó! Nada de bênção nem maldição!"
25 - Finalmente Labão alcançou os fugitivos. Jacó estava acampado no monte Gileade. Labão
armou o seu acampamento no mesmo monte.
26, 27 e 28 - "O que você fez?" perguntou Labão."Por acaso minhas filhas são prisioneiras de
guerra, para você fugir com elas deste jeito? Por que me enganou e saiu às escondidas? Por
que não me contou seu plano? Pois eu bem que gostaria de dar uma grande festa de
despedida, com canções, e orquestra, e harpa! Você nem me deu oportunidade para beijar
meus netos e netas! Que estranho modo de agir, o seu!
29 - "Tenho forças suficientes para destruir vocês todos, " continuou Labão."Mas o Deus do seu
pai Isaque me apareceu ontem à noite. Ele me proibiu de maltratar você.
30 - "Muito bem. Está certo que tenha saudade de casa e queira voltar para lá. Mas por que
roubou os meus ídolos?"
31 - "Eu fugi assim, " respondeu Jacó, "porque fiquei com medo. Pensei comigo: 'Bem pode
ser que Labão não me deixe levar as filhas dele. '
32 - "Mas quanto aos seus ídolos, será morto aquele que estiver com eles. Pode revistar tudo
neste acampamento. Se você achar alguma coisa sua, pode levar de volta." Jacó não sabia que
Raquel estava com os ídolos.
33 - Labão vasculhou as tendas de Jacó, de Lia, de Raquel e das duas criadas, e não achou os
ídolos.
34 e 35 - Quando Labão entrou na tenda de Raquel, ela estava sentada na sela de um camelo.
Acontece que Raquel tinha posto os ídolos na sela e estava sentada em cima deles. Por isso
disse a Labão: "Peço desculpa, meu pai, por não me levantar. É que estou no difícil período
mensal das mulheres." Assim Labão procurou, apalpando a tenda inteira, e não achou os
ídolos.
36 e 37 - Então foi a vez de Jacó ficar zangado com Labão."Que encontrou?" perguntou
ele."Qual é o meu crime? Você veio atrás de mim como caçador de criminosos, e revirou tudo
o que tenho. Achou alguma coisa da sua casa? Vamos! Ponha o que encontrou aqui, na frente
dos meus homens e dos parentes. Eles vão decidir qual de nós dois está errado.
38 e 39 "Estive com você vinte anos, cuidando dos seus rebanhos. Durante esse tempo todo,
as suas ovelhas e cabras produziram crias sadias. Também nunca me servi dos seus carneiros
para alimento. E quando algum animal dos seus rebanhos era morto e despedaçado pelas
feras, alguma vez pedi que você descontasse isso na contagem? Não! Eu sempre sofri o
prejuízo! Você descontava tudo do meu salário, incluindo os animais roubados. E isso, ainda
que o roubo fosse feito em ocasião que estava fora da minha responsabilidade!
40 - "Trabalhei para você nas horas quentes do dia, e sofrendo a geada da noite, ficando noites
e noites sem dormir.
41 - "Foram vinte longos anos! Catorze anos trabalhei para casar com as suas duas filhas, e
seis anos trabalhei para formar o meu rebanho."E para me prejudicar, você mudou dez vezes o
salário combinado!
42 - "Ah, se não fosse o Deus do meu avô Abraão, o temível Deus do meu pai Isaque! A estas
horas você me estaria mandando embora sem nada. Mas Deus viu a sua maldade, e o trabalho
duro que fiz. Por isso Ele preveniu você ontem à noite."
43 - Labão respondeu: "Estas mulheres são minhas filhas, e estas crianças são minhas. A
mesma coisa posso dizer destes rebanhos e de tudo o que você tem - tudo é meu. Daí, como
posso prejudicar as minhas filhas e os meus netos?
44 - "Portanto, venha cá! Façamos um trato de amizade, e deixemos aqui alguma coisa que
sirva para lembrar isso."
45 e 46 - Jacó pôs mãos à obra. Pegou uma pedra e fez dela um monumento. Depois mandou
os seus homens juntarem ali uma pilha de pedras. Feito isso, Jacó e Labão comeram juntos, ao
lado das pedras empilhadas.
47 e 48 - Os dois deram à pilha de pedras o nome de "Pilha do Testemunho" "Jegar-Saaduta",
na língua de Labão, e "Galeede", na língua de Jacó."Esta pilha de pedras será testemunha
contra nós, " disse Labão, "se não cumprirmos o trato que fizemos."
49 - Também recebeu o nome de Mispa - que quer dizer "Torre de Vigia", pois, como disse
Labão; "Que o Senhor vigie cada um de nós, quando estivermos separados, quanto ao
cumprimento do contrato.
50 - "Se você maltratar as minhas filhas, ou tomar outras mulheres - eu estarei longe, mas
Deus estará vendo.
51 e 52 - "Este monumento, " continuou Labão, está entre nós como testemunho, do nosso
compromisso de não cruzarmos esta línha para atacar um ao outro. Você não me atacará, nem
eu a você.
53 - "Que o Deus de Abraão, de Naor e do pai deles destrua aquele de nós que fizer isso."
Assim Jacó fez juramento diante do temível Deus do seu pai Isaque. Prometeu respeitar o
limite combinado.
54 - Então Jacó, ali no topo do monte, ofereceu um sacrifício a Deus. Convidou todos para a
festa, e passaram a noite juntos, no monte.
55 - Na manhã seguinte, Labão se levantou cedo, beijou e abençoou as filhas e os netos, e foi
para casa.
CAPÍTULO 32

1 - JACÓ CONTINUOU a viagem. Pouco depois, certo número de anjos de Deus foi ao encontro
dele.
2 - Quando Jacó viu os anjos, disse: "Deus está acampado aqui!" Por isso deu ao lugar o nome
de Maanaim, que significa "Exércitos Celestiais".
3, 4 e 5 - Depois Jacó mandou mensageiros na frente, ao encontro de Esaú, irmão dele. Foram
eles para a terra de Seir, território de Edom. Levaram esta mensagem: "Jacó, seu servidor,
manda dizer isto: Morei com o tio Labão até agora. Estou voltando de lá dono de bois,
jumentos, ovelhas, criados e criadas. Mandei estes mensageiros para avisar você que estou
chegando. Espero que me favoreça com Uma recepção amigável."
6 - Os mensageiros voltaram dizendo que Esaú vinha vindo encontrar Jacó, e que vinha com
quatrocentos homens.
7 - Jacó ficou apavorado. Dividiu em dois grupos as pessoas, os rebanhos, os bois e os
camelos.
8 - Fez isso porque, segundo as palavras dele: "Se Esaú atacar um grupo, talvez o outro
consiga escapar."
9 e 10 - E Jacó fez esta oração: "ó Deus do meu avô Abraão e do meu pai lsaque! Ó Senhor,
que me mandou voltar para a casa do meu pai e dos meus familiares, que disse que me faria
bem! Não mereço nenhuma das suas bondades para comigo. Não sou digno da maneira fiel
como o Senhor tem cumprido a sua palavra a meu favor. Pois sai de casa e atravessei o rio
Jordão trazendo só um cajado, e agora volto com duas caravanas completas!
11 - "Não permita que eu seja destruído por meu irmão Esaú. Estou com medo de que ele
venha me matar, e mate estas mães e os meus filhos.
12 - "Mas o Senhor prometeu me fazer bem. E disse que os meus descendentes seriam como
as areias do mar - tão numerosos que ninguém poderia contar."
13, 14 e 15 - Jacó ficou ali aquela noite, e preparou um presente para dar a Esaú. Vejam só
que presente! 200 cabras, 20 bodes, 200 ovelhas, 20 carneiros, 30 camelas de leite, com as
crias, 40 vacas, 10 touros, 20 jumentas e 10 jumentos.
16 - Ele confiou os rebanhos do presente aos criados e explicou bem a eles o que fazer. Eles
deviam ir na frente com aqueles rebanhos. Mas deviam deixar cada rebanho separado, com
um bom espaço entre um e outro.
17, 18 - Jacó instruiu o criado que devia ir na frente de todos, conduzindo o primeiro rebanho
do presente. Disse ele: "Quando o meu irmão Esaú encontrar você e perguntar: 'Para quem
você trabalha? Para onde vai? Quem é o dono destes animais?' - veja como vai responder.
Diga: 'O dono é Jacó, seu servidor. É presente que ele manda ao meu senhor Esaú. Ele vem
vindo logo atrás de nós. '''
19 - Jacó deu a mesma instrução a cada um dos guias dos rebanhos separados para o
presente.
20 - Com este recurso, Jacó esperava acalmar Esaú, antes de enfrentá-lo face a face."Talvez, "
pensou Jacó, "Esaú me aceite amigavelmente."
21 - Assim o presente foi enviado na frente, e Jacó passou aquela noite no acampamento.
22, 23 e 24 - Durante a noite se levantou e acordou as duas mulheres, as duas criadas e os
onze filhos. Fez com que eles saíssem e atravessassem o rio Jordão, na passagem chamada
Jaboque. Jacó ficou sozinho. E um Homem ficou lutando com ele até o amanhecer.
25 - Quando o Homem viu que não podia ganhar a luta, tocou na articulação da coxa de Jacó.
Bastou isso para que ficasse destroncada a coxa de Jacó.
26 - Disse o Homem: "Deixe que eu vá embora, pois já é dia." Mas Jacó respondeu: "Não vou
deixar que vá embora, enquanto não me abençoar."
27 - "Qual é o seu nome?", perguntou o Homem."Jacó", foi a resposta.
28 - "Não será mais!", disse o Homem."Você se chamará Israel - que significa 'Aquele que Luta
com Deus'. Sim, porque você lutou com Deus e com homens, e venceu."
29 - "Qual é o seu nome?", perguntou Jacó."Você não deve perguntar pelo meu nome, " disse
o Homem. E abençoou Jacó ali.
30 - Jacó deu aquele local o nome de Peniel, que quer dizer "O Rosto de Deus". Deu esse
nome dizendo: "Eu vi Deus face a face, e não morri!"
31 - O sol ia nascendo quando Jacó se pôs a andar através de Peniel. E mancava, por causa da
junta da coxa destroncada.
32 - Aí está a razão pela qual os israelitas até hoje não comem o nervo do quadril, que faz a
articulação da coxa. Dos animais de que se alimentam, deixam de lado essa parte. Porque o
Homem com quem lutou desarticulou a coxa de Jacó, tocando no nervo do quadril dele.
CAPÍTULO 33

1 - DE LONGE JACÓ viu que Esaú vinha vindo ao encontro dele. Com Esaú vinham
quatrocentos homens. Então Jacó fez com que os filhos dele ficassem com as mães.
2 - Organizou o grupo todo, colocando na frente as criadas com os filhos delas. Logo em
seguida colocou Lia e os filhos dela. Por último, Raquel e José.
3 - Depois, ele mesmo foi na frente. Conforme foi chegando perto do irmão, Jacó se inclinou
sete vezes diante dele.
4 - Mas Esaú correu e abraçou fortemente Jacó, e o beijou. E os dois se puseram a chorar.
5 - Dai Esaú viu as mulheres e as crianças, e perguntou: "Quem são estes aí?" "São os filhos
que Deus bondosamente deu a este seu servidor, " respondeu Jacó.
6 - Nesse meio tempo, chegaram as criadas e seus filhos, e se inclinaram diante de Esaú.
7 - Chegaram também Lia e seus filhos, e se inclinaram. Finalmente chegaram Raquel e José,
e se inclinaram.
8 - "Com que intenção você mandou esses rebanhos todos que encontrei?" perguntou Esaú.
Jacó respondeu: "São presentes que lhe mandei, para que você me recebesse bem! "
9 - Disse Esaú: "Ora, eu tenho muitas riquezas, meu irmão. Guarde o que é seu."
10 - "Não, " respondeu Jacó."Queira aceitar o meu presente. Você não imagina o bem que me
faz ver você me recebendo assim! Pois eu estava vindo ao seu encontro como se estivesse
enfrentando o próprio Deus!
11 - "Por favor, aceite o presente que eu lhe trouxe. Pois Deus tem sido muito generoso para
comigo. O que tenho é mais que suficiente para mim." E insistiu tanto, que Esaú acabou aceitando.
12 - "Bem, " disse Esaú."Vamos embora. Eu e os meus homens vamos junto com vocês."
13 e 14 - "Não convém, " disse Jacó."Você vê que as crianças que trago são pequenas. Além
disso, tenho na caravana ovelhas e vacas de leite, com crias muito novas. Se tiverem que
seguir marcha rápida, morrerão. Portanto, é melhor que você vá na frente. Nós iremos mais
devagar, acompanhando o passo natural do gado, e o passo das crianças. Chegando em Seir,
procuraremos você."
15 - "Está bem, " disse Esaú."Mas pelo menos permita que eu deixe alguns dos meus homens
para ajudar a sua gente." "Não é preciso, " falou Jacó."O fato de você me receber bem já é o
bastante para mim."
16 - Assim Esaú começou a viagem de volta para Seir.
17 - Enquanto isso, Jacó rumou para Sucote. Ali Jacó construiu alojamentos para ele e
barracas para os animais. Por isso aquele lugar recebeu o nome de Sucote, que quer dizer
"Barracas".
18 - Completando a viagem de volta de Padã-Harã, Jacó chegou são e salvo à cidade de
Siquém, em Canaã. Chegando lá, Jacó acampou perto da cidade.
19 - Ele comprou o terreno em que montou o acampamento. Era propriedade da família de
Hamor, pai de Siquém. Pagou cem peças de prata pelo terreno.
20 - Jacó construiu ali um altar, ao qual deu o nome de "El-Elohe-lsrael" - que significa" A
Deus, o Deus de Israel".

segunda-feira

CAPÍTULO 34

1 - UM DIA, DINÁ filha de Lia, saiu para conhecer as moças da cidade.
2 - Quando Siquém, filho do rei heveu Hamor, viu Diná, forçou a moça e a humilhou.
3 - Mas ele ficou apaixonado por Diná, e procurou conquistar o afeto dela.
4 - Siquém disse a Hamor, pai dele: "Veja se me consegue a mão dessa moça. Quero casar
com ela."
5 - Jacó ficou sabendo o que tinha acontecido com sua filha Diná. Os filhos dele não souberam,
porque estavam cuidando do gado, no campo. Jacó ficou quieto sobre o assunto, até à volta
dos filhos.
6 - Nesse intervalo, Hamor, o pai de Siquém, foi falar com Jacó.
7 - Quando Hamor estava lá, chegaram os filhos de Jacó. Ao saberem o que tinha acontecido,
ficaram furiosos. O motivo da raiva deles era grave, porque Siquém tinha praticado uma
loucura contra a família de Israel, violentando Diná.
8 - Disse Hamor: "Meu filho Siquém está de fato muito enamorado da moça. Ele quer casar
com ela. Por favor, deixem que se casem.
9 e 10 - "Aliás vai ser bom que fiquemos aparentados. As suas filhas poderão casar com os
filhos do meu povo. E as filhas do meu povo poderão casar com os seus filhos. Moraremos
juntos. Nossa cidade está à disposição de vocês. Podem se estabelecer aqui, negociar e
adquirir propriedades."
11 e 12 - O próprio Siquém falou ao pai e aos irmãos de Diná."Peço que sejam bondosos para
comigo, " disse ele. Deixem que eu case com a moça. Estou disposto a pagar com o dote que
vocês quiserem. Só peço que me concedam Diná em casamento! "
13, 14, 15, 16 e I7 - Os irmãos de Diná responderam com traição a Hamor e a Siquém, por
causa do mal que o rapaz tinha praticado. Disseram: "Não é possível isso. Vocês são
incircuncisos. Seria uma vergonha para ela e para nós, casar com um homem não
circuncidado. Só com uma condição podemos permitir o casamento. É que todos os homens do
seu povo sejam circuncidados. Assim ficarão como nós. Dai sim, poderemos dar nossas filhas a
vocês em casamento, poderemos casar com suas filhas, e viveremos juntos como um só povo.
Se não concordarem, levaremos Diná e iremos embora daqui."
18 - Hamor e Siquém gostaram da idéia.
19 - Siquém tratou de levar logo adiante o plano, porque ele estava muito apaixonado pela
filha de Jacó. Seria fácil convencer o povo, porque Siquém era o mais respeitado membro da
família real.
20 - Hamor e Siquém convocaram os cidadãos para uma assembléia no lugar de costume - à
porta da cidade.
21 - "Aqueles homens são nossos amigos, " disseram eles."É bom que eles morem em nossa
terra e façam aqui os seus negócios. Nosso território é grande. Não será problema o sustento
deles. As filhas deles poderão casar com os nossos filhos, e as nossas filhas com os filhos
deles.
22 - "Eles só impõem uma condição para conviverem conosco. E é que todos os homens da
nossa cidade sejam circuncidados, como eles são.
23 - "Mas, pensem nisto: se concordarmos, tudo o que eles têm será nosso. Tratemos de
concordar com eles, e se estabelecerão aqui."
24 - Os cidadãos concordaram. Começando por Hamor e Siquém, todos os homens foram
circuncidados.
25 - Mas três dias depois, quando as feridas da operação estavam mais doloridas, aconteceu o
que não esperavam. Dois dos irmãos de Diná - Simeão e Levi - tomaram espadas, entraram na
cidade e mataram todos os homens!
26 - Hamor e Siquém também foram mortos. Os dois irmãos tiraram Diná da casa de Siquém e
foram embora com ela.
27 - Depois todos os filhos de Jacó saquearam a cidade - porque a irmã deles tinha sido
violentada.
28 - Levaram com eles os rebanhos, as boiadas, as tropas de jumentos. Levaram tudo que
encontraram dentro da cidade e nos campos ao redor.
29 - Não levaram só os bens, mas também as crianças e as mulheres como prisioneiras. Não
deixaram nada!
30 - Então disse Jacó a Simeão e Levi: "Quanta aflição vocês me causaram! Agora vou ser
odiado pelos que moram nesta terra - pelos cananeus e ferezeus. Somos muito poucos. Será
fácil para eles acabar conosco de uma vez! Eu e a minha família seremos destruídos!"
31 - "Ora'', responderam."E devíamos deixar que ele tratasse nossa irmã como se ela fosse
uma prostituta?!"
CAPÍTULO 35

1 - "MUDE PARA BETEL e fixe residência lá, " disse Deus a Jacó."Chegando lá, faça um altar. É
para prestar culto ao Deus que lhe apareceu quando você estava fugindo do seu irmão Esaú."
2 - Jacó mandou toda a gente dele destruir os ídolos que ainda conservava. Mandou que todos
se lavassem e vestissem roupas limpas.
3 - "Pois vamos para Betel, " disse ele."Lá vamos construir um altar ao Deus que atendeu às
minhas orações no dia do meu sofrimento. Sim, ao Deus que esteve comigo em todo o
caminho por onde andei."
4 - Eles obedeceram. Deram a Jacó todos os ídolos e os brincos que tinham. Jacó enterrou
tudo aquilo debaixo do pé de carvalho que fica perto de Siquém.
5 - Então partiram. E o terror de Deus dominou todas as cidades perto das quais passaram, e
ninguém atacou a caravana de Israel.
6 - Jacó e sua gente chegaram sãos e salvos em Luz - também chamada Betel cidade situada
no território de Canaã.
7 - Jacó construiu ali um altar. Deu ao altar o nome de El-Betel, que significa "Deus de Betel".
Porque foi em Betel que Deus apareceu a Jacó, quando estava fugindo de Esaú.
8 - Depois destes acontecimentos, morreu Débora, a ama de Rebeca. Foi enterrada debaixo de
um pé de carvalho, perto de Betel. Essa árvore se chama AlomBacute, que quer dizer
"Carvalho das Lágrimas".
9 - Tendo voltado de Padã-Arã, Deus apareceu de novo a Jacó e o abençoou.
10 - Disse Deus a ele: "Você não se chamará mais Jacó - isto é, "Suplantador". O seu nome
será Israel - que quer dizer, “Aquele que luta com Deus”.
11 e 12 - "Eu sou o Deus Todo-poderoso, " disse o Senhor."Farei com que você tenha muitos
descendentes que hão de se multiplicar muito, formando uma grande nação. Mais que isso: os
seus descendentes darão muitas nações e muitos reis. E passarei para você, e depois para os
seus descendentes, a terra que dei a Abraão e a Isaque."
13 - Acabando de falar estas palavras, Deus se retirou do lugar em que tinha falado com Jacó.
14 e 15 - Jacó fez um pilar de pedra no lugar onde Deus tinha falado com ele. Depois
derramou vinho e azeite de oliveira no pilar. E deu ao lugar o nome de Betel - ou seja, "Casa
de Deus".
16 - Jacó e a família saíram de Betel e foram a Efrata - que é Belém. Quando faltava pouco
para chegarem, Raquel deu à luz um filho. Sofreu muito durante o nascimento dele.
17 - A parteira procurou animar Raquel, dizendo: "Coragem! Nasceu o menino!"
18 - Raquel estava morrendo, mas conseguiu dar nome ao filho. E o nome que lhe deu foi
Benoni, que significa "Filho da minha tristeza". Em seguida, saiu a alma de Raquel. Jacó deu ao
menino o nome de Benjamim, que quer dizer "Filho da minha mão direita".
19 - Assim morreu Raquel. Foi enterrada ao lado da estrada de Efrata - também chamada
Belém.
20 - Jacó fez um monumento de pedras sobre o túmulo de Raquel. E lá está até hoje.
21 - Feito isso, Israel continuou viagem, e acampou para lá da torre de Éder.
22 - Enquanto estava morando ali, Rúben se deitou com Bila, concubina do pai dele. E Israel
ficou sabendo disso. Esta é a lista dos nomes dos doze filhos de Jacó:
23 - Filhos de Lia: Rúben, o filho mais velho de Jacó, Simeão, Levi, Judá, Issacar e Zebulom.
24 - Filhos de Raquel: José e Benjamin.
25 - Filhos de Bila, criada de Raquel: Dã e Naftali.
26 - Filhos de Zilpa, criada de Lia: Gade e Aser. Estes são os filhos de Jacó, nascidos em Padã-
Arã. '
27 - Finalmente Jacó chegou à casa de seu pai Isaque, em Manre, distrito de Quiriate-Arba -
atual Hebrom. Abraão também tinha morado lá.
28 e 29 - Não demorou e Isaque morreu. Alcançou a bela idade de 180 anos! Isaque morreu e
foi reunido ao povo dele. Esaú e Jacó fizeram o enterro do pai.
CAPÍTULO 36

1, 2 e 3 - ESTA É A LISTA dos descendentes de Esaú - também chamado Edom. Ele casou com
três mulheres em Canaã. Uma delas foi Ada, filha do heveu Bom, Outra foi Oolibama, filha de
Aná e neta do heveu Zibeão, e a terceira foi sua prima Basemate, filha de Ismael, irmã de
Nebaiote.
4 - Esaú e Ada tiveram um filho chamado Elifaz. Esaú e Basemate tiveram um filho chamado
Reuel.
5 - Esaú e Oolibama tiveram filhos chamados Jeús, Jalão e Coré. Todos estes filhos de Esaú
nasceram em Canaã.
6, 7 e 8 - Esaú reuniu as mulheres, os filhos, as filhas, toda a gente a seu serviço, o gado, o
rebanho - tudo o que tinha – e mudou de Canaã. Mudou para outra terra, porque era tanto o
gado dele e o de Jacó, que a terra não dava. Esaú passou a morar no monte Seir.
9 - Estes são os nomes dos edumeus, descendentes de Esaú, moradores do monte Seir:
10, 11, 12 e 13 - Descendentes de Ada, nascidos a Elifaz, filho dela: Temã, Ornar, Zefõ, Gaetã,
Quenaz e Amaleque. Amaleque é filho de Elifaz e sua concubina Timna. Descendentes de
Basemate, nascidos a Reuel, filho dela: Naate, Zerã, Samã e Mizã.
14 - É bom lembrar que Esaú e Oolibama tiveram estes filhos: Jeús, Jalão e Coré.
15 e 16 - Esses netos e filhos de Esaú vieram a ser chefes de grupos de famílias. São eles,
pois, os grupos de famílias de Temã, de Ornar, de Zefô, de Quenaz, de Coré, de Gaetã e de
Amaleque. Todos os grupos de famílias dessa lista são descendentes de Elifaz, o filho mais
velho de Esaú e da Ada.
17 - Agora vem a lista dos grupos de famílias descendentes de Reuel, filho de Esaú e de
Basemate quando moravam em Canaã. São os grupos de famílias de Naate, de Zerã, de Samã
e de Mizá.
18 - Os seguintes grupos de famílias são chamados pelos nomes dos filhos de Esaú e de
Oolibama, filha de Aná. São os grupos de famílias de Jeús, de Jalão e de Coré.
19 - Aí estão, pois, os filhos e netos de Esaú, chefes dos grupos de famílias dos edumeus. Esaú
e Edom são a mesma pessoa.
20 e 21 - Uma das famílias naturais da terra de Seir foi a do homem que deu nome ao
território - Seir, o horeu. Aqui vão os nomes das tribos que descenderam de Seir: a tribo de
Lotã, a tribo de Sobal, a tribo de Zibeão, a tribo de Aná, a tribo de Disom, a tribo de Eser e a
tribo de Disã.
22 - Os filhos de Lotã - filho de Seir são Hori e Homã. Lotã tinha uma irmã chamada Timna.
23 - Filhos de Sobal: Alvã, Manaate, Ebal, Sefô e Onã.
24 - Filhos de Zibeão: Aiá e Aná. Foi Aná que descobriu, as fontes de águas quentes em pleno
deserto. Fez a descoberta quando estava pastoreando os jumentos do pai dele.
25 - Filhos de Aná: Disom e Oolibama - filha.
26 - Filhos de Disom: Hendã, Esbã, Itrã e Querã.
27 - Filhos de Eser: Bilã, Zaavã e Acã.
28 - Filhos de Disã: Uz e Arã.
29, 30 - Aí estão, pois, os nomes dos chefes das tribos dos horeus: Lotã, Sobal, Zibeão, Aná,
Disom, Eser e Disã. Cada tribo teve seu território próprio na terra de Seir.
31, 32, 33, 34, 35, 36, 37, 38 e 39 - Vem agora a lista dos reis de Edom. Eles reinaram antes
de Israel ter tido o seu primeiro rei. Por ordem de sucessão - sucessão acontecida depois da
morte de cada um deles - são: o rei Belá, filho de Beor, da cidade de Dinabá, em Edom. O rei
Jobabe, filho de Zerá, da cidade de Bozra. O rei Husão, da terra dos temanitas. O rei Hadade,
filho de Bedade, da cidade de Avite. Foi Hadade que comandou as forças que derrotaram os
midianitas, quando invadiram o território de Moabe. O rei Samlá, da cidade de Masreca. O rei
Saul, da cidade de Reobote, à margem do rio Eufrates. O rei Baal-Hanã, filho de Acbor. E o rei
Hadar, da cidade de Pau. A mulher de Hadar era Meetabel, filha de Matrede e neta de Mezaabe.
40, 41, 42 e 43 - Aqui está a lista das tribos menores - ou grupos de famílias - descendentes
de Esaú. Viviam nas cidades que levavam os nomes delas. São os grupos de famílias de Timna,
de Alva, de Jetete, de Oolibama, de Elá, de Pinom, de Quenaz, de Temã, de Mibzar, de Magdiel
e de Irã. São estes, pois, os grupos de famílias - ou tribos menores - descendentes de Edom.
Cada um dava o seu nome ao território que ocupava. Todos os membros desses grupos eram
edumeus, ou seja, descendentes de Esaú.
CAPÍTULO 37

1 - ASSIM JACÓ tornou a fixar residência na terra de Canaã, onde o pai dele tinha morado.
2 - Veja agora as coisas que aconteceram a Jacó: José estava com dezessete anos. O trabalho
dele era pastorear os rebanhos com os irmãos dele. Como era muito jovem, ia junto com os
filhos de Bila e de Zilpa, mulheres de Jacó. Quando voltava do campo, José contava ao pai as
coisas más que eles faziam.
3 - Ora, José era o filho preferido de Israel, porque nasceu quando o pai já era muito idoso.
Certo dia José ganhou do pai um fino traje, com belos bordados.
4 - Os irmãos ficaram odiando José, porque notaram que Jacó dedicava mais amor a ele. Já
não conseguiam falar amigavelmente com José.
5 - Uma noite José teve um sonho, que contou aos irmãos. Eles ficaram com mais raiva dele
ainda.
6 - Nas palavras de José, o sonho foi assim:
7 - "Vejam só!, Sonhei que nós estávamos colhendo trigo. Quando estávamos amarrando os
feixes, o meu feixe ficou parado em pé. E não foi só isso. Os seus feixes rodearam o meu e se
inclinaram diante dele!"
8 - Os irmãos responderam: "Você está querendo dizer que vai ser nosso rei? ou que vai
mandar em nós?" Esse foi um dos estranhos sonhos de José. Os irmãos foram ficando cada vez
com mais ódio dele, por causa dos sonhos e das palavras dele.
9 - José contou aos irmãos outro sonho que teve. Disse ele:
"Sabem? Sonhei que o sol, a lua e onze estrelas se inclinaram diante de mim."
10 - O pai estava junto e ouviu o sonho. Repreendeu José por isso, dizendo: "Ora, que significa
isso? Que sonho é esse? Então você acha que eu, a sua mãe e os seus Irmãos vamos ter de
nos Inclinar na sua frente?!"
11 - Os irmãos ficaram com inveja de José. Jacó não esqueceu esse acontecimento. Guardou o
caso no coração, e ficava meditando nele.
12 - Um dia os irmãos de José levaram o rebanho do pai a Siquém, para dar pasto aos
animais.
13 e 14 - Enquanto estavam por lá, Israel chamou José e disse: "Os seus irmãos estão em
Siquém, dando pasto ao rebanho. Vã lã ver como estão eles e o rebanho. Depois venha cá me
dar as notícias de como vão." José obedeceu e partiu do vale de Hebrom para Siquém.
15 - Quando estava procurando os irmãos pelos campos, um homem apareceu por ali."Que é
que você está procurando?" perguntou ele a José.
16 - "Procuro meus irmãos e o rebanho que estão pastoreando, respondeu José."Você sabe
onde eles estão?"
17 - "Sei, " disse o homem."Já não estão aqui. Ouvi quando falavam que iam para Dotã." José
foi para lá e encontrou os irmãos.
18 - Mas quando ia chegando perto de onde estavam, eles viram que vinha vindo e decidiram
acabar com ele!
19 e 20 - "Lá vem o sonhador!" exclamaram."Vamos dar cabo dele e deixar o corpo num
desses poços. Depois diremos ao pai que José foi morto por, um animal selvagem. Então
veremos em que vão dar os sonhos dele!"
21 e 22 - Quando Rúben ouviu o plano dos irmãos, pensou num modo de salvar a vida de
José: Disse ele: "Não vamos matar nosso irmão com nossas próprias mãos! Olhem. Vamos
colocar o rapaz neste poço seco." Rúben disse isso com a intenção de libertar José mais tarde.
23 e 24 - Quando José chegou, os irmãos tiraram a capa colorida dele, e lançaram o moço no
poço seco.
25 - Mais tarde, quando estavam jantando, viram de longe uma caravana de ismaelitas. Ela
vinha de Gileade e ia para o Egito. Os camelos estavam carregados de perfumes, temperos
finos e goma.
26 e 27 - "Vejam!" disse Judá."Que vantagem teremos em matar o nosso irmão? Além de
ficarmos com a culpa, não teremos lucro nenhum. Tratemos de vender José aqueles
ismaelitas." Os irmãos concordaram.
28 - Assim, quando os negociantes passaram por ali, José foi vendido a eles por seus próprios
irmãos! Vinte moedas de prata foi o preço. Feito o negócio, os israelitas continuaram a viagem
para o Egito, levando José com eles.
29 - Rúben não estava junto com os irmãos quando os ismaelitas passaram. Mais tarde ele
voltou lá para tirar José do poço. Quando viu que o rapaz não estava mais no poço, rasgou as
roupas, cheio de aflição!
30 - "José desapareceu! E para onde vou eu agora?!" disse ele.
31 - Então os irmãos mataram um bode, e molharam o traje de José no sangue do animal.
32 - Depois mandaram a roupa cheia de sangue ao pai, com este recado: "Achamos isto no
campo. Veja se é o traje de José ou não."
33 - Jacó reconheceu logo o traje."Sim, " disse ele."É do meu filho. Vai ver que um animal
feroz devorou o pobre José! Decerto ele foi despedaçado!"
34 - E Jacó rasgou as roupas, e se vestiu com pano grosseiro, chorando por muitos dias o filho
morto.
35 - Todos os membros da família tentaram consolar Jacó, mas em vão. Ele não aceitou as
palavras de consolo."Vou chorar a morte do meu filho até morrer, " disse ele. E continuou
lamentando muito a perda de José.
36 - Enquanto isso, chegando ao Egito, os negociantes de Midiã venderam José a Potifar, oficial
do Faraó - rei do Egito. Potifar era o comandante da guarda real.
CAPÍTULO 38

1 - POR ESSE tempo, Judá saiu de casa, mudando para Adulã. Lá ficou morando na casa de
um homem chamado Rira.
2 - Logo ficou conhecendo a filha do cananeu Sua. Casou com ela.
3, 4 e 5 - O casal teve três filhos: Er, Onã e Selá. Quando nasceu Selá, a família estava
morando em Quezibe. O nome de Er foi escolhido pelo pai, e os outros dois, pela mãe.
6 e 7 - Quando Er, o filho mais velho, cresceu, Judá arranjou casamento para ele com uma
jovem chamada Tamar. Como, porém, Er levava uma vida perversa aos olhos do Senhor, o
Senhor mesmo o matou.
8 - Então Judá disse a Onã, irmão de Er: "Case com Tamar, conforme" as nossas leis. Assim,
os filhos que você e ela tiverem serão herdeiros e sucessores de Er".
9 - Onã, porém, não queria ter filhos que não tivessem o nome dele. Por isso, cada vez que se
deitava com Tamar, não completava a relação. Deixava cair no chão ou na cama o líquido
seminal. Fazia isso para não dar descendentes ao finado irmão dele.
10 - Deus reprovou essa atitude, e matou Onã também.
11 - Disse Judá ã sua nora Tamar que não se casasse com ninguém."Vá para a casa dos seus
pais, e espere que Selá, meu filho, cresça", disse ele."Então ele se casará com você." Mas a
intenção de Judá era evitar que acontecesse com o caçula o que tinha acontecido com os dois
irmãos dele. Tamar voltou, pois, para a casa dos pais dela.
12 e 13 - Passou o tempo, e a mulher de Judá morreu. Depois que terminou o período
costumeiro de luto, Judá viajou. Ele e seu amigo Rira, o adulamita, foram a Timna, para
tosquiar as ovelhas. Alguém contou a Tamar: "Sabe? O seu sogro vai a Timna, para tosquiar
ovelhas."
14 - Tamar andava desanimada, porque Selá já era homem, e nem ele nem o pai dele falavam
em casamento.
Então ela trocou de roupa, deixando de se vestir como viúva. Cobriu o rosto com um véu e se
disfarçou bem. Depois ficou sentada ã beira da estrada de Timna, perto da entrada da cidade
de Enaim. Quem ia para Tinma passava por ali.
15 - Quando Judá chegou naquele ponto, viu a mulher, e pensou que fosse uma prostituta -
porque ela estava com o rosto coberto pelo véu.
16 - Judá propôs a Tamar que passasse a noite com ele. Não sabia que era a nora
dele."Quanto você me pagará?'' Perguntou ela.
17 - "Mandarei a você um cabrito do meu rebanho, " respondeu ele."Que garantia me dá de
que mandará o pagamento?", perguntou Tamar.
18 - "Bem, que você quer como garantia?" indagou ele."Quero o seu selo de identificação com
o cordão, e o seu cajado, " respondeu ela. Ele deu a ela essas coisas, e os dois dormiram
juntos. O resultado foi que ela ficou grávida.
19 - Passadas estas coisas, Tamar voltou a se vestir como viúva.
20 - Judá encarregou o amigo adulamita de entregar àquela mulher o cabrito prometido.
Também encarregou Hira de conseguir de volta as coisas que tinha deixado com ela como
garantia. Mas ele não encontrou a mulher.
21 - Perguntou aos homens daquele lugar: "Onde posso encontrar aquela prostituta que ficava
se oferecendo à beira da estrada, perto de Enaim?" "Nunca vimos qualquer prostituta ali, "
respondiam todos.
22 - Voltando para Timna, Hira disse a Judá que não tinha achado a mulher, e lhe contou o que
os homens do lugar tinham dito.
23 - "Pois bem, que ela fique com as minhas coisas, " disse Judá."Fizemos o que podíamos. Se
insistirmos nisso, só vão rir de nós."
24 - Quase três meses mais tarde, contaram a Judá que Tamar, a nora dele, devia ter caído em
adultério, porque estava grávida."Tragam Tamar para fora, para que morra queimada, " gritou
Judá.
25 - Quando estavam fazendo isso, ela mandou um recado ao sogro. O recado dizia: "O dono
deste selo, deste cordão e deste cajado, é o responsável por minha gravidez. Você reconhece
essas coisas?"
26 - Judá admitiu que eram dele, e disse: "Ela é mais correta do que eu. Sim, por que não
cumpri minha promessa de fazer o casamento dela com meu filho Selá." Nunca mais Judá se
deitou com Tamar.
27 e 28 - Chegou o tempo do nascimento. Nasceram gêmeos. Quando apareceu a mão de um
dos bebês, a parteira amarrou Um barbante vermelho no pulso dele, para marcar quem nasceu
primeiro.
29 - Mas o bebê recolheu a mão, e o outro acabou nascendo primeiro."Como foi que você
conseguiu sair?!" exclamou ela. Por essa razão deram a ele o nome de Perez, que quer dizer
"Brecha".
30 - Logo depois nasceu o outro - o que estava com o barbante no pulso. Deram a ele o nome
de Zera, que quer dizer "Luz Nascente".
CAPÍTULO 39

1 - QUANDO JOSÉ foi levado para o Egito, foi vendido pelos ismaelitas a Potifar, oficial do
Faraó, rei do Egito. Potifar era o comandante da guarda.
2 - O Senhor abençoou José, de modo que tinha sucesso em tudo o que fazia, ao prestar
serviços na casa do seu dono Potifar.
3 - Potifar notou isso. Entendeu que o Senhor estava com José de maneira muito especial,
dando bons resultados a tudo quanto fazia.
4 - Assim José foi favorecido por ele. Pouco tempo depois, já estava na posição de
administrador da casa de Potifar, o egípcio, e de todos os bens que ele tinha.
5 - Desde a hora em que José foi nomeado administrador, Deus abençoou Potifar por amor a
José. E tudo foi correndo bem, tanto nos negócios da casa como nas plantações e rebanhos.
6 - Potifar passou a confiar tanto em José, que deixou tudo por conta dele. A tal ponto, que
Potifar não tomava conhecimento de nada. A única coisa que resolvia pessoalmente, era o que
levaria à boca para comer! Tudo mais José dirigia e resolvia! José era também um belo rapaz.
7 - Passado algum tempo, a mulher de Potifar começou a olhar José com interesse carnal.
Chegou mesmo a propor a ele que se deitasse com ela!
8 e 9 - Mas José não caiu na tentação. Disse à mulher: "O meu senhor confiou a mim tudo o
que é dele. Ele nem sabe o que existe na casa, porque deixou comigo a responsabilidade total.
Tanto assim que ele não é mais do que eu nesta casa. E não me proibiu coisa alguma! É claro
que a única coisa que não posso tocar é você, pois é mulher dele. Como poderia fazer essa
maldade? Seria um grande pecado contra Deus!"
10 - A mulher não desistiu. Todos os dias falava com José, querendo a companhia dele.
11 e 12 - Um dia José foi até à casa para cuidar de uns negócios. A mulher estava sozinha.
Ninguém estava por perto. Então ela segurou José pela roupa, dizendo: "Venha deitar comigo!"
Mas José fugiu para fora da casa, e a roupa dele ficou nas mãos da mulher.
13, 14 e 15 - Quando a mulher viu que ele tinha fugido, e que estava com uma peça de roupa
dele, pôs-se a gritar. Os outros homens que trabalhavam na casa chegaram, atendendo aos
gritos dela. Disse a mulher: "Vejam só! O meu marido trouxe para casa esse hebreu, só para
ofender a gente! Pois não é que ele quis me forçar a dormir com ele?! Mas eu gritei o mais alto
que pude. Quando ele viu que eu gritava sem parar, fugiu, esquecendo a roupa dele aqui."
16 - Ela guardou a roupa de José, até quando Potifar voltou para casa.
17 e 18 - Então contou ao marido a mesma história. Disse ela: "Esse escravo hebreu que você
trouxe para casa, veio me ofender. Mas como eu gritei, ele fugiu para fora, deixando a roupa
dele ao meu lado."
19 e 20 - Ouvindo isso, Potifar ficou furioso. Mandou prender José na cadeia usada para os
prisioneiros do rei.
21 - Mas o Senhor estava com José, e derramou Sua bondade sobre ele. O Senhor fez com
que o carcereiro simpatizasse com José.
22 - Assim, o carcereiro encarregou José de cuidar de todos os presos que estavam naquela
prisão. E José fazia tudo o que era preciso fazer ali.
23 - O carcereiro deixou de ter preocupação com o que acontecia na cadeia, porque José
cuidava de tudo. O Senhor estava com ele. Por isso, tudo o que fazia dava certo, e as coisas
corriam bem.

domingo

CAPÍTULO 40

1 - ALGUM TEMPO depois, o chefe dos garçons e o padeiro-chefe do palácio real ofenderam o
rei do Egito.
2 - Foram parar na cadeia, por isso.
3 - Faraó mandou prender os dois na casa do comandante da guarda. Quer dizer que ficaram
na mesma prisão onde estava José.
4 - Ficaram lá presos por algum tempo. O comandante da guarda encarregou José de cuidar
deles.
5 - Aconteceu que, certa noite, os dois prisioneiros sonharam. O chefe dos garçons e o chefe
dos padeiros perceberam que cada sonho tinha um sentido diferente. Eram sonhos que
precisavam de interpretação.
6 e 7 - Na manhã do dia seguinte, José notou que eles estavam preocupados."Que
aconteceu?" perguntou José."Por que vocês estão tristes?"
8 - Eles responderam: "Nós dois tivemos sonhos essa noite, mas ninguém aqui é capaz de
dizer o que eles significam."
"Ora, interpretar sonhos é coisa que pertence a Deus, " disse José."Que foi que vocês
sonharam?"
9, 10 e 11 - O chefe dos garçons contou a José o sonho que tinha tido. Disse ele: "Sonhei que
na minha frente estava um pé de uvas, com três galhos. E vi que a planta estava produzindo
flores e frutas. Os cachos já davam uvas maduras. O copo do rei estava comigo. Então espremi
as uvas no copo e o entreguei nas próprias mãos do Faraó."
12 e 13 - "Eu sei o sentido do sonho, " disse José."Os três galhos simbolizam três dias. Dentro
de três dias, Faraó vai mandar soltar você. E você tornará a trabalhar como chefe dos garçons
do palácio.
14 e 15 - "Agora, escute. Quando sair daqui, faça o favor de falar bem de mim ao rei, para que
me mande soltar. Porque o certo é que fui seqüestrado e trazido para longe do povo hebreu -
ao qual pertenço. E não fiz nada para merecer esta prisão."
16 e 17 - O chefe dos padeiros ficou entusiasmado, quando ouviu a boa interpretação. Por isso
contou o sonho dele a José."No meu sonho, " disse ele, "vi três cestas de pão branco
empilhados em cima da minha cabeça. A cesta de cima estava cheia daquelas coisas gostosas
que o rei costuma comer. Mas as aves vieram e comeram tudo."
18 e 19 - "As três cestas significam três dias, " disse José."Dentro de três dias Faraó vai
mandar cortar a sua cabeça. Depois vai mandar pendurar você num poste, e as aves vão
comer a sua carne!"
20 - Três dias depois se comemorava o aniversário do nascimento de Faraó. Ele deu uma
grande festa a todos os oficiais e a todo o pessoal de serviço no palácio. No meio da festa, o
rei declarou que perdoava o chefe dos garçons, e condenou à morte o chefe dos padeiros.
21 - Assim o chefe dos garçons voltou ao seu trabalho, voltou a servir pessoalmente a Faraó.
22 - Mas o chefe dos padeiros foi morto no alto de um poste - como José tinha dito.
23 - Entretanto, o chefe dos garçons esqueceu José depressa. Não pensou mais nele!
CAPÍTULO 41

1 - DEPOIS DE DOIS anos completos, Faraó teve um sonho. No sonho ele se viu de pé, na
margem do rio Nilo.
2 - E viu sair das águas sete lindas vacas gordas. E elas ficaram pastando no capinzal.
3 e 4 - Viu também sete vacas feias e magras saindo do rio. Foram atrás das gordas e ficaram
paradas perto delas, na beira do rio. Depois as vacas magras comeram as gordas! Nesse
ponto, Faraó acordou.
5 e 6 - Depois dormiu de novo e teve outro sonho. Sonhou que num só talo nasciam sete
espigas cheias e boas. E em seguida nasceram mais sete espigas no mesmo talo, Mas estas
não eram bem desenvolvidas, e estavam queimadas pelo vento leste.
7 - E as espigas feias devoraram as espigas boas. Nisso Faraó acordou, e viu que não passava
de um sonho.
8 - De manhã Faraó ficou preocupado com os sonhos que tinha tido. Mandou chamar todos os
mágicos e todos os sábios do Egito. Contou a eles os sonhos, mas ninguém pôde dizer o
sentido deles.
9 - Só então o chefe dos garçons se lembrou de falar de José a Faraó. Disse ele: "Lembro
agora o meu pecado!
10 - "Já faz tempo, Vossa Majestade ficou irritado comigo e com um colega meu de serviço, o
chefe dos padeiros. Nós dois ficamos presos na cadeia da casa do comandante da guarda.
11 - "Uma noite, nós dois sonhamos, e contamos os nossos sonhos a um jovem hebreu
escravo do chefe da guarda que estava lá, e ele interpretou os dois.
13 - "Pois bem, aconteceu tudo o que ele disse! Eu voltei para para o meu cargo, e o outro foi
enforcado - como aquele moço tinha dito.
14 - Faraó mandou buscar José. Foram logo tirar o preso da cela. José fez a barba, trocou de
roupa, e se apresentou a Faraó.
15 - Disse o rei: "Tive um sonho, e ninguém consegue dizer o que significa. Ouvi dizer que
você é capaz de interpretar sonhos."
16 - "Eu mesmo não posso fazer isso, " disse José."Mas Deus dirá ao rei o sentido do sonho."
17, 18, 19, 20 e 21 - Então Faraó contou o sonho a José."Sonhei que estava de pé, na beira do
rio Nilo. De repente vi que sete vacas belas e gordas saíram do rio e ficaram pastando no
capinzal da margem. Logo depois saíram outras vacas - mas estas eram fracas, feias e
magras. Nunca vi outras vacas tão feias como essas, em todo o território do Egito! E as vacas
magras comeram as gordas! E para meu espanto, notei que as vacas continuaram magras,
depois de terem comido as outras! Então acordei.
22, 23 e 24 - "Mas a coisa não parou aí, " disse o Faraó."Tornei a dormir e tive outro sonho.
Sonhei que de um só talo saíam sete espigas boas e cheias de grãos. Depois nasceram no
mesmo talo sete espigas feias, secas, queimadas pelo vento leste. Aconteceu que as sete
espigas feias devoraram as sete espigas boas. Contei os sonhos aos mágicos, mas ninguém foi
capaz de dizer o sentido deles."
25 - "Os dois sonhos são um só, " disse José."Pelo sonho Deus quis contar a Faraó o que Ele
vai fazer.
26 e 27 - "As sete vacas boas simbolizam sete anos. A mesma coisa as espigas boas, porque o
sonho é só um. Também as sete vacas magras que apareceram depois das vacas gordas
simbolizam sete anos de fome. As espigas feias que apareceram depois das espigas, boas
simbolizam também sete anos de miséria.
28 - "Justamente o que acabo de dizer a Faraó é o que Deus vai fazer, e revelou ao rei.
29, 30 e 31 - "Vamos ter de agora em diante sete anos de muita fartura em todo o território
egípcio. Depois vamos ter sete anos de fome. A miséria será tanta que ninguém vai nem
lembrar a fartura anterior. E a terra ficará morta e sem frutos. A crise será terrível, e a miséria
será grande demais!
32 - "O sonho foi duplo para mostrar que essas coisas foram determinadas por Deus, e que Ele
vai fazer isso logo.
33, 34, 35 e 36 – “Agora dou, esta sugestão a Faraó: "Faraó deve escolher um homem sensato
e inteligente. Ele deverá ter autoridade sobre o país inteiro. O rei deve nomear também
administradores em todas as regiões da nação. Os administradores cobrarão o imposto
especial de um quinto de toda a produção, durante os sete anos de fartura. Toda a mercadoria
recebida será guardada em armazéns e depósitos - como propriedade do rei, Assim o povo
poderá ser sustentado com as provisões de Faraó, durante os sete anos de fome que virão. E a
nação sobreviverá à crise."
37 - Faraó e os seus oficiais gostaram do conselho dado por José.
38 - Mostrando sua apreciação, Faraó disse aos oficiais: "Onde poderíamos achar outro homem
como este? Logo se vê que o Espírito de Deus está nele!"
39 - Depois o rei disse a José: "Como Deus fez você ficar sabendo tudo isto, é claro que não
existe ninguém que seja tão sensato e inteligente como você.
40 e 41 - "Por isso, você será o administrador da minha casa e do meu povo. Todo o meu povo
obedecerá as suas ordens, como se você fosse eu mesmo. Só no trono real eu serei maior do
que você. Digo e repito: Dou autoridade a você sobre todo o território do Egito."
42 e 43 - E para demonstrar bem isso, Faraó passou das palavras à ação. Tirou do dedo o anel
com o timbre do selo real e pôs o anel no dedo de José. Mandou dar a ele finas roupas de
linho, e colocou no pescoço dele um colar de ouro - como era costume entre os homens
poderosos daquele tempo. Faraó saiu com o séqüito real, e fez com que José ocupasse a
segunda carruagem: primeiro o rei e logo depois José! Além disso, o rei mandou gente nafrente,
gritando, a todos: "Prestem homenagem a José! Fiquem inclinados diante dele!" Foi
desse jeito que Faraó deu posse a José, como autoridade superior sobre toda a nação!
44 - Quando parecia que não restava mais nada a Faraó fazer, ele disse a José: "Eu sou Faraó.,
Mas ninguém vai mover a mão ou o pé sem a sua ordem. Quer dizer que, em todo o Egito,
ninguém poderá tomar nenhuma iniciativa sem a sua expressa autorização."
45 - Faraó deu a José o título de Zafenate-Panéia, que quer dizer "Aquele que sustenta a vida"
- título apropriado para o Administrador Geral da nação. E para completar as honrarias, Faraó
deu Azenate em casamento a José. Ela era filha de Potífera, sacerdote de Om. José não perdeu
tempo: tratou de percorrer logo todo o território do Egito.
46 - Nessa ocasião ele estava com trinta anos de idade.
47 - Começaram os sete anos de fartura, e a terra teve enorme produção.
48 - José foi juntando todo o mantimento que pôde, em todo o território do Egito. Isso durante
os sete anos. O mantimento foi guardado nas cidades egípcias, tirado dos campos em
derredor. José fez com que em cada cidade fossem armazenadas as produções das lavouras
que ficavam perto dela.
49 - Assim, foi enorme a quantidade de mantimento que José conseguiu armazenar. Como a
areia do mar! Foi tanto mantimento, que já não podiam contar! Foi além de todas as medidas!
50 - Antes de chegar o período de fome, Azenate, mulher de José, teve dois filhos.
51 - Ao primeiro José, deu o nome de Manassés, que quer dizer "Que Faz Esquecer". Ao dar
esse nome, José disse: "Deus fez com que eu esquecesse a casa do meu pai, e todos os
sofrimentos que tive."
52 - Ao segundo filho José deu o nome de Efraim, que quer dizer "Fruto em Dobro". Disse José
na ocasião: "Deus me fez progredir na terra onde passei por aflições."
53 e 54 - Depois dos sete anos de fartura no Egito, começaram os sete anos de fome, como
José tinha dito. Aconteceu, pois, que todos os países tiveram grande miséria. Só no Egito o
povo tinha com que se alimentar.
55 - Porque, quando o povo egípcio começou a passar necessidades, clamou a Faraó. E a todos
os egípcios que pediam socorro a Faraó, ele dizia: "Procurem José, e façam o que ele disser."
56 - Atendendo à crise geral, José mandou abrir todos os depósitos e começou a vender
mantimento aos egípcios.
57 - Além disso, gente dos outros países vinha ao Egito e comprova provisões de José. Porque
não foi só no Egito, nem só por perto do Egito, que a fome dominou. A fome dominou o mundo
inteiro!
CAPÍTULO 42

1 - JACÓ FICOU sabendo que no Egito não havia falta de mantimento. Então disse aos filhos
dele: "Vocês acham que adianta ficar olhando uns para os outros, sem fazer nada?
2 - "Ouvi dizer, " continuou Jacó, "que o Egito tem cereais armazenados. Vão lá comprar
mantimento, se não, acabaremos morrendo de fome."
3 - Dez irmãos de José foram comprar cereal no Egito.
4 - Jacó não deixou ir Benjamim, o filho menor, irmão de José por parte de pai e de mãe. Jacó
reteve Benjamim, dizendo: "Convém que ele fique, pois poderia acontecer algum desastre a
ele."
5 - Iam caravanas de Canaã para o Egito, para resolver o problema da fome. E lá foram
também os filhos de Israel.
6 - José era o governador do Egito. Era ele que fazia as vendas, e os irmãos de José foram
então à sua presença quando chegaram, e se inclinaram diante dele!
7 - José logo reconheceu os irmãos, mas não disse nada quanto a isso. Falou secamente com
eles, perguntando por meio de intérprete: "De onde vocês vêm?" Eles responderam: "Da terra
de Canaã. Viemos comprar mantimento."
8 - José reconheceu os irmãos dele, mas eles não reconheceram José.
9 - José lembrou os sonhos que tinha tido sobre eles. Disse aos irmãos: "Vocês são espiões.
Estão querendo descobrir os pontos fracos do Egito."
10 - "Não, senhor!" responderam eles."Estes seus servidores vieram aqui para comprar
mantimento, e só.
11 - "Somos todos irmãos, por parte de pai. Somos gente honesta. Não somos espiões."
12 - José insistiu: "Nada disso! O que vieram fazer é outra coisa. Vocês querem conhecer os
pontos fracos do pais."
13 - "Nós, que somos seus servidores, " disseram eles, "somos de uma família de doze irmãos,
todos filhos de um homem que mora em Canaã. Estamos dez aqui. O mais novo de todos ficou
com o pai. O outro não existe mais."
14 - Não adiantou. José continuou dizendo: "Não. Vocês não mudarão o que penso. Vocês são
espiões.
15 - "Bem, " prosseguiu ele, "Há um jeito de provar o que dizem. Mas garanto pela vida de
Faraó - que vocês não sairão daqui enquanto não apresentarem a prova. E a prova é esta:
Tragam aqui o seu irmão mais novo.
16 - "Um de vocês vai buscar o rapaz. Enquanto isso vocês vão ficar detidos aqui. Assim ficará
provado se vocês disseram a verdade. E se não - pela vida de Faraó - terei certeza de que são
espiões."
17 - Dizendo isso, mandou prender todos eles numa cadeia.
18 - Três dias depois, José tornou a falar com eles. Disse: "Vou dar oportunidade a vocês para
salvarem a vida - pois eu tenho temor de Deus, façam isto:
19 - "Se vocês são honestos, deixem um aqui na prisão, enquanto os outros vão levar
mantimento para saciar a fome dos seus familiares.
20 - "Depois voltarão para cá, trazendo o irmão mais novo. Assim vocês provarão o que estão
dizendo, e não serão mortos." Eles concordaram.
21 - Naquela hora os irmãos de José lembraram o mal que tinham feito."Bem merecemos o
que está acontecendo, " disseram."Pesa sobre nós a culpa do que fizemos ao nosso irmão.
Vimos quanto ele sofreu! Ele suplicava tanto que tivéssemos dó, e nós não fizemos caso! Agora
estamos pagando tudo. Agora passamos por esta angústia!"
22 - "Vocês decerto lembram o que falei na ocasião, " disse Rúben."Eu disse que não
pecassem contra o rapaz. Mas vocês não quiseram escutar. Pois agora vejam! Temos de pagar
pelo sangue dele!"
23 - Eles nem desconfiaram que José estava entendendo tudo o que falavam. Não
desconfiaram porque, quando José falava com eles, usava intérprete, como se não soubesse a
língua dos hebreus.
24 - José saiu um pouco, e chorou. Depois voltou para falar com os irmãos, e algemou Simeão
na frente deles.
25 - José deu ordens para que enchessem de cereal os sacos que os irmãos dele tinha trazido
para as compras. Mandou devolver o pagamento deles, colocando o dinheiro dentro dos sacos
de mantimento. Além disso, mandou preparar alimento para a viagem deles. Os criados
fizeram tudo o que José mandou.
26 - Os filhos de Jacó puseram os sacos de mantimento nos lombos dos jumentos, e foram
embora.
27 - Quando estavam alojados numa hospedaria da estrada, um dos irmãos foi alimentar o
jumento dele. Ao abrir um saco para tirar cereal, achou o dinheiro na boca do saco.
28 - "Vejam só!", disse ele."Devolveram o meu dinheiro! Encontrei na boca do saco de
mantimento." Os outros quase desmaiaram. Ficaram olhando uns para os outros, cheios de
medo. E disseram: "Que será que Deus quer fazer conosco?"
29 - Continuaram a viagem para a terra de Canaã. Chegando em casa, contaram ao pai tudo o
que tinha acontecido.
30 - "O governador do Egito foi duro conosco, " disseram eles a Jacó."Ele ficou dizendo que
estávamos lá como espiões!
31 e 32 - "Nós dissemos: 'Somos gente honesta. Não somos espiões! Somos doze irmãos por
parte de pai. Um não existe mais, e o menor está em casa, na terra de Canaã. '
33, 34 - "Mas aquele homem, que é a maior autoridade do Egito, respondeu: 'Só vejo um
modo de vocês provarem que são honestos. Um de vocês fica detido aqui. Os outros podem ir
para casa, levando mantimento para socorrer as famílias de cada um. Depois vocês vão ter de
voltar para cá, trazendo o irmão mais novo. Se fizerem isso, ficará provado que estão sendo
sinceros. Aí soltarei o seu irmão, e vocês poderão negociar à vontade no Egito. '"
35 - Depois de contarem a história toda, despejaram os sacos de mantimento no depósito. Aí
viram o dinheiro de todos eles, amarrado em pequenos pacotes. O pai e os filhos ficaram
cheios de medo.
36 - Então Jacó: "Vocês me deixaram sem dois filhos. José não existe mais, e Simeão está
longe. E agora querem levar Benjamim! Como posso agüentar todas estas coisas?!"
37 - Foi quando Rúben falou ao pai: "Pode deixar que eu levo Benjamim, e o trago de volta. Se
eu não cumprir minha palavra, pode matar os meus dois filhos!"
38 - "O meu filho não sairá daqui com vocês, " respondeu Jacó."Morreu o irmão dele, e ele
ficou sozinho. É o que me resta. Se ele for e acontecer algum desastre com ele na viagem,
vocês me farão morrer cheio de tristeza!"
CAPÍTULO 43

1 - A FOME continuava, e cada vez mais grave!
2 - Depois de algum tempo, acabou a provisão que os filhos de Israel tinham trazido do Egito.
Disse Jacó a eles: "Vocês precisam ir lá de novo, para comprar mais mantimento."
3, 4 e 5 - Disse Judá: "Não dá, pai! O governador falou de um jeito que não deixa dúvidas. Ele
afirmou: 'Não adianta nem querer falar comigo, se o seu irmão menor não vier Junto."Por isso,
se o senhor resolver deixar Benjamim ir conosco, nós vamos. Se não, não. Pois, como já disse,
o governador afirmou que não nos receberá, se o nosso irmão mais novo não for conosco."
6 - "Por que vocês tinham que falar a ele de Benjamim?", disse Jacó."Por que me feriram deste
jeito?"
7 - "E que o homem ficou perguntando e perguntando, " disseram eles."Quis saber tudo sobre
nós e os nossos parentes. Ele perguntou: 'Seu pai é vivo? Vocês têm outro irmão? E assim por
diante. Só respondemos às perguntas dele. Como podíamos adivinhar que ele ia sair com esta
exigência: 'Tragam o seu irmão'?"
8, 9 e 10 - Judá tornou a falar com seu pai Israel. Disse ele: "Deixe o rapaz aos meus
cuidados. Sairemos logo para trazer alimento - para que não morramos de fome, nem nós,
nem o senhor, nem as nossas crianças. Eu fico responsável por ele. O senhor me fará prestar
contas. Se eu não trouxer de volta Benjamim são e salvo, pode lançar sobre mim a culpa toda.
E poderá me tratar como culpado para sempre. Mas não nos faça demorar mais! Se
tivéssemos ido, já estaríamos de volta a estas horas!"
11, 12, 13 e 14 - "Parece que não tenho escolha, " disse Israel."Como tem de ser assim, assim
será. Mas tratem de levar os melhores presentes possíveis para aquele homem. Levem dos
produtos mais preciosos deste território. Levem mel, perfumes finos, ervas e sementes
aromáticas, goma e amêndoas. Não se esqueçam de levar dinheiro em dobro. Assim poderão
devolver o pagamento da primeira compra e garantir bem a compra que agora vão fazer. Pode
ser que o dinheiro que veio nos sacos tenha sido posto lá por engano. Levem dinheiro
suficiente. E levem Benjamim. Preparem tudo depressa, e comecem logo a viagem para o
Egito. Que o Todo-poderoso Deus derrame graça e misericórdia sobre vocês, ao encontrarem
aquele homem. Para que ele liberte Simeão e deixe Benjamim voltar com vocês. Aqui fico eu
esperando. E se tiver de perder meus filhos, que perca!"
15 - Os homens pegaram os presentes e o dinheiro em dobro. Depois dos preparativos, saíram
para o Egito. E Benjamim foí também. Logo que chegaram, foram falar com o governador José.
16 - Quando José viu que Benjamim estava entre eles, deu ordens ao mordomo da casa dele.
Disse: "Leve estes homens para casa e prepare um grande almoço. Mande matar umas
cabeças de gado para isso. Prepare bem tudo, porque estes homens vão almoçar comigo hoje,
ao meio-dia."
17 - O mordomo obedeceu, e levou os homens para a casa de José.
18 - Os filhos de Israel ficaram com medo, quando viram que estavam na casa do governador
geral do Egito. Diziam uns aos outros: "Estamos aqui por causa do dinheiro que voltou conosco
nos sacos de mantimento. Decerto ele vai fazer acusação contra nós, vai transformar a gente
em escravos, e vai confiscar os nossos jumentos."
19 - Resolveram falar com o mordomo sobre isso, ali mesmo, à entrada da casa.
20, 21 e 22 - Disseram: "Ah, senhor! Uma vez, viemos comprar mantimento. Compramos,
pagamos e fomos embora. Quando paramos numa hospedaria, encontramos todo o dinheiro
nos sacos de mantimento. Agora estamos aqui de novo, e trouxemos de volta aquele dinheiro.
Isso, além do dinheiro para comprar mais mantimento. Não sabemos quem colocou o dinheiro
nos sacos."
23 - Mas o mordomo disse: "Fiquem tranqüilos. Não tenham medo. O Deus de vocês e dos
seus pais é que deu o precioso presente que vocês acharam nos sacos de cereais. O
pagamento que vocês fizeram chegou às minhas mãos. As contas estão em ordem." Dizendo
isto, o mordomo soltou Simeão e o levou à presença deles.
24 - Depois, fez os homens entrarem na casa de José. Ofereceu água para se lavarem, e deu
ração aos jumentos.
25 - Os filhos de Jacó se lavaram, e prepararam o presente para dar ao governador, quando
ele chegasse em casa. Porque tinham ficado sabendo que José viria ao meio-dia para almoçar
com eles.
26 - Quando o dono da casa chegou, eles deram a ele o presente, e ficaram inclinados diante
dele, com os rostos em terra.
27 - José quis saber como estavam eles, e em seguida perguntou: "Vocês me falaram do seu
velho pai. Como vai ele? Ainda vive?"
28 - "O seu servidor, nosso pai, vive ainda, e vai bem, " responderam eles. E tornaram a
baixar a cabeça, continuando inclinados.
29 - José dirigiu a atenção para Benjamim, irmão dele por parte de pai e de mãe. Perguntou
aos outros: "Vocês me falaram também do seu irmão mais novo. É este?" E sem esperar
resposta, disse a Benjamim: "Deus o abençoe, meu filho, e lhe dê a graça divina."
30 - Nesse ponto, José não agüentava mais a emoção. Saiu às pressas, procurando um lugar
para chorar. Estava tremendo por dentro! Correu para um quarto, e chorou.
31 - Depois se lavou e saiu. Conseguiu dominar as emoções, e mandou servir o almoço.
32 - Embora estivessem à mesma mesa, foram servidos separadamente. Primeiro José, depois
os irmãos dele, e depois os egípcios que estavam almoçando ali. Porque os egípcios não
podiam comer junto com hebreus. Seria uma verdadeira mancha na vida deles, se fizessem
isso!
33 - José determinou os melhores lugares - na frente dele - para o irmão mais velho e para o
mais novo. Isto causou certo espanto aos filhos de Israel.
34 - Na hora da distribuição das porções, notaram que a porção dada a Benjamin era cinco
vezes mais do que a dos outros. O almoço foi alegre. Os irmãos de José comeram e beberam
bem, e passaram bons momentos com ele.
CAPÍTULO 44

1 e 2 - MAIS TARDE José deu novas ordens ao mordomo. Disse ele: "Dê a estes homens o
máximo de mantimento que eles puderem levar. Ponha o dinheiro deles na boca de cada saco
de cereal. Agora preste atenção! Ponha o meu copo de prata na boca do saco de mantimento
do rapaz mais novo, junto com o dinheiro do pagamento. E foi feito tudo o que José mandou.
3 - Os irmãos saíram de manhã de volta para casa, levando os jumentos carregados de
provisões.
4 e 5 - Ainda não estavam muito longe da cidade, quando José disse ao mordomo: Vá atrás
daqueles homens. Quando os alcançar, diga: "Por que vocês agiram mal assim? O meu senhor
foí tão generoso com vocês! Por que roubaram coisas dele? Até o copo que ele usa para as
adivinhações! Vocês agiram mal mesmo!"
6 - O mordomo foi e fez o que José mandou.
7, 8 e 9 - "O que você quer dizer com tudo isso?" disseram os homens."Que espécie de gente
você pensa que somos, para nos acusar desse jeito? Não devolvemos o dinheiro que achamos
nos sacos de mantimento? Então, por que haveríamos de roubar prata ou ouro da casa do seu
senhor? Pois bem, se você achar o tal copo com algum de nós, que morra o culpado! E os
restantes serão escravos do seu senhor para sempre!"
10 - "Toda essa proposta está bem, " disse o homem, "menos uma coisa: só o ladrão ficará
como escravo. Os outros poderão ir embora livremente."
11 - Trataram de baixar logo os sacos ao chão, abrindo um por um.
12 - O mordomo examinou as cargas, começando da carga do mais velho e indo até à do mais
novo. E para espanto geral, encontrou o copo no saco de mantimento de Benjamim!
13 - Os filhos de Israel rasgaram as roupas, de desespero, carregaram os jumentos e voltaram
para a cidade.
14 - José ainda estava em casa quando chegaram Judá e os irmãos dele. E os hebreus se
lançaram ao chão, diante dele.
15 - "O que vocês estavam querendo fazer?", perguntou José."Vocês não sabiam que eu sou
capaz de adivinhar o que aconteceu? "
16 - Disse Judá: "Nem sabemos o que responder ao meu senhor! Que poderíamos falar? Como
poderíamos provar que somos inocentes? Deus nos está castigando por nossos pecados.
Senhor, aqui estamos. Somos seus escravos, nos todos, incluindo aquele que estava com o
copo de prata."
17 - "De modo nenhum!" disse José."Não seria justo. O homem que roubou o copo ficará como
meu escravo. Os outros estão livres, e poderão ir para casa, para o seu pai."
18 - Então Judá chegou mais perto dele e disse: "Ah, meu senhor! Deixe-me dizer uma
palavra. Bem sei que me pode destruir num instante, como se fosse o próprio Faraó!
19 - "O meu senhor perguntou se tínhamos pai ou irmão, e nós dissemos que sim.
20 - "Dissemos: 'Nosso pai já é bem idoso. E com ele ficou o filho mais novo que nasceu
quando o pai já tinha bastante idade. Eram dois irmãos, por parte de pai e de mãe. Só ficou
ele, porque o outro morreu. E o pai gosta demais dele!'
21 - "Mas o senhor disse a estes seus servos: 'Tragam o rapaz, para que eu o veja. '
22 - "Nós dissemos: 'Senhor, o moço não pode sair de perto do pai, se não, ele morre!'
23 - "Mas o senhor nos disse: 'Se o seu irmão mais novo não vier, nunca mais receberei vocês.
'
24 - "Assim, voltamos para casa e transmitimos as suas palavras ao nosso pai.
25 e 26 - "Quando ele nos mandou comprar mais mantimento no Egito, nós dissemos: 'Não
podemos ir sem o nosso irmão mais novo. Só iremos se ele for também. Porque o governador
afirmou que não nos receberia, se fôssemos sem o rapaz. '
27, 28 e 29 - "A isso nosso pai nos disse: 'Vocês sabem que minha mulher me deu dois filhos.
Um deles desapareceu. Acabei achando que ele foi despedaçado por algum animal selvagem.
Se levarem este outro embora, e se acontecer algum desastre a ele, morrerei com o coração
cheio de tristeza. '
30 e 31 - "Ah, senhor, " - continuou Judá - "se eu voltar sem o rapaz! Quando o nosso pai
perceber que Benjamim não está conosco, morrerá certamente. Porque está muito apegado ao
rapaz. E por nossa culpa os cabelos brancos do nosso pai irão com tristeza para o túmulo!
32 - "Senhor, eu me ofereci a meu pai para tomar conta de Benjamim. Disse eu: 'Se eu não
trouxer o moço de volta, carregarei a culpa para sempre. '
33 e 34 - "Agora, o que peço, senhor, é isto: Deixe que eu fique aqui como escravo, no lugar
do rapaz, e deixe que ele volte para casa com os outros irmãos. Pois, como eu poderei encarar
o meu pai, se Benjamim não for comigo? Eu não suportaria ver o sofrimento do meu pai!"