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quarta-feira



CAPITULO 1

1 e 2 - SAUL ESTAVA MORTO e Davi tinha voltado a Ziclague depois de matar os amalequitas.
Três dias mais tarde veio do exército israelita um homem com as roupas rasgadas e terra
sobre a cabeça, como sinal de tristeza. Ele caiu ao chão diante de Davi como prova de muito
respeito.
3 - "De onde vem você?" Davi perguntou. "Venho do exército israelita" o homem
respondeu.
4 - "Que foi que aconteceu?" Davi perguntou. "Diga-me como foi a batalha." E o homem
respondeu: "Nosso exército inteiro fugiu. Milhares de homens estão mortos e feridos no
campo, e Saul e seu filho Jônatas foram mortos."
5 - "Como é que você sabe que estão mortos?"
6 - "Porque eu estava no monte Gilboa e vi que Saul estava apoiado sobre sua lança com os
carros inimigos cercando-o por todos os lados.
7 - Quando ele me viu, chamou-me para junto dele, e fui atender.
8 - “Quem é você?” ele perguntou. “Um amalequita”, respondi.
9 - “Venha cá e me livre desta miséria”, pediu, “pois estou num terrível sofrimento, mas a
minha vida não termina”.
10 - "Então eu o matei, porque sabia que ele não tinha condições de viver depois, tomei a sua
coroa e uma das suas pulseiras para trazer aqui ao meu senhor."
11 - Davi e seus homens rasgaram suas vestes em sinal de tristeza quando ouviram a notícia.
12 - Eles lamentaram, choraram e jejuaram o dia todo por Saul e seu filho Jônatas, pelo povo
do Senhor, e pelos homens de Israel que morreram naquele dia.
13 - Então Davi perguntou ao moço que havia trazido a notícia: "De onde é você?" E ele
respondeu: "Sou filho de um estrangeiro, um amalequita."
14 - "Por que você matou o rei escolhido de Deus?" perguntou Davi.
15 - Então Davi disse a um dos seus moços: "Mate esse homem!" E o moço se atirou com sua
espada sobre o amalequita e o matou.
16 - "Você morre por sua própria condenação", disse Davi, "pois você mesmo confessou que
matou o rei escolhido de Deus."
17 e 18 - Davi chorou muito e mais tarde escreveu um hino triste para Saul e Jônatas,
ordenando que o hino fosse cantado por todo o Israel. Ele é copiado aqui do livro Baladas
Heróicas.
19 - Ó Israel, teu orgulho e alegria estão mortos sobre os montes; Heróis poderosos caíram.
20 - Não contes aos filisteus, para que eles não se alegrem. Esconde isso das cidades de Gate
e de Ascalom, para que as nações que adoram deuses falsos não se riam em triunfo.
21 - Ó monte Gilboa, não caia orvalho nem chuva sobre ti, não haja plantação de cereais nas
tuas encostas. Pois ali o poderoso Saul morreu; Ele não é mais o rei escolhido de Deus.
22 - Tanto Saul como Jônatas matavam a seus mais fortes inimigos, e nunca voltavam das
batalhas com as mãos vazias.
23 - Quanto eles eram amados, e quão maravilhosos eram. Tanto Saul como Jônatas! Eles
estiveram juntos na vida e na morte. Eram mais velozes do que as águias, mais fortes do que
os leões.
24 - Mas agora, ó mulheres de Israel, chorem por Saul; Ele enriqueceu vocês, com finas
roupas e ornamentos dourados.
25 - Esses poderosos heróis caíram no meio da batalha. Jônatas foi morto lá nas montanhas.
26 - Como eu choro por você, meu irmão Jônatas; Quanto eu o amava! E o seu amor por mim
era mais profundo do que o amor de mulheres!
27 - Os poderosos caíram, despojados de suas armas, e morreram.

CAPITULO 2

1 - DEPOIS DISTO DAVI perguntou ao Senhor: "Devo mudar-me para alguma cidade de Judá?"
E o Senhor respondeu: "Sim, deve." "Para que cidade então irei?" continuou Davi. "Para
Hebrom," respondeu o Senhor.
2 - Então Davi e suas esposas – Ainoã, de Jezreel, e Abigail, a viúva de Nabal, do Carmelo -
3 - e ainda os seus homens com suas famílias, foram todos de mudança para Hebrom.
4 - Ao chegarem ali, Davi foi coroado rei do povo de Judá. Quando Davi foi informado de que
os homens de Jabes-Gileade tinham feito o sepultamento de Saul,
5 - mandou este recado a eles: "Deus abençoe vocês por terem sido leais ao seu rei, dando a
Saul um sepultamento decente.
6 - Deus seja misericordioso e derrame sobre vocês muitas provas do seu amor! Eu também,
de minha parte, serei generoso com vocês pelo bem que praticaram.
7 - E agora, peço a vocês que sejam meus fortes, valentes e leais guerreiros, pois o rei Saul já
está morto, e os homens de Judá já me confirmaram como o novo rei."
8 - Porém Abner, o comandante-chefe do exército de Saul, tinha ido a Maanaim para coroar o
filho de Saul, Is-Bosete, rei sobre
9 - Gileade, Aser, Jezreel, Efraim, Benjamim e sobre todo o Israel.
10 e 11 - Naquela época ls-Bosete estava com quarenta anos de idade. Reinou em Maanaim
por dois anos, enquanto Davi, em Hebrom, reinou sobre Judá por sete anos e meio.
12 - Um dia, o general Abner dirigiu uma parte do exército de Is-Bosete de Maanaim para
Gibeom;
13 - e o general Joabe (filho de Zeruia), por sua vez dirigiu as tropas de Davi ao encontro do
general Abner. Encontraram-se na represa de Gibeom, onde se defrontaram, ficando o exército
de Abner do lado de lá da represa; o exército de Joabe, do lado de cá.
14 - Então Abner fez uma proposta a Joabe: "Deixemos que alguns soldados do seu exército
lutem com alguns do meu exército! Vejamos o resultado". Joabe concordou;
15 - assim, foram escolhidos doze homens de cada lado para uma luta de vida ou morte.
16 - Cada qual atacava o seu adversário agarrando-o pelos cabelos e enterrava a espada em
seu corpo; a luta foi de tal modo dura, que todos caíram mortos. A esse lugar do combate foi
dado o nome de Campo das Espadas.
17 - Então os dois exércitos começaram a lutar um contra o outro; no fim do dia Abner,
general do exército de Israel, foi derrotado por Joabe, o comandante do exército de Davi.
18 - Abisai e Asael, irmãos de Joabe, tomaram parte na batalha. Asael, que era ligeiro e corria
como uma cabra dos montes,
19 - começou a perseguir Abner. Ele corria sem parar, sempre atrás de Abner.
20 - Abner olhou para trás, e vendo que alguém o perseguia, gritou: "Por acaso você é Asael?"
"Sim", respondeu ele: "sou Asael."
21 - "Então persiga a outra pessoa e não a mim!" Abner implorou. "Procure vencer algum
soldado comum e capturar suas armas". Porém Asael não deu ouvidos e continuou na sua
perseguição.
22 - De novo Abner gritou para ele. "Saia de trás de mim! Como é que poderei enfrentar seu
irmão Joabe se eu tiver de matar você, Asael?"
23 – Mas, Asael se recusou a atender. Então Abner o atacou com a parte traseira da lança que
atravessou o corpo de Asael. Ele tombou ao chão e morreu. Todos os que ali chegavam
paravam ao lado do seu corpo.
24 - Depois disso Joabe e Abisai saíram em perseguição a Abner. Ao pôr-do-sol eles chegaram
ao monte Amá, perto de Gia, ao lado do caminho que levava ao deserto de Gibeom.
25 - Os soldados de Abner, da tribo de Benjamim, reuniram-se no alto de uma colina;
26 - então Abner gritou a Joabe: "É justo que nossas espadas continuem a matar uns aos
outros? As coisas vão piorar para todos nós. Já não está na hora de mandar seus homens que
parem de perseguir a seus irmãos?"
27 - E Joabe respondeu em alta voz: "Deus é testemunha de que mesmo que você não tivesse
falado, nossos homens voltariam para casa amanhã cedo."
28 - E fazendo soar sua trombeta, seus homens pararam de perseguir as tropas de Israel.
29 - Nessa noite Ábner e seus homens marcharam pelo vale do Jordão, atravessaram o rio, e
marcharam durante a manhã até chegar a Maanaim.
30 - Joabe voltou com seus homens para suas casas, menos dezenove deles que tombaram na
peleja, sem contar Asael.
31 - Porém dos homens de Abner, trezentos e sessenta, todos da tribo de Benjamim, foram
mortos.
32 - Joabe e seus homens levaram o corpo de Asael para Belém, e o sepultaram ao lado de
seu pai. Viajaram de volta a noite toda, chegando a Hebrom quando o dia ia amanhecendo.

CAPITULO 3

1 - ESSE FOI O começo de uma longa guerra entre os seguidores de Saul e os de Davi.
Entretanto, o reino de Davi ficava cada vez mais forte, enquanto o lado de Saul se tornava
cada vez mais fraco.
2 - Enquanto Davi estava em Hebrom nasceram-lhe seis filhos. O primeiro chamava-se
Amnom, e era filho de Ainoã, de Jezreel.
3 - Depois vinha Quileabe, filho de Abigail, a viúva de Nabal, do Carmelo; o terceiro era
Absalão, filho de Maaca, filha de Talmai, rei de Gesur.
4 - O quarto, Adonias, filho de Hagite; o quinto, Sefatias, filho de Abital; e 5 o sexto era
Itreão, filho de Eglá. Todos estes nasceram em Hebrom.
6 - À medida que a guerra continuava, Abner se tornava cada vez mais poderoso como chefe
do exército de Saul.
7 - Abner, abusando da sua posição, tomou para si uma jovem chamada Rispa, que era uma
das prediletas de Saul. Quando Is-Bosete soube disso, chamou a atenção de Abner.
8 - Abner não gostou e chegou mesmo a ficar furioso com Is-Bosete. "Por acaso sou um cão
judeu para ser tratado dessa maneira?" gritou Abner. "Depois de tudo o que fiz por você e por
seu pai Saul; depois de eu ter livrado os seus homens das mãos de Davi - é essa a
recompensa que recebo? É justo, depois de tudo, que você me chame a atenção por causa de
uma mulher?
9 e 10 - Deus é testemunha de que vou fazer tudo para tirar de você o poder, desde Dã até
Berseba; entregarei o seu reino a Davi, e assim serão cumpridas as promessas do Senhor,
feitas a Davi."
11 - Is-Bosete nada respondeu, pois teve medo das palavras de Abner.
12 - Então Abner mandou mensageiros a Davi propondo um acordo - ele entregaria o reino de
Israel a Davi e em troca, ele, Abner, seria nomeado comandante-chefe dos dois exércitos
unidos: o de Israel e o de Judá.
13 - "Muito bem", respondeu Davi; "farei o acordo com você, mediante uma condição: quero
que me traga minha esposa Mical, filha de Saul"
14 - E Davi mandou este recado para Is-Bosete: "Mande-me de volta minha mulher Mical, pois
eu a comprei em troca da vida de cem filisteus."
15 - Então Is-Bosete tirou Mical de seu marido Paltiel, filho de Laís e a enviou a Davi.
16 - Paltiel, chorando, acompanhou a sua mulher até Baurim. Então Abner lhe disse: "Volte
para casa agora, Paltiel." E ele voltou.
17 - Abner havia conversado com os chefes de Israel lembrando que por muito tempo eles
tinham desejado Davi como rei do seu povo.
18 - "Está na hora!" disse Abner a eles. "Pois estas são as palavras do Senhor: 'Davi é quem
vai livrar o meu povo das mãos dos filisteus e de quaisquer outros inimigos."
19 - Abner conversou também com os chefes da tribo de Benjamim; depois foi a Hebrom
relatar a Davi a boa vontade que havia conseguido do povo de Israel e de Benjamim.
20 - Havia vinte homens na companhia de Abner; Davi os recebeu com um grande banquete.
21 - Ao despedir-se, Abner disse a Davi: "Prometo que reunirei o povo todo de Israel; e você
será feito rei, conforme sempre desejou". E Davi deixou que Abner voltasse em paz.
22 - Logo depois que Abner partiu em paz, Joabe e alguns dos soldados de Davi voltaram de
um assalto, trazendo com eles muita coisa que conseguiram tomar do inimigo.
23 - Quando Joabe soube que Abner havia estado com o rei Davi, e que havia voltado em paz,
são e salvo,
24 e 25 - procurou imediatamente o rei, e assim lhe falou: "Ó rei Davi! que foi que fez? Que
significa deixar Abner ir-se embora em paz? Sabe perfeitamente que ele veio aqui como
espião, para nos sondar! É certo que ele vai voltar para nos atacar!"
26 - E Joabe mandou mensageiros atrás de Abner, dizendo a ele para voltar. Os mensageiros
alcançaram Abner perto do poço de Sirá e o trouxeram de volta à presença de Joabe sem que
Davi soubesse.
27 - Quando Abner chegou a Hebrom, Joabe o chamou para um lado, perto do portão da
cidade, como se tivesse um assunto particular a tratar com ele. Assim que se viram a sós,
Joabe puxou a espada, e com ela feriu a Abner na barriga matando-o. Joabe agiu dessa forma
para vingar a morte de Asael, seu irmão, a quem Abner matou.
28 - Quando Davi soube do acontecido, declarou: "Deus sabe que eu e meu povo não
tomamos parte nesse crime praticado contra Abner.
29 - Joabe e sua família são os culpados. Espero que cada um de seus filhos seja castigado
com doenças como câncer, lepra, incapacidade de ter filhos, aleijões pelo corpo; e até mortes
pela espada e pela fome haverá na família de Joabe!"
30 - Joabe e seu irmão Abisai foram, pois, responsáveis pelo assassinato de Abner. Eles
vingaram a morte do irmão Asael na batalha de Gibeom.
31 - Então Davi ordenou a Joabe e a todos os que estavam com ele: "Vão à frente do cortejo
fúnebre para o cemitério; chorem e lamentem a morte de Abner". E o rei Davi também
acompanhou o enterro até ao cemitério. 32 - Abner foi sepultado em Hebrom. O rei e todos os
acompanhantes choraram ao lado da sepultura.
33 e 34 - "Ó Abner! Por que era preciso que você morresse como um perverso, como se fosse
um homem mau?" lamentava o rei, "Suas mãos não estavam atadas, Nem seus pés estavam
amarrados - Você foi assassinado - Vitima de uma traição." E todo o povo chorou e chorou
novamente a morte de Abner.
35 e 36 - No dia do sepultamento, Davi se recusou a comer. Então, depois do enterro
insistiram com ele para que tomasse pelo menos um pouco de sopa. Porém Davi não aceitou,
pois havia prometido a si mesmo somente comer depois do pôr-do-sol. Todos os que notaram
isso, concordaram com ele; aliás, tudo o que o rei fazia parecia certo aos olhos de todos!
37 - As nações de Judá e Israel, pela atitude de Davi, imediatamente entenderam que ele não
era em nada responsável pela morte de Abner.
38 - Davi disse ao seu povo: "Um grande chefe, um grande homem tombou hoje em Israel;
39 - e mesmo sendo eu um rei escolhido por Deus, nada posso fazer contra esses dois filhos
de Zeruia - Joabe e Abisai. Porém eles estão nas mãos de Deus, que saberá como fazê-las
pagar pelo seu crime."

CAPITULO 4

1 - QUANDO O REI Is-Bosete soube da morte de Abner em Hebrom, ficou paralisado de medo;
seu povo também ficou grandemente assustado.
2 e 3 - O rei Is-Bosete passou o comando das tropas a dois irmãos, Baaná e Recabe, os quais
já eram capitães de grupos de assalto do exército. Eram filhos de Rimom, que era de Beerote
em Benjamim. O povo de Beerote era considerado como pertencente a Benjamim, mesmo
depois de haver fugido para Gitaim, aonde moram agora.
4 - Saul tinha um netinho aleijado, chamado Mefibosete, filho do príncipe Jônatas. Ele estava
com cinco anos de idade quando Saul e Jônatas foram mortos na batalha de Jezreel. Ao ouvir a
notícia da morte dos dois, a ama de Mefibosete, apavorada, tomou o menino nos braços e
fugiu com ele; na corrida, porém, ela caiu e derrubou o menino; em conseqüência do tombo
ele ficou aleijado.
5 - Um dia, quando o sol ia alto e o calor era forte, Recabe e Baaná foram ao palácio de Is-
Bosete que estava dormindo.
6 e 7 - Entraram na casa como se fossem à despensa em busca de trigo; mas, sem serem
percebidos, entraram no quarto de dormir de Is-Bosete e o feriram na barriga, matando-o.
Cortaram a sua cabeça e fugiram com ela pelo deserto, e assim escaparam durante a noite.
8 - Levaram a cabeça de Is-Bosete e a apresentaram ao rei Davi em Hebrom. "Veja, ó rei
Davi!" exclamaram eles. "Aqui está a cabeça de Is-Bosete, o filho do seu inimigo Saul, aquele
que tentou matá-lo. Deus hoje concedeu ao rei vingança sobre Saul e toda a sua família! "
9 - Mas Davi respondeu: "Deus que me livrou dos meus inimigos é testemunha de que
10 - aquele que me trouxe a notícia da morte de Saul pensando que eu ia me alegrar com ela,
foi morto por minha ordem; foi essa a recompensa que ele recebeu pela 'alegre notícia'!
11 - Se assim procedi com aquele homem, o que não farei então a estes traiçoeiros que
mataram um homem bom em sua própria casa, no seu leito, enquanto dormia! Pedirei a vida
deles em troca!"
12 - E Davi deu ordens aos seus homens para que matassem aqueles dois irmãos Recabe e
Baaná; e assim foi feito. Cortaram as mãos e os pés deles e penduraram seus corpos ao lado
do poço em Hebrom. E sepultaram a cabeça de Is-Bosete no túmulo de Abner em Hebrom.

CAPITULO 5

1 - ENTÃO VIERAM A Davi em Hebrom, representantes de todas as tribos de Israel para lhe
prometer fidelidade. "Nós somos seus irmãos, pois somos da mesma terra", disseram eles.
2 - "Mesmo quando Saul era nosso rei, você era nosso verdadeiro chefe. Além disto, o Senhor
disse que você seria o pastor e guia do seu povo."
3 - Então Davi, diante de Deus, fez um trato com os chefes representantes de Israel, em
Hebrom, e ali ele foi coroado rei de Israel.
4 e 5 - Tinha Davi trinta anos quando começou a reinar em Judá, e Hebrom era a capital, e o
seu governo ali durou sete anos. Depois reinou trinta e três anos em Jerusalém como rei de
Judá e de Israel; portanto, o período total de seu reinado foi de quarenta anos.
6 - Davi dirigiu depois suas tropas para Jerusalém a fim de combater os jebuseus que
moravam lá. "Você nunca entrará aqui", disseram os jebuseus. "Até os cegos e os aleijados são
capazes de expulsar você daqui!" Eles tinham certeza de que estavam em segurança ali em
Jerusalém.
7 - Porém Davi e os seus soldados os derrotaram e tomaram a fortaleza de Sião, que depois se
chamou "Cidade de Davi".
8 - Quando aquele recado malcriado por parte dos jebuseus chegou a Davi, ele disse aos seus
soldados: "Entrem na cidade pelo canal de água e destruam aqueles 'aleijados' e 'cegos'
jebuseus. Como eu os odeio!" (Essa é a origem do ditado: "Mesmo os cegos e os aleijados
poderiam conquistar você!")
9 - Então Davi fez da fortaleza de Sião (também chamada Cidade de Davi) o seu quartel
general. Começando por Milo, Davi foi construindo e edificando até ao atual centro da cidade.
10 - E Davi se foi tornando cada vez mais forte, porque ele vivia em comunhão com o Senhor,
Deus do Universo.
11 - Hirão, rei de Tiro, mandou madeira de cedro, carpinteiros e pedreiros a fim de
construírem um palácio para Davi.
12 - Davi compreendeu agora porque o Senhor o havia feito rei e porque havia enchido de
bênçãos o seu reinado - era porque Deus queria ajudar a Israel, o seu povo escolhido.
13 - Depois de mudar-se de Hebrom para Jerusalém, Davi se casou com mais outras mulheres
e teve muitos filhos e filhas.
14 a 16 - Estes são os filhos que nasceram em Jerusalém: Samua, Sobabe, Natã, Salomão,
Ibar, Elisua, Nefegue, Jafia, Elisama, Eliada e Elifelete.
17 - Quando os filisteus souberam que Davi tinha sido coroado rei de Israel, procuraram
prendê-lo; porém Davi tendo sabido disso antes, desceu à fortaleza.
18 - Os filisteus chegaram e se espalharam pelo vale de Refaim.
19 - Então Davi consultou a Deus: "Devo ir lutar contra os filisteus? O Senhor me ajudará a
derrotá-los?" E Deus lhe respondeu: "Sim, pode prosseguir; a vitória será sua."
20 - E Davi saiu a lutar contra os filisteus em Baal-Perazim, e os derrotou. "O Senhor fez isto!"
exclamou Davi. "Ele surgiu no meio dos meus inimigos arrasando tudo como uma inundação
violenta." Por isso ele chamou a esse lugar "Rompimento".
21 - Davi e seus homens levaram muitas imagens que foram abandonadas pelos filisteus.
22 - Mas os filisteus voltaram a se espalharem pelo vale de Refaim.
23 - Davi tornou a consultar ao Senhor e este lhe respondeu: "Não suba para atacar de frente;
vá por trás deles e ataque pelo lado das amoreiras. 24 - Quando você ouvir um som como de
marcha nas copas das amoreiras, pode atacar! Isso quer dizer que o Senhor preparou o
caminho para você e você vai destruí-los".
25 - E Davi agiu de acordo com as instruções do Senhor, destruindo os filisteus desde Geba até
Gezer.

CAPITULO 6

1 a 2 - DAVI REUNIU ENTÃO trinta mil homens do seu exército e os levou até Baalim de Judá,
para dali trazer a Arca" do Senhor dos céus, que está assentado num trono muito acima dos
querubins.
3 - A Arca foi colocada sobre um carro novo e levada da casa de Abinadabe, que estava
situada numa ladeira. Uzá e Aiô, filhos de Abinadabe, guiavam o carro.
4 e 5 - Aiô ia à frente, e logo atrás vinham Davi e os outros chefes de Israel; eles marchavam
alegres, agitando ramos de árvores ao som de instrumentos musicais como liras, harpas,
tambores, címbalos e outros.
6 - Quando passavam pelas terras de Nacom, os bois que puxavam a Arca tropeçaram e Uzá
levou a mão à Arca para protegê-la, com medo que ela caísse.
7 - Deus não gostou dessa atitude, e fez com que Uzá caísse morto ali mesmo ao lado da Arca.
Dessa maneira ele foi castigado pela falta de respeito para com a Arca do Senhor.
8 - Davi ficou triste com o que aconteceu a Uzá, e chamou ao lugar "O Lugar da Ira contra
Uzá" (esse nome continua até hoje).
9 - Davi agora estava amedrontado diante de Deus, por isso perguntou: "Meu Senhor, como
poderei levar a Arca para casa?"
10 - Depois de pensar, resolveu não levar mais a Arca para a cidade de Davi, mas sim para a
casa de Obede-Edom, o geteu.
11 - A Arca ficou lá por três meses; e o Senhor abençoou a Obede-Edom e a toda sua família.
12 - Quando Davi soube que o Senhor havia abençoado a casa de Obede-Edom por causa da
Arca, ele resolveu mandar trazer a arca para a cidade de Davi, promovendo grandes festejos.
13 - Quando os homens que carregavam a Arca para a cidade de Davi tinham dado seis passos
com ela, paravam para sacrificar um boi e um cordeiro.
14 - E Davi, vestido com as roupas de sacerdote, de linho, dançava diante do Senhor
mostrando a sua alegria.
15 - Assim Israel transportou a Arca do Senhor para a cidade de Davi com muita alegria, ao
som de trombetas.
16 - Aconteceu que, enquanto a procissão entrava na cidade com toda aquela festa, Mical, a
filha de Saul, observava o espetáculo da janela onde ela estava. Ao ver o rei Davi dançando e
saltando na frente do cortejo, não gostou e o desprezou por isso.
17 - A Arca foi colocada dentro da tenda preparada por Davi para esse fim. E Davi ofereceu
sacrifícios queimados e ofertas de paz diante da Arca do Senhor.
18 - Então o rei abençoou o povo em nome do Senhor Deus do Universo
19 - e ofereceu a cada um - homens e mulheres - pão, vinho e bolo de passas. Quando todos
foram servidos, retiraram-se para suas casas;
20 - então Davi voltou para abençoar a sua família. Porém Mical saiu para encontrar o rei e
exclamou com desgosto: "Como parecia glorioso o rei de Israel hoje! dançando e exibindo-se
diante de moças e mulheres ao longo das ruas como se fosse um homem qualquer do povo!"
21 - Davi respondeu: "Eu dançava louvando ao Senhor, que me colocou acima do seu pai Saul
e sua família; ao Senhor, que me nomeou para ser o rei de Israel, o povo escolhido do Senhor!
Não me importa que aos seus olhos eu não seja bem visto: continuarei dançando, em louvor
ao Senhor. 22 - Sim, embora pareça tolo e humilhante, sei que serei respeitado pelas moças e
mulheres diante das quais você disse que eu me exibia!"
23 - E Mical, filha de Saul, não teve filhos durante a sua vida toda.

CAPITULO 7

1 - QUANDO O SENHOR, finalmente, concedeu paz à terra, e Israel não tinha mais guerras
com as nações vizinhas,
2 - Davi disse ao profeta Natã: "Veja! Eu moro num lindo palácio construído com cedro,
enquanto a Arca do Senhor está numa simples tenda, do lado de fora!"
3 - "Vamos, faça tudo o que você tem em mente", respondeu Natã; "pois o Senhor está com
você."
4 - Naquela noite, porém, o Senhor falou a Natã estas palavras:
5 - "Diga ao meu servo Davi que não faça um templo para Eu morar.
6 - Pois eu nunca fiz a minha morada em um templo. Minha casa tem sido sempre uma tenda,
isso desde o tempo em que tirei do Egito o meu povo Israel.
7 - E nunca me queixei aos guias de Israel, aos pastores do meu povo. Nunca pedi que me
construíssem um rico templo de cedro!"
8 - E o Senhor continuou: "Vá, Natã, e leve este recado ao meu servo Davi; diga a ele que
estas são as palavras do Senhor dos céus: 'Eu escolhi você para ser o guia do meu povo Israel
quando você ainda era um simples pastor de ovelhas.
9 - Tenho estado com você, sempre ao seu lado; tenho destruído os seus inimigos. E o seu
nome andará de boca em boca, de tal forma que você será contado entre os homens mais
famosos do mundo!
10 e 11 - Eu escolhi uma terra para o meu povo, terra de onde nunca precisarão mudar-se.
Estarão seguros em suas próprias terras, e jamais serão perturbados por nações inimigas,
como acontecia no tempo em que os juizes governavam o meu povo. Não haverá mais guerras
contra o seu reino; e os seus filhos, Davi, governarão essa terra por todas as gerações que hão
de vir!
12 - Pois quando você morrer, farei subir ao trono um dos seus filhos; e farei do reino dele
uma fortaleza.
13 - O seu filho é que me vai construir um templo. O reino dele permanecerá para sempre.
14 - Eu serei para ele Pai, e ele será o meu filho. Se ele pecar, usarei outras nações para
castigá-lo;
15 - mas não retirarei dele o meu amor e a minha bondade, como aconteceu com Saul, que foi
rei antes de você.
16 – A família de Davi governará o meu povo para sempre.
17 - Assim Natã procurou Davi e contou tudo o que o Senhor havia dito.
18 - Então Davi entrou no Tabernáculo e orou assim: "Ó Senhor Deus! por que derramou suas
bênçãos justamente sobre este seu servo de família tão insignificante?
19 - E agora, acima de tudo, ainda me promete uma família que não terá fim? Essa bondade
está longe da compreensão humana! Ó Senhor Deus! 20 - Pois o Senhor me conhece, e sabe
como sou, e o que posso eu falar? 21 - Tudo isso o Senhor faz porque assim prometeu e
porque essa é a sua vontade!
22 - Quão grande é o Senhor Deus! Nunca ouvimos falar de um deus assim! E, realmente, não
há mesmo outro deus, senão o Senhor!
23 - Que outra nação sobre a terra tem recebido tantas bênçãos quanto o seu povo Israel? O
Senhor livrou o seu povo do Egito e dos deuses deles; livrou-o para que o seu nome seja
glorificado!
24 - O Senhor escolheu Israel para ser o seu povo! E ser Ele o nosso Deus.
25 - "E agora, Senhor Deus, confirme a promessa que fez em relação a mim e à minha família.
26 - Toda a honra seja dada ao Senhor por escolher Israel para ser o seu povo e diante de si
estabelecer a minha família, o que significa que o meu governo passará de pai para filho.
27 - O Senhor me revelou, ó Deus dos céus, Deus de Israel, que eu sou o primeiro a reinar
nesta família, o primeiro a governar o seu povo para sempre; essa revelação de sua parte me
levou a fazer esta oração.
28 - Pois o Senhor é Deus, e verdadeiras são as suas palavras; boas são as promessas que me
fez;
29 - portanto, sejam cumpridas as suas palavras! Abençoe-me e abençoe a minha família para
sempre! Que os meus filhos continuem sempre diante do Senhor, pois assim prometeu o
Senhor Deus.

CAPITULO 8

1 - DEPOIS DISSO DAVI derrotou os filisteus e conquistou Gate, a maior cidade deles.
2 - Também destruiu a terra de Moabe. Depois da destruição, Davi dividiu os moabitas em
diversas fileiras, fez com que eles se deitassem no chão, separando dois terços dos homens de
cada fileira para serem mortos. Os homens restantes ficariam para servir a Davi e pagar
imposto a ele todos os anos.
3 - Davi destruiu também as forças do rei Hadadezer, filho de Reobe, rei de Zobá, numa
batalha ao lado do rio Eufrates, onde Hadadezer tentava restabelecer o seu domínio.
4 - Davi prendeu mil e setecentos homens da cavalaria, e vinte mil homens da infantaria;
mandou aleijar todos os cavalos dos carros de guerra, menos os que guardou para si,
suficientes para cem carros.
5 - Davi destruiu ainda vinte e dois mil sírios que vieram de Damasco para ajudar o rei
Hadadezer.
6 - Davi colocou guardas do seu exército em Damasco; assim os sírios de Damasco se
tornaram seus servos e pagavam tributo a ele anualmente. E o Senhor ia concedendo vitórias
a Davi por onde quer que ele passasse.
7 - Os escudos de ouro usados pelos oficiais do rei Hadadezer, Davi levou todos para
Jerusalém.
8 - Também levou grande quantidade de bronze das cidades de Betá e de Berotai, que
pertenciam a Hadadezer.
9 - Toí, rei de Hamate, sabendo das vitórias de Davi contra Hadadezer, ficou muito alegre.
10 - Mandou seu filho Jorão cumprimentar a Davi, dando-lhe os parabéns, pois o rei de
Hamate e Hadadezer eram inimigos. Jorão levou a Davi, da parte de Toí, seu pai, presentes de
ouro, prata e bronze.
11 e 12 - Davi dedicou esses presentes de prata, ouro e bronze ao Senhor, bem como o ouro e
a prata que ele havia tomado da Síria, de Moabe, de Amom, dos filisteus, de Amaleque e de
Hadadezer, filho de Reobe rei de Zobá.
13 - E assim Davi se tornou muito famoso. Quando ele estava de volta, feriu os sírios e
destruiu dezoito mil homens deles no Vale do Sal.
14 - Em Edom também colocou guardas do seu exército, obrigando assim toda a nação de
Edom a pagar imposto a Israel. Aqui está mais uma prova de que o Senhor estava com Davi e
fazia dele um homem vitorioso por onde quer que andasse.
15 - Davi foi um rei justo e estimado por todo o povo de Israel.
16 - O comandante do seu exército era Joabe, filho de Zeruia; Josafá, filho de Ailude, era
quem registrava os acontecimentos históricos.
17 - Zadoque, filho de Aitube e Aimeleque, filho de Abiatar, eram sacerdotes; Seraías era o
secretário particular do rei.
18 - Benaia, filho de Joiada, era o comandante da guarda do rei; e os filhos de Davi eram seus
ministros.

CAPITULO 9

1 - UM DIA DAVI começou a indagar sobre a existência de pessoas da família de Saul. Ele
havia prometido ao príncipe Jônatas ajudar sua família, e queria cumprir sua promessa.
2 - Nas suas indagações, ouviu falar de um homem chamado Ziba, que teria sido servo de
Saul; Davi mandou trazerem esse homem à sua presença e lhe perguntou: "Você é Ziba, o
servo de Saul?" "Sim, senhor, eu sou", respondeu o homem.
3 - "Vive ainda alguém da família de Saul?" perguntou ao rei. "Se existir alguém, diga-me
quem é para que eu use de bondade para com ele, para que eu possa cumprir um voto
sagrado." "Sim", respondeu Ziba; "o filho de Jônatas ainda vive; ele é aleijado dos dois pés."
4 - "Onde está ele?" perguntou o rei. "Ele está em Lo-Debar, na casa de Maquir," respondeu
Ziba ao rei.
5 e 6 - Então Davi mandou buscar a Mefibosete, o filho de Jônatas e neto de Saul. Mefibosete
chegou um pouco assustado, e, humilde, cumprimentou o rei Davi, curvando-se diante dele.
7 - Porém Davi disse: "Por favor, não tenha medo! Mandei buscar você porque desejo ajudá-lo.
Quero tratar você bem, por amor a Jônatas, seu pai. Vou devolver a você toda a terra de seu
avô Saul; e além disso, vai morar aqui no palácio!"
8 - Mefibosete curvou-se humildemente diante do rei, e disse-lhe: "Como pode um rei mostrar
bondade para alguém completamente sem valor como eu? Bem vê que pareço mais um cão
morto!"
9 - Então o rei chamou Ziba, o antigo servo de Saul, e disse: "Ziba, devolvi a Mefibosete, neto
de Saul, tudo o que pertenceu ao avô dele.
10 e 11 - Você, seus filhos e seus empregados vão cultivar a terra para ele e tirar da terra o
alimento para toda a família de Mefibosete; porém Mefibosete ficará morando aqui no palácio
comigo." Ziba, que tinha quinze filhos e vinte empregados, respondeu: "Pois não, farei tudo
conforme as ordens do rei!" Daquele dia em diante, Mefibosete fazia parte da mesa do rei
como se fosse um dos seus filhos.
12 - Tinha Mefibosete um filho pequeno chamado Mica. Todos os que moravam na casa de Ziba
se tornaram servos de Mefibosete.
13 - Depois de algum tempo, Mefibosete, se mudou para Jerusalém e foi morar no palácio.
Era, conforme Ziba explicara, aleijado dos dois pés.

CAPITULO 10

1 - ALGUM TEMPO DEPOIS morreu o rei dos amonitas; seu filho Hanum subiu ao trono em seu
lugar.
2 - "Vou usar de bondade para com Hanum," disse Davi: "porque o seu pai Naás sempre me
tratou muito bem." E Davi mandou seus representantes levarem palavras de conforto a
Hanum, pela morte do seu pai.
3 - Mas os oficiais de Hanum disseram a ele: "Pensa que esses homens de Davi vieram trazer
palavras de conforto? Nada disso! Davi mandou esses representantes como espiões, pois ele
virá atacar a cidade!"
4 - Então Hanum mandou cortar pela metade a barba de todos os homens de Davi; mandou
que cortassem as suas roupas, e fez todos voltarem quase nus para suas casas.
5 - Quando Davi soube o que havia acontecido, mandou que seus homens ficassem em Jericó
até que a barba crescesse de novo; pois eles estavam envergonhados, e não tinham coragem
de entrar na cidade naquele estado.
6 - Depois disso os amonitas reconheceram que haviam errado, ao provocarem a Davi daquela
maneira. E tiveram medo. Por isso mandaram buscar vinte mil homens dos sírios de Bete-
Reobe e de Zobá, mil homens de Maaca e doze mil de Tobe, prometendo dinheiro a eles.
7 e 8 - Quando Davi soube que os amonitas estavam assim preparados, mandou contra eles
Joabe com o exército de Israel. Os amonitas defendiam os portões da cidade enquanto os
sírios de Zoba e de Reobe e os de Tobe e Maaca lutavam nos campos.
9 - Quando Joabe percebeu que o exército amonita estava dividido em duas frentes, isto é,
uma parte nos portões da cidade. e a outra parte nos campos, reuniu os melhores guerreiros
do seu exército, e sob o seu comando enfrentaram os sírios nos campos.
10 - O restante do exército sob o comando do seu irmão Abisai atacaria a cidade onde os
amonitas defendiam os portões.
11 - "Se eu precisar de auxílio contra os sírios nos campos, avisarei e então você irá ajudarme,"
disse Joabe a seu irmão. "Se você, por sua vez, achar que os amonitas que defendem a
cidade estão muito fortes para você e seus homens, avise-me e virei em seu auxílio.
12 - Coragem! Temos de agir como homens valentes hoje, se quisermos salvar nosso povo e
as cidades do nosso Deus. Seja feita a vontade do Senhor! "
13 - E quando Joabe e suas tropas começaram o ataque, os sírios começaram a fugir.
14 - Então, quando os amonitas viram a corrida dos sírios nos campos, fugindo de Joabe,
começaram a fugir também de Abisai e se fecharam na cidade. Diante disso, Joabe voltou para
Jerusalém.
15 e 16 - Vendo, pois, os sírios que haviam sido derrotados, não se conformaram com a
derrota e começaram a se reunir de novo. Juntaram-se a eles mais os soldados sírios que
Hadadezer mandara vir do outro lado do rio Eufrates. Esses soldados chegaram a Helã sob o
comando de Soboque, comandante-chefe de todos os exércitos de Hadadezer.
17 - Quando a notícia desses acontecimentos chegou aos ouvidos de Davi, ele mesmo reuniu o
seu exército e saiu para atacar Helã, onde se realizou o combate contra os sírios.
18 - Novamente, porém, os sírios fugiram diante de Israel; mas desta vez ficaram mortos no
campo setecentos sírios dos carros de guerra e quarenta mil sírios da cavalaria, incluindo o
comandante Soboque.
19 - Quando os aliados de Hadadezer viram que os sírios foram derrotados, eles se
entregaram a Davi, tornando-se seus servos. Dali para a frente os sírios não quiseram mais
ajudar aos amonitas.

CAPITULO 11

1 - NO ANO SEGUINTE, na época em que os reis se preparavam para as guerras (no tempo da
primavera), Davi mandou Joabe e o exército israelita destruir os amonitas e cercar a cidade de
Rabá. Mas Davi ficou em Jerusalém.
2 - Uma tarde aconteceu que Davi se deitou para descansar, mas não conseguiu dormir. Então
ele se levantou e foi para o terraço do palácio real para distrair-se. Olhando para fora,
começou a prestar atenção em uma mulher que tomava o seu banho, e que mesmo de longe
parecia de uma beleza fora do comum.
3 - Então chamou um dos seus auxiliares e mandou indagar quem era aquela mulher. Ficou
sabendo que ela se chamava Bate-Seba, era filha de Eliã, e esposa de Urias, o heteu.
4 - Davi mandou buscá-la e fez com que ela passasse a noite com ele. No dia seguinte ela
voltou para casa, depois de cumpridos os rituais da sua purificação.
5 - Mais tarde, percebendo a mulher que estava grávida, mandou um mensageiro avisar Davi.
6 - Então Davi mandou um recado a Joabe, dizendo: "Mande-me imediatamente Urias, o
heteu; preciso falar com ele".
7 - Quando Urias chegou, Davi começou a conversar com ele, perguntando sobre como ia a
guerra, sobre o trabalho de Joabe, e indagou, afinal, sobre todo o movimento do campo de
batalha.
8 - Depois mandou que ele voltasse para casa a fim de descansar, e mandou um presente para
ele em sua casa.
9 - Mas Urias não foi para casa; passou a noite com os auxiliares do rei nos portões do palácio
real.
10 - Quando Davi soube que Urias não foi para casa, mandou chamá-lo à sua presença e
perguntou: "Que há com você? Por que não foi passar a noite de ontem com sua esposa,
depois de haver ficado tanto tempo longe dela?"
11 - Ao que Urias respondeu: "Como poderia eu entrar em minha casa para comer, beber,
descansar, e dormir tranqüilo com minha mulher, enquanto sei que a Arca do Senhor e os
soldados de Israel se acampam ao ar livre? Para mim seria um crime agir dessa maneira".
12 - "Bem, Urias", continuou o rei, "fique hoje e passe esta noite aqui, amanhã volte para o
seu acampamento, para o exército." Assim Urias passou o dia perto do palácio.
13 - À tardinha Davi mandou chamar Urias e o convidou para jantar. Davi fez com que Urias
bebesse vinho até se embriagar. Mas mesmo assim ele passou ainda essa noite nos portões do
palácio; não foi para sua casa, para a companhia de sua mulher.
14 - No dia seguinte Davi mandou que Urias voltasse para o acampamento e entregasse uma
carta que ele havia escrito para Joabe.
15 - Na carta, Davi dava ordens a Joabe para colocar Urias na linha de frente de combate,
abandonando-o numa posição bem perigosa, para que logo fosse morto!
16 - Então Joabe, ao cercar a cidade, enviou Urias para uma posição bem
perto da cidade cercada, onde ele teria de enfrentar os inimigos mais fortes;
17 - assim, Urias foi morto com outros soldados israelitas.
18 - Então Joabe mandou um mensageiro levar a Davi um relatório sobre o andamento da
batalha.
19 a 21 - "Se o rei ficar zangado ao ouvir o relatório," explicou Joabe ao mensageiro; "se ele
perguntar por que os soldados cercaram a cidade e ficaram tão perto dos muros; se ele disser
que o próprio Abimeleque foi morto por uma pedra atirada dos muros por uma mulher, e que
foi um erro tomarmos essa posição," então você responderá: "Urias, o heteu, também foi
morto nessa peleja".
22 - O mensageiro chegou, pois a Jerusalém, e apresentou o relatório a Davi.
23 - O relatório era este: "Os inimigos investiram contra nós; enquanto procurávamos fazê-los
recuar,
24 - os soldados nos atacaram dos muros; alguns dos nossos homens foram mortos nesse
ataque; e Urias, o heteu, foi morto também."
25 - "Bem, diga a Joabe que não desanime", disse Davi ao mensageiro. "A espada fere a
qualquer um, sem distinção! Continuem a lutar mais duro ainda e conquistem a cidade! A luta
vai indo muito bem!"
26 - Bate-Seba chorou quando soube que seu marido Urias fora morto.
27 - Quando passou o período de luto, Davi mandou buscar Bate-Seba para viver no palácio
real e fez dela uma de suas esposas. Ela teve um filho dele. Mas Deus não gostou do
procedimento de Davi.

CAPITULO 12

1 e 2 - ENTÃO O SENHOR mandou o profeta Natã contar esta história para Davi: "Era uma vez
dois homens que moravam em certa cidade. Um deles era um rico, dono de rebanhos de
ovelhas e gado;
3 - o outro, porém, era muito pobre; possuía somente uma ovelha que ele comprou quando
era bem pequena e criou com muito amor. Essa ovelha era o animalzinho de estimação de seus
filhos. Comia com ele no mesmo prato; bebia com ele na mesma xícara. Era tratada com tanto
carinho pelo seu dono que vivia nos seus braços como se fosse uma de suas filhinhas.
4 - Um dia chegou uma visita na casa do homem rico. Este, querendo preparar uma boa
refeição para o seu visitante, resolveu matar uma ovelha. Mas não quis matar nenhum animal
dos seus rebanhos; ao contrário, tomou a ovelha do homem pobre, matou-a e preparou com
ela o banquete para ele e seu visitante."
5 - Davi ficou furioso ao ouvir tal história, e disse: "Eu afirmo, em nome de Deus, que o
homem que fez isso deve ser morto; esta é a minha opinião.
6 - E por haver roubado a ovelhinha e por ter mostrado um coração duro e insensível, deve
restituir quatro ovelhas ao homem pobre."
7 - Então Natã disse a Davi: "Você é o homem rico da história! Diz o Senhor Deus de Israel:
'Eu fiz você reinar sobre Israel e o livrei das mãos de Saul.
8 - O palácio dele agora é seu; as mulheres dele agora são suas; também são seus os reinos
de Judá e de Israel. E se não fosse bastante, eu ainda lhe daria mais e mais.
9 - Por que, então, você não respeitou as Leis do Senhor e praticou ação tão horrível? Não vê
que foi a mesma coisa que assassinar a Urias? E ainda você roubou a mulher dele!
10 - Por isso, daqui para a frente, a espada estará sempre sobre a sua família, pois você me
deixou triste ao tomar a esposa de Urias.
11 - Agora o meu aviso: por causa do seu mau procedimento, farei com que a sua casa se
revolte contra você. Darei as suas esposas a outro homem que dormirá com elas em plena luz
do dia.
12 - Você fez isso em segredo, mas com você será feito abertamente, à vista de todo o Israel."
13 - "Pequei contra o Senhor", confessou Davi a Natã. Então Natã lhe respondeu: "Sim,
realmente você pecou; mas Deus lhe concedeu perdão e você não morrerá por causa desse
pecado.
14 - Porém deu um mau exemplo; com o seu procedimento, deu oportunidade aos inimigos do
Senhor de desprezarem a Ele e até de dizerem coisas horríveis contra ele. Por isso o filho que
você teve com Bate-Seba vai morrer" .
15 - Depois dessa conversa com Davi, Natã voltou para sua casa. E o Senhor permitiu que o
nenê de Bate-Seba ficasse mortalmente doente.
16 - Davi sofria com a doença da criança; em desespero ele pedia a Deus que salvasse o seu
filho; ficou sem comer e passava a noite ajoelhado diante do Senhor, em oração.
17 - Os dirigentes de Israel fizeram tudo o que podiam para que Davi se animasse e comesse
com eles; mas Davi se recusou.
18 - E aconteceu que a criança agüentou a doença durante sete dias; no fim do sétimo dia ela
morreu. Os ajudantes de Davi não sabiam como dar a notícia ao rei. "Que vamos fazer?"
disseram eles; "nosso rei já estava tão abatido com a doença do filhinho; como ficará ele
diante da notícia da sua morte? Poderá ele suportar tanta desgraça?"
19 - Davi, percebendo os cochichos entre os criados, calculou o que havia acontecido. "Morreu
a criança?" ele perguntou. "Sim", responderam; "a criança está morta."
20 - Davi se ergueu, lavou-se, penteou-se, mudou as roupas, foi à casa do Senhor e lá adorou
a Deus. Depois voltou ao palácio, e comeu.
21 - Seus auxiliares estavam com os olhos arregalados; não podiam compreender o que
estava acontecendo! "Não entendemos a sua maneira de proceder, ó rei!" disseram eles.
"Enquanto a criança ainda vivia, o senhor chorava e nem mesmo quis tomar alimento; agora
que a criança morreu, o senhor parou de chorar e procurou comer!"
22 - Ao que Davi respondeu: "Eu jejuei e chorei enquanto a criança ainda vivia, porque tinha
esperança de que o Senhor tivesse misericórdia de mim e não levasse a criança.
23 - Mas agora, de que me adianta jejuar, já que ela está morta? Poderei eu fazê-la viver de
novo? Eu, sim, um dia irei para onde ela está; ela, porém, nunca voltará a mim."
24 - E Davi procurou consolar e confortar a Bate-Seba. Logo mais ela ficou grávida outra vez e
deu à luz outro filho a Davi. Esse filho chamou-se Salomão. E Deus amou a esse nenê
25 - e mandou o profeta Natã dar os parabéns a Davi. Natã chamou ao menino Jedidias (que
significa "Amado do Senhor") por causa do interesse do Senhor pela criança.
26 e 27 - Nessa mesma época, Joabe se colocou à frente do exército israelita e cercou a cidade
de Rabá, capital de Amom. E Joabe mandou mensageiros a Davi, dizendo-lhe: "A cidade de
Rabá e seu bonito porto estão nas nossas mãos.
28 - Agora traga para cá o restante dos soldados e termine o trabalho, para que no final a
vitória seja sua e não minha."
29 e 30 - Então Davi levou os soldados até Rabá e tomou-a. Dessa cidade ele levou para
Jerusalém grande quantidade de coisas. Também tomou a coroa real do rei de Rabá e colocoua
sobre a sua própria cabeça. A coroa do rei de Rabá representava um tesouro, pois pesava
cerca de trinta quilos, e era feita de ouro puro e enfeitada de pedras preciosas.
31 - Os habitantes da cidade foram feitos escravos de Davi. Ele os obrigou a trabalhar em
serviço pesado: com serras, picaretas, machados, e nos fornos de tijolos. Esse foi o
tratamento que Davi impôs a todas as cidades dos amonitas. Depois ele e seu exército
voltaram para Jerusalém.

CAPITULO 13

1 - O PRÍNCIPE ABSALÃO, filho de Davi, tinha uma irmã muito linda, por nome Tamar. O
príncipe Amnom, que era irmão dela só por parte do pai, ficou loucamente apaixonado por
Tamar.
2 - Essa paixão era tão forte que o deixou doente. Ele não tinha oportunidade nem mesmo de
falar com ela, pois os jovens, tanto moços como moças, eram controlados e vigiados.
3 - Mas Amnom tinha um amigo íntimo, que era o seu primo Jonadabe, filho de Siméia, irmão
de Davi.
4 - Um dia, Jonadabe percebendo o abatimento de Amnom, perguntou-lhe: "Qual é o
problema? O filho de um rei assim triste, a emagrecer dia a dia?" E Amnom disse a Jonadabe:
"Sabe o que acontece? Não sei como foi que me apaixonei por Tamar que é minha meia-irmã!"
5 - "Bem," respondeu Jonadabe, "vou dizer-lhe como resolver o problema: Volte para a cama,
deite-se como se estivesse muito doente; quando seu pai Davi vier aqui visitá-la, peça a ele
que mande Tamar preparar a sua comida. Diga-lhe mais que você se sentirá melhor se for
alimentado pelas mãos de sua irmã Tamar."
6 - E assim fez Amnom. Quando o rei veio visitá-la, Amnom lhe disse: "Meu pai, quero só um
favor seu: mande minha irmã Tamar à minha presença para preparar-me o alimento".
7 - Davi atendeu a esse pedido e deu ordens para que Tamar fosse à casa de Amnom e lhe
preparasse o alimento.
8 - Assim ela fez; foi ao quarto de Amnom, diante dele misturou a farinha, preparou a massa e
fez uns pãezinhos especiais para Amnom.
9 - Mas quando ela apresentou o alimento, ele se recusou a comer! "Saiam todos do meu
quarto," disse ele aos criados que o serviam. Todos obedeceram.
10 - Então ele disse a Tamar: "Agora você me traga os pãezinhos no meu quarto; quero comer
das suas próprias mãos". Tamar obedeceu.
11 - Mas assim que ela tomou os pães e se pôs ao lado da cama de Amnom, este puxou-a e
disse: "Venha, querida Tamar, deite-se comigo".
12 - "Oh, Amnom, que é isso?" exclamou Tamar. "Não seja louco! Não faça isso comigo! Isso é
crime em Israel!
13 - Que faria eu depois diante de tanta vergonha? E você seria considerado o maior louco em
Israel! Por favor, fale com o rei primeiro, e ele lhe dará permissão para casar comigo."
14 - Mas Amnom não atendeu; e como era mais forte, agarrou-a e obrigou-a a deitar-se com
ele.
15 - Logo depois, de repente, ele sentiu que não a amava mais. Pelo contrário, aquela grande
paixão se transformou em ódio profundo. "Fora daqui!" gritou com ela.
16 - "Não, não, por favor!" respondeu ela. "Mandar-me embora agora é maior crime do que
aquele que cometeu obrigando-me a ficar com você." Mas ele não quis saber de ouvi-la.
17 e 18 - Chamou um dos seus empregados e mandou: "Ponha esta mulher para fora e feche
a porta atrás dela!" Assim ela foi posta para fora da casa de Amnom. Tamar usava um manto
longo, de mangas compridas como se vestiam naqueles dias as virgens filhas do rei.
19 - Em grande desespero, ela rasgou o seu manto e colocou cinzas sobre a sua cabeça em
sinal de tristeza; e com as mãos na cabeça, saiu chorando angustiada.
20 - Seu irmão Absalão encontrou-se com ela e perguntou: "É verdade que Amnom se
apaixonou por você e é de lá que você vem em tão grande aflição? É melhor você ficar quieta,
pois Amnom é seu irmão. Não fique aflita por isso!" Então Tamar, como uma mulher desolada,
passou a morar na casa de seu irmão Absalão.
21 a 24 - O rei Davi ficou muito zangado quando soube do que aconteceu entre Tamar e
Amnom. Mas Absalão ficou calado e nada disse a Amnom. Entretanto, Absalão guardou em seu
coração um ódio muito grande contra Amnom, pelo mal que havia feito à sua irmã Tamar.
Então, dois anos mais tarde, quando Absalão cortava a lã das suas ovelhas em Baal-Hazor, que
está em Efraim, mandou convidar o rei seu pai, e todos os seus irmãos para uma festa
comemorando a época de cortar a lã.
25 - O rei respondeu: "Não meu filho; se formos todos, ficará muito dispendioso para você" .
Absalão insistiu muito; Davi se mostrou agradecido, mas não aceitou o convite.
26 - "Bem", continuou Absalão; "se o rei, meu pai, não pode vir, mande em seu lugar meu
irmão Amnom." "Por que justamente o Amnom?" perguntou o rei.
27 - "Bem, mande todos os meus irmãos; quero que Amnom não falte." O rei concordou e
mandou todos os seus filhos, inclusive Amnom.
28 - E Absalão disse aos seus empregados: "Prestem atenção, no meio da festa, façam o meu
irmão Amnom ficar bêbado; quando eu der um sinal, vocês o matam! Não tenham medo,
porque são ordens minhas, e quem manda neste lugar sou eu! Não se esqueçam: é uma
ordem! Coragem!' ,
29 e 30 - Assim eles assassinaram Amnom. Diante disso, os outros irmãos de Absalão
montaram nos seus animais e fugiram. Antes de chegarem de volta a Jerusalém, o rei recebeu
a notícia de que Absalão havia assassinado todos os seus irmãos, não ficando vivo nenhum
deles!
31 - O rei se levantou horrorizado, rasgou a sua roupa e se lançou ao chão com o coração
cheio de tristeza e amargura. Os oficiais que estavam ali também ficaram horrorizados.
32 e 33 - Nesse instante chegou Jonadabe, sobrinho de Davi, e vendo o desespero do rei,
disse-lhe: "Não, não foi assim que aconteceu. Absalão mandou matar somente a Amnom por
haver feito mal à sua irmã Tamar; faz tempo ele já estava disposto a isso; mas os outros
irmãos estão todos vivos! Pode ter certeza que os seus filhos estão vivos! Só Amnom foi
morto".
34 - Absalão tratou de fugir. O guarda que ficava nos muros da cidade viu então um grupo
grande que vinha pela estrada que rodeava a montanha, em direção de Jerusalém.
35 - "Veja!" exclamou Jonadabe ao rei. "Lá vêm eles! Os seus filhos estão chegando! Vê como
estão todos vivos?"
36 - E eles chegaram tristes, chorando e soluçando; e o rei e os seus auxiliares choraram com
eles.
37 a 39 - Absalão fugiu para Gesur e lá procurou o rei Talmai, filho de Amiur, e ficou com ele
três anos. Durante esse período o rei Davi se foi conformando com a morte de Amnom, depois
de chorar muito, e conseguiu perdoar a Absalão. Agora ele esperava com ansiedade o dia em
que pudesse abraçar de novo o seu filho Absalão.

CAPITULO 14

1 - QUANDO O GENERAL Joabe percebeu que o rei Davi sentia saudades de Absalão,
2 e 3 - mandou chamar uma mulher de Tecoa que era muito conhecida por sua sabedoria e
inteligência, e encarregou-a de uma missão junto ao rei. Deu a ela estas instruções: "Faça de
conta que a senhora é uma mulher sofredora e está em grande angústia. Vista-se de luto, e
com os cabelos em desordem finja que está muito triste e em profundo sofrimento por muito
tempo. "
4 - A mulher seguiu todas as instruções. Quando se aproximou do rei, ajoelhou-se diante dele,
clamando: "Ó rei, ajude-me! Ajude-me!"
5 e 6 - "Qual é o problema, minha senhora?" perguntou ele. "Sou uma pobre viúva",
respondeu a mulher; "meus dois filhos estavam no campo e lá se desentenderam; entraram
em luta corpo a corpo; a briga foi tão forte que, não havendo ninguém para os separar, um
deles acabou matando o outro.
7 - E agora a minha família quer que eu mate também o filho que me restou, por haver ele
assassinado o irmão. Se eu fizer isso, não me restará quem continue o nome de meu marido,
visto que não temos outros filhos. Que farei eu?"
8 - "Deixe o caso comigo", respondeu o rei; "eu cuidarei para que seu filho seja bem
guardado; ninguém tocará nele!"
9 - "Oh, meu Senhor! Obrigada, obrigada!" respondeu ela. "E eu assumo a responsabilidade,
caso alguém critique a atitude do rei por procurar ajudar-me."
10 - "Não se impressione com isso", continuou o rei; "se alguém for contra o meu
procedimento, traga essa pessoa à minha presença; e eu prometo que tal pessoa não nos
aborrecerá outra vez!"
11 - Então ela disse: "Por favor, meu rei; prometa-me, em nome de Deus, que não permitirá
que os vingadores do crime matem meu filho, pois não quero que se derrame mais sangue".
"Dou a minha palavra diante de Deus," respondeu o rei, "que nem um só cabelo da cabeça do
seu filho será tirado!"
12 - "Por favor, quero perguntar uma coisa mais," disse a mulher. "Continue," respondeu o rei.
"Pode falar! "
13 - "Por que o rei age diferente contra o povo de Deus? Por que não procede com o povo do
mesmo modo como me prometeu com respeito ao meu filho?" perguntou a mulher. "Com suas
próprias palavras o rei se condenou, visto que se recusa a trazer de volta para casa o seu
próprio filho que está fugido.
14 - Um dia todos teremos de morrer; nossa vida é como a água que depois de derramada na
terra não pode mais ser juntada. A vida que se foi não poderá ser devolvida. Mas Deus
abençoará ao rei com uma longa vida se descobrir um meio de trazer de volta o seu filho que
fugiu.
15 e 16 - Agora, eu vim falar ao rei sobre meu filho porque a minha vida e a vida dele estavam
em perigo; e eu pensei comigo mesma: 'talvez o rei escute as minhas palavras e nos livre das
mãos daqueles que querem arrancar a nossa vida do meio de Israel.
17 - Sim, a paz de Israel está nas mãos do nosso rei.' Eu sei que o rei é como um anjo de
Deus! Por isso sabe distinguir entre o bem e o mal. Deus esteja com o rei!"
18 - "Quero saber uma coisa," disse o rei. "Que é, meu senhor?" perguntou a mulher.
19 - "Foi Joabe quem a mandou aqui, não foi?" "Não posso negar", respondeu a mulher; "sim,
Joabe me mandou e me disse o que eu havia de dizer.
20 - Ele me mandou contar essa história para que o rei, meu senhor, pudesse aplicá-la na sua
própria vida, enxergando sob uma nova luz o que aconteceu ao rei com respeito ao seu próprio
filho. Mas eu sei que o rei é sábio como um anjo de Deus, e sabe o motivo por que tudo
acontece!"
21 - Então o rei mandou chamar a Joabe e lhe disse: "Muito bem, vá e traga de volta a
Absalão."
22 - Joabe lançou-se aos pés do rei em sinal de gratidão e lhe disse: "Abençoado seja o meu
rei! Agora posso afirmar que o rei me quer bem, pois atendeu ao meu pedido!"
23 - E Joabe foi a Gesur e trouxe consigo a Absalão para Jerusalém.
24 - "Absalão deve morar na mesma casa onde morava antes", ordenou o rei; "mas ele não
deve vir à minha presença; não quero vê-lo."
25 - Em todo o Israel não havia homem mais bonito e atraente do que Absalão.
26 - Ele cortava o cabelo uma vez por ano; e isso por causa do seu peso (perto de dois
quilos); ninguém era mais elogiado do que Absalão.
27 - Ele tinha três filhos e uma filha. A essa filha deu o nome de Tamar; era uma menina
formosa.
28 - Fazia dois anos que Absalão estava em Jerusalém e ainda não se havia encontrado com o
rei, seu pai.
29 - Então mandou chamar a Joabe a fim de pedir que intercedesse por ele diante do rei; mas
Joabe não quis vir. Absalão mandou chamá-lo de novo, e de novo ele se recusou a vir.
30 - Então Absalão disse aos seus empregados: "Joabe tem um campo de trigo pegado ao
meu; vocês vão lá e ponham fogo no campo de Joabe". E os empregados assim fizeram.
31 - Joabe ficou zangado e procurou Absalão: "Por que seus empregados puseram fogo no
meu campo de trigo?"
32 - Ao que Absalão respondeu: "Porque eu queria que você intercedesse junto ao rei e você
se recusou. Quero que você pergunte ao rei por que ele me mandou buscar em Gesur, se não
me queria ver. Nesse caso, devia ter-me deixado lá mesmo em Gesur. Agora eu quero falar
com o rei; se ele acha que sou assassino, então que me mande matar."
33 - Joabe foi procurar o rei e contou as palavras de Absalão. E Davi, diante disso, perdoou a
Absalão, e chamou-o à sua presença. Absalão veio e curvou-se diante do rei; e Davi o beijou
em sinal de perdão.

CAPITULO 15

1 - ENTÃO ABSALÃO COMPROU um lindo carro de guerra com bonitos cavalos; e reuniu
cinqüenta homens para correrem na frente.
2 - Ele se levantava bem cedinho e ia para o portão da cidade. Lá passava o dia esperando
aqueles que vinham à procura do rei para julgar qualquer problema. E ele atendia a todos,
perguntando o nome, a tribo e os problemas deles, sem, contudo, mandá-l os ao rei.
3 - A cada um dizia: "É, vejo que você está com a razão neste ponto; é pena que o rei não
tenha um assistente para ouvir esses problemas.
4 - Gostaria de ser o juiz; e então quem tivesse um caso para resolver viria a mim; e eu
saberia fazer justiça!"
5 - E quando alguém se curvava diante dele, Absalão dizia: "Não faça isso; quero só um aperto
de mão; isso me basta!"
6 - Dessa maneira Absalão ia conquistando o coração de todo o povo de Israel que vinha ao rei
pedindo justiça.
7 e 8 - Passados quatro anos, Absalão disse ao rei: "Deixe-me ir a Hebrom para oferecer
sacrifícios a Deus, pois quero cumprir o voto que fiz quando ainda estava em Gesur, de
oferecer sacrifícios a Deus, caso eu conseguisse voltar a Jerusalém."
9 - "Está bem", respondeu o rei; "vá e cumpra o seu voto." Assim Absalão foi a Hebrom.
10 – Mas, enquanto estava lá, mandou espias por toda a terra de Israel para provocar rebelião
contra o rei Davi. Absalão mandava esta mensagem pelos seus espias: "Quando ouvirem o
som das trombetas, podem estar certos de que Absalão está sendo coroado rei em Hebrom".
11 - Absalão levou consigo duzentos homens de Jerusalém como seus convidados; eles
ignoravam os planos de Absalão.
12 - Enquanto ele oferecia sacrifícios, mandou chamar a Aitofel, um dos conselheiros de Davi,
que morava em Giló. Aitofel se colocou ao lado de Absalão, e com ele muitos outros. Assim a
conspiração foi ficando cada vez mais forte.
13 - Nesse meio tempo um mensageiro chegou a Jerusalém e contou ao rei que todo o Israel
estava-se unindo a Absalão conspirando contra o rei.
14 - "Então, temos de fugir daqui, antes que seja tarde!" disse Davi aos seus oficiais. "Se
conseguirmos sair da cidade antes que Absalão chegue, conseguiremos salvar a nós e à cidade
de Jerusalém. Senão, ele vai atacar a cidade."
15 - "Nós estamos a seu lado", responderam seus auxiliares de confiança. "Faça como achar
melhor."
16 - Então o rei saiu com todos os da sua família. Somente dez de suas jovens mulheres
ficaram no palácio para conservarem a casa em ordem. 17 e 18 - Davi fez uma parada ao lado
da cidade para deixar que seus soldados passassem a fim de tomarem a dianteira. Eram
seiscentos homens que vieram de Gate, e mais toda a guarda real.
19 e 20 - De repente o rei se voltou para Itai, o capitão dos seiscentos soldados de Gate e
disse: "Itai, o que você está fazendo aqui? Volte com seus homens para Jerusalém, para o seu
novo rei; você é hóspede em Israel, você é um estrangeiro no exílio. Parece que foi ontem que
você chegou, e hoje eu já deveria obrigá-lo a acompanhar-me, quem sabe para onde? Volte
com seus soldados e que o Senhor seja misericordioso com você."
21 - Mas Itai respondeu: "Prometo diante de Deus que aonde o rei for eu irei, não importa o
que possa acontecer! Estarei a seu lado, seja para viver ou morrer!"
22 - E Davi respondeu: "Muito bem, então vamos". E Itai e seus seiscentos homens com suas
famílias acompanharam a Davi.
23 - Havia grande tristeza e choro por onde eles passavam. Atravessaram o córrego do
Cedrom e continuaram seguindo para o lado do deserto.
24 - Abiatar, Zadoque e os levitas trouxeram a Arca da Aliança do Senhor e a colocaram ao
lado do caminho por onde passavam Davi e seus homens; a Arca ficou ali até que todos
passassem.
25 e 26 - Então, conforme as instruções de Davi, Zadoque levou a Arca de volta para a cidade.
"Se for da vontade de Deus," disse Davi. "Ele me fará voltar à cidade para ver a Arca e o
Tabernáculo de novo. Se Ele não se agradar de mim seja feito como Ele achar melhor."
27 - Então o rei disse a Zadoque: "Escute, este é o meu plano: volte em silêncio à cidade com
seu filho Aimaás e Jônatas, filho de Abiatar.
28 - Eu ficarei esperando notícias suas nos lugares onde as águas do rio Jordão são rasas.
Quero saber dos acontecimentos em Jerusalém, antes que eu desapareça no deserto.
29 - Assim, Zadoque e Abiatar transportaram a Arca de volta para a cidade e lá eles ficaram.
30 - Davi seguiu o caminho em direção ao monte das Oliveiras, chorando enquanto caminhava.
Levava a cabeça coberta e os pés descalços em sinal de tristeza. E os que o acompanhavam,
iam também de cabeças cobertas, chorando enquanto subiam a montanha.
31 - Quando alguém contou a Davi que Aitofel, um dos seus conselheiros, estava com Absalão,
cooperando com ele na conspiração contra o rei, Davi orou a Deus:."Ó Senhor! confunda os
conselhos que Aitofel vai dar a Absalão!"
32 - Quando chegaram ao alto do monte das Oliveiras, no lugar onde o povo adorava a Deus,
Davi se encontrou com Husai, o arquita, esperando por ele; Husai estava com as roupas
rasgadas e a cabeça coberta com terra, pois era grande o seu estado de aflição e desespero.
33 e 34 - Mas Davi lhe disse: "Husai, se você for comigo, será simplesmente mais um para
levar; você me será mais útil se voltar para Jerusalém. Procure Absalão e lhe diga: 'Aqui
estou; serei seu conselheiro como fui para seu pai.' Assim, você poderá contrariar os conselhos
de Aitofel.
35 e 36 - Os sacerdotes Zadoque e Abiatar estão lá. Eles estão me apoiando, e você deve
contar aos dois todos os planos de Absalão contra mim. Então eles mandarão seus filhos
Aimaás e Jônatas até onde estou para me darem notícias de tudo que está acontecendo."
37 - Assim, Husai, o amigo de Davi, voltou à cidade de Jerusalém, bem na hora em que
Absalão também fazia a sua entrada na cidade.

CAPITULO 16

1 - DAVI HAVIA ACABADO de passar pelo topo da montanha quando Ziba, empregado da casa
de Mefibosete, veio ao seu encontro. Ele trazia dois jumentos carregados com duzentos pães,
cem cachos de passas, cem cachos de uvas e um pequeno barril de vinho.
2 - "Para que tudo isso?" perguntou o rei a Ziba. Ao que Ziba respondeu: "Os jumentos são
para a sua gente montar; o pão e as frutas são para os moços comerem; e o vinho será para
aqueles que, com a caminhada, se sentirem fracos."
3 - "E onde está o príncipe Mefibosete?" perguntou o rei. "Ficou em Jerusalém", respondeu
Ziba. "Ele disse: 'Agora eu serei o rei. Hoje o povo de Israel me dará de volta o reino de meu
pai Saul.
4 - "Nesse caso", o rei disse a Ziba, "dou a você tudo o que pertence a ele."
"Obrigado, muito obrigado, senhor", respondeu Ziba.
5 - Quando Davi e seus homens passavam por Baurim, um homem saiu ao encontro de Davi
amaldiçoando-os. Era Simei, filho de Gera; membro da família de SauI.
6 - Ele não só amaldiçoava como atirava pedras contra o rei, seus auxiliares e todos os que o
acompanhavam, apesar de Davi ter seus melhores -guerreiros ao redor dele.
7 e 8 - "Fora daqui, assassino, amaldiçoado!" gritava para Davi. "Você já está recebendo o
castigo de Deus pela morte de Saul e sua família; você roubou o trono de Saul e agora seu
filho Absalão o toma de você! Finalmente você está experimentando o seu próprio remédio,
seu assassino! "
9 - "Por que está este cão morto xingando e amaldiçoando meu senhor, o rei?" exclamou
Abisai. "Deixe-me ir cortar fora a sua cabeça; é o que ele merece! "
10 - "Não" , disse o rei. Se o Senhor mandou esse homem para amaldiçoar-me quem sou eu
para dizer não?
11 - Meu próprio filho está tentando matar-me, enquanto este benjamita simplesmente me
amaldiçoa. Deixe-o em paz; não há dúvida de que ele foi mandado pelo Senhor.
12 - E talvez Deus vendo o quanto estou sofrendo ainda vai transformar esta maldição em
bênção."
13 - Assim Davi e seus homens continuaram seu caminho. Simei, porém, os acompanhava de
lado xingando, amaldiçoando e atirando pedras e terra contra eles.
14 - O rei e seus companheiros estavam exaustos ao chegarem ao Jordão; por isso
permaneceram ali algum tempo a fim de descansar .
15 - Nesse meio tempo Absalão e seus homens chegaram a Jerusalém acompanhados por
Aitofel.
16 - Quando Husai, o amigo de Davi, chegou a Jerusalém, foi logo procurar Absalão. "Viva o
rei!" exclamou Husai; "Viva o rei! "
17 - "Essa é a maneira de tratar o seu amigo Davi?" perguntou Absalão. "Por que não está com
ele?"
18 - "Porque eu trabalho para o homem que é escolhido pelo Senhor e por Israel", respondeu
Husai.
19 - "E de qualquer modo, que há de estranho nisso? Ajudei seu pai e agora ficarei a seu
serviço!"
20 - Então Absalão se virou para Aitofel e lhe perguntou: "O que devo fazer agora?"
21 - E Aitofel respondeu: "Vá deitar com as mulheres do seu pai, aquelas que ele deixou aqui
para conservar a casa em ordem. Então todo o Israel saberá que você insultou seu pai; e o
insulto foi tão grande que não haverá esperanças de reconciliação. Com isso se fortalecerão as
fileiras a seu favor".
22 - Assim foi armada uma tenda para Absalão no terraço do palácio, bem à vista de todo o
povo. Para lá Absalão levou as esposas de Davi a fim de se deitarem com ele.
23 - Absalão seguia os conselhos de Aitofel, exatamente como fazia seu pai Davi; pois as
palavras de Aitofel eram cheias de sabedoria, como se viessem diretamente da boca de Deus.

CAPITULO 17

1 - "AGORA", DISSE AITOFEL a Absalão, "se eu tiver doze mil homens ao meu dispor, sairei em
perseguição de Davi ainda esta noite.
2 e 3 - Eu o apanharei enquanto ele está desanimado e abatido; então ele e seus soldados
entrarão em pânico e tratarão de fugir. Irei atrás do rei e o matarei, só a ele; os seus homens,
eu os trarei para você."
4 - Absalão e os chefes de Israel aprovaram o plano de Aitofel;
5 - mesmo assim Absalão resolveu ouvir a opinião de Husai, o arquita.
6 - Quando Husai chegou, Absalão contou a ele o plano de Aitofel, e perguntou: "Qual é a sua
opinião, Husai? Devemos seguir o conselho de Aitofel? Se você não estiver de acordo, pode
falar."
7 - "Bem", respondeu Husai, "desta vez, na minha opinião, Aitofel errou.
8 - Você conhece seu pai e os homens que ele tem; eles são guerreiros e valentes. Além do
mais, estão furiosos como uma ursa à qual roubaram os filhotes. É seu pai, velho soldado que
é, não irá passar a noite com as tropas dele;
9 - é provável até que ele já se tenha escondido em alguma gruta ou caverna. E quando ele
sair do seu esconderijo para atacar, se derrubar alguns dos seus homens, haverá pânico no
meio das suas tropas e os seus soldados começarão a gritar que foram derrotados.
10 - Então, mesmo o mais valente dos seus homens, embora tenha a coragem de um leão,
ficará paralisado de medo; pois todo o Israel sabe que o seu pai é um homem poderoso e os
homens dele são soldados valentes.
11 - "A minha sugestão é que você reúna todo o exército de Israel, convocando desde Dã até
Berseba, para que tenha um exército realmente forte. E acho, também, que você mesmo deve
ir à frente desse exército.
12 - Então, quando encontrarmos o rei, poderemos destruir todo o exército dele, sem deixar
um só soldado vivo.
13 - E no caso de Davi fugir para alguma cidade, lá estarão os soldados de Israel sob o seu
comando; e nós tomaremos cordas e arrastaremos os muros da cidade até ao vale mais
próximo, e não deixaremos lá uma só pedra sem ser derrubada."
14 - Então Absalão e todos os homens de Israel disseram: "O conselho de Husai é mais sábio
do que o de Aitofel." Assim Deus fez com que o conselho de Aitofel, que era melhor, não fosse
aceito para que Absalão fosse derrotado!
15 - Então Husai logo contou aos sacerdotes Zadoque e Abiatar o plano de Aitofel, e o que ele,
Husai, havia sugerido.
16 - "Depressa!" disse Husai aos sacerdotes. "Encontrem Davi e digam a ele que é importante
que saia de perto do rio Jordão esta noite; ele que passe para outra banda e entre pelos
bosques; se não fizer assim, será morto com todos os seus soldados. "
17 - Jônatas e Aimás tinham ficado em En-Rogel, pois não podiam ser vistos entrando na
cidade e saindo dela. Uma criada ficou de levar até eles as mensagens que tinham de dar ao
rei Davi, enviadas pelos sacerdotes;
18 - Mas um menino viu a Jônatas e Aimás saírem de En-Rogel e se encaminharem para o
lugar onde estava Davi; correu depressa contar isso a Absalão. Jônatas e Aimaás, percebendo
que tinham sido descobertos, fugiram para Baurim, onde um homem os escondeu dentro de
um poço no fundo do seu quintal.
19 - A esposa desse homem colocou um pano sobre a boca do poço; sobre o pano ela colocou
grãos de cereais para secar ao sol; dessa maneira ninguém suspeitava que alguém estivesse
escondido ali.
20 - Os homens de Absalão chegaram a Baurim procurando por Jônatas e Aimaás. Ao
perguntarem justamente na casa onde estava o poço coberto com pano se haviam visto esses
dois homens, a mulher respondeu que eles haviam atravessado a parte rasa do rio e seguido
adiante. Os homens de Absalão procuraram e procuraram Jônatas e seu companheiro;
cansados, voltaram para Jerusalém.
21 - Então os dois homens que estavam escondidos, saíram na mesma hora do poço e
correram até onde estava o rei Davi. "Depressa!" disseram eles ao rei; "atravesse o Jordão
ainda esta noite, e rápido!" E contaram ao rei as palavras de Aitofel, os planos dele para
prender e matar o rei.
22 - Diante disso, Davi e seus homens se apressaram em atravessar o Jordão; ao amanhecer,
todos já estavam do outro lado do rio.
23 - Quando Aitofel soube que Absalão não quis atender ao seu conselho, ficou sentido e
triste. Perdeu até a alegria de viver. Montou num jumento, foi para a sua casa, colocou os seus
negócios em ordem, e se enforcou. Dessa maneira morreu Aitofel e foi sepultado ao lado do
túmulo de seu pai.
24 - Davi chegou logo a Maanaim. Enquanto isso, Absalão reunia os soldados de Israel e ia à
frente deles para o lado do rio Jordão, tencionando atravessá-lo.
25 - Absalão havia nomeado a Amasa como general do exército, em substituição a Joabe.
Amasa era primo em segundo grau de Joabe; seu pai era Itra, um ismaelita; sua mãe era
Abigail, filha de Naás, que era irmã de Zeruia, a mãe de Joabe.
26 - Absalão e os soldados de Israel acamparam nas terras de Gileade.
27 - Quando Davi chegou a Maanaim, foi recebido com festas por Sobi filho de Naás, de Rabá,
em Amom, e por Maquir, filho de Amiel, de Lo-Debar e por Barzilai de Rogelim em Gileade.
28 e 29 - E eles trouxeram a Davi e seus homens tudo o que achavam que eles necessitavam
para o repouso e sustento. Assim, trouxeram camas para que pudessem dormir e descansar da
grande caminhada que haviam feito. Trouxeram panelas e louças; trigo e farinha, feijão,
lentilhas, mel, manteiga e queijo. "Trouxemos estas coisas", disseram eles a Davi, "porque
achamos que todos vocês estão cansados e com fome, depois de tão grande caminhada pelo
deserto."

CAPITULO 18

1 - DAVI ESCOLHEU OS comandantes de cem e de mil de suas tropas distribuindo os homens
da seguinte maneira:
2 - Um terço delas ficou com Joabe; outro terço, com Abisai, irmão de Joabe; e outro terço
com Itai, de Gate. O plano de Davi era ficar ele mesmo à frente do exército; mas os seus
homens se opuseram fortemente.
3 - "O senhor não pode fazer isso", disseram eles, "porque o que eles querem é justamente a
sua pessoa. Para eles não fará diferença mesmo se matarem metade de nós. Para eles o
senhor vale mais do que mil dos seus soldados; por isso é melhor ficar na cidade e, se for o
caso, de lá nos mandar auxílio."
4 - "Bem, vocês têm razão", disse o rei. Assim ele ficou junto à porta da cidade, enquanto por
ele passavam os seus soldados.
5 - E o rei recomendou a Joabe, Abisai e Itai: "Por favor, sejam bondosos com o jovem
Absalão, façam isso por mim." Toda a tropa ouviu a recomendação do rei aos seus
comandantes.
6 - A batalha começou nos bosques de Efraim,
7 - sendo os soldados de Israel derrotados pelos homens de Davi. Naquele dia as tropas de
Israel perderam vinte mil homens.
8 - E a batalha foi continuando mais violenta por toda aquela região e entrou pelos bosques,
até que os inimigos começaram a fugir, sendo maior o número dos que se perderam ali do que
os que foram mortos na batalha.
9 - Durante a batalha, Absalão encontrou alguns dos homens de Davi e tratou de fugir. Na sua
fuga, o mulo que ele montava passou correndo por debaixo de um grande carvalho e Absalão
ficou enroscado pelos cabelos nos ramos da grande árvore, enquanto o mulo continuou a sua
corrida. Lá ficou Absalão pendurado na árvore sem poder livrar-se dela.
10 - Um dos homens de Davi, que presenciou a cena, foi logo contar a Joabe.
11 - "O quê? Você viu isso e não aproveitou a oportunidade para matar Absalão?" perguntou
Joabe. "Você seria recompensado e ainda eu o faria subir de posto no exército!"
12 – “Nem que me dessem mil moedas de prata eu faria isso!” respondeu o homem. “Por
acaso não ouvimos todos a ordem do rei para que seu filho Absalão fosse tratado com
bondade?
13 – Se eu tivesse que matar Absalão à traição (e o rei por certo descobriria), você mesmo
seria o primeiro a acusar-me diante do rei”.
14 - “Nada disso faz sentido agora”, disse Joabe. E tomando três dardos, atravessou com eles
o coração de Absalão, enquanto ele ainda vivo continuava enroscado nos galhos do carvalho.
15 – Imediatamente dez dos homens de Joabe rodearam Absalão e acabaram com ele de vez.
16 – Então Joabe tocou a trombeta, ordenando a seus homens que parassem a perseguição
contra o exército de Israel.
17 – Eles pegaram o corpo de Absalão e o atiraram numa cova; sobre ela colocaram um monte
de pedras. O exército de Israel fugiu, indo cada soldado para a sua própria casa.
18 – Quando Absalão ainda vivia, ele construiu para si no Vale do Rei um monumento; e disse:
“Não tenho filho para perpetuar o meu nome; por isso este monumento levará o meu nome”. E
ele lhe deu o nome de “Monumento de Absalão”, como até hoje é conhecido.
19 – Então Aimaás, filho de Zadoque, disse: “Deixe-me ir correndo contar a Davi a grande
nova – que o Senhor salvou o rei das mãos do seu inimigo Absalão”.
20 - “Não”, respondeu Joabe. “A morte de Absalão não será para o rei uma boa notícia! Não é
ele o seu filho? Não quero que seja você a levar tal notícia; não faltará oportunidade para você
levar alguma boa nova; espere até outra ocasião”.
21 – Então Joabe chamou um homem da Etiópia e disse: “Vá você e conte ao rei o que
aconteceu aqui”. O homem se pós a caminho a toda pressa.
22 – Mas Aimaás implorou a Joabe: “Por favor, deixe-me ir também”. “Não, não precisamos do
seu serviço agora, meu rapaz”, respondeu Joabe. “Não há outras notícias para mandar”.
23 - “Eu sei; mas de qualquer modo, deixe-me ir, por favor!” continuou ele pedindo. E
finalmente, diante de tanta insistência, Joabe disse: “Pois bem, vá”. Aimaás saiu correndo e,
escolhendo um caminho mais fácil pela planície, chegou à cidade antes do homem da Etiópia.
24 - Davi estava assentado à porta da cidade. Quando o guarda subiu as escadas para o seu
posto no alto do muro, viu um homem que se encaminhava às pressas para os portões da
cidade.
25 e 26 - Ele então contou a Davi o que via e Davi respondeu: "Se o homem vem só, é porque
traz boas notícias." Enquanto o homem se aproximava da cidade, o guarda avistou um outro
homem mais atrás, que também se encaminhava na mesma direção. O guarda falou: "Olhe, lá
atrás vem outro homem!" Ao que o rei respondeu: "Se esse também está sozinho, por certo
vem trazendo boas notícias".
27 - "O primeiro homem parece que é Aimaás, filho de Zadoque," disse o guarda. "Aimaás é
um bom homem," respondeu o rei. "Se for ele, por certo trará boas notícias."
28 - Então Aimaás, chegando, disse: "Tudo vai bem!" e curvando-se até o chão, continuou:
"Bendito seja o Senhor seu Deus que destruiu os rebeldes que se levantaram contra o rei, meu
senhor!"
29 - "Que notícia me traz do jovem Absalão?" perguntou o rei. "Como está ele? Tudo bem?"
"Quando Joabe me mandou para cá, havia um alvoroço por lá; mas não fiquei sabendo o que
realmente estava acontecendo", respondeu Aimaás.
30 - "Espere aqui ao lado," disse-lhe o rei. E assim fez Aimaás.
31 - Então o homem da Etiópia se aproximou, dizendo: "Tenho boas notícias para o rei, meu
senhor. Hoje o Senhor o livrou das mãos dos que se revoltaram contra o rei. Hoje Ele o livrou
das mãos dos seus inimigos".
32 - "E quanto a Absalão, meu filho, que notícias me dá? Ele está bem?" perguntou o rei. E o
homem respondeu: "Quem dera que todos os seus inimigos estejam como está o seu filho
Absalão!"
33 - O rei entendeu as palavras do mensageiro e desandou a chorar. Saindo das portas da
cidade, foi para o seu quarto chorando e clamando: "Meu filho Absalão, meu filho, meu filho
Absalão! Se fosse possível eu daria a minha vida pela sua! Ah, Absalão, meu filho! Meu querido
filho!"

CAPITULO 19

1 - JOABE LOGO FICOU sabendo que o rei chorava e lamentava a morte de Absalão.
2 - Quando o povo ouviu que o rei derramava lágrimas amargas pela morte de Absalão;
quando o povo tomou conhecimento do quanto o rei sofria, a alegria da vitória se transformou
em profunda tristeza.
3 - O exército inteiro voltou para a cidade, em silêncio, como se estivesse envergonhado com a
perda de alguma batalha.
4 - O rei, cobrindo o rosto com as mãos, chorava e se lamentava: "á meu filho Absalão!
Absalão, meu filho, meu filho!"
5 - Então Joabe se dirigiu ao quarto do rei e disse: "Hoje nós salvamos a sua vida, a vida dos
seus filhos, suas filhas, suas esposas, enfim a vida de toda a sua família; no entanto o Sr.
assume uma atitude que nos faz sentir envergonhados como se estivéssemos cometendo uma
ação indigna.
6 - Parece que o senhor ama aqueles que o odeiam, e odeia aqueles que o amam. Pelo que
vemos, nada representamos para o senhor; naturalmente, se Absalão estivesse vivo, e todos
nós mortos, o rei estaria feliz!
7 - Agora, vá lá fora e cumprimente os seus soldados; pois se o rei não fizer isso, dou minha
palavra diante do Senhor que nem um só dos seus soldados permanecerá aqui esta noite;
então o senhor se sentirá pior do que em qualquer outro tempo de toda a sua vida!"
8 a 10 - Então o rei saiu e se assentou de novo junto à porta da cidade. Quando se espalhou a
notícia de que o rei estava fora do seu quarto, o povo todo veio vê-lo. Nesse meio tempo, a
nação discutia e argumentava sobre os últimos acontecimentos: "Por que não estamos
tratando de trazer o rei de volta para nós?" este era o assunto geral. Outros pensavam e
falavam: "Davi nos livrou dos filisteus, nossos inimigos. Absalão, a quem fizemos rei sobre
nós, obrigou Davi a fugir para fora do país, mas agora está morto. E se pedíssemos a Davi
para voltar e entrar de novo em Jerusalém como nosso rei?"
11 e 12 - Então Davi mandou os sacerdotes Zadoque e Abiatar aos chefes de Judá, dizendo:
"Por que motivo seriam vocês os últimos a pedir a volta do rei? Já soubemos do desejo de
Israel, que está pronto a receber o rei. Vocês, que são meus próprios irmãos, minha própria
tribo, minha própria carne, meu próprio sangue, por que estão demorando?
13 - E Davi mandou que procurassem Amasa e lhe dissessem: "Não é você meu sobrinho? Eu
prometo, em nome de Deus, fazer de você o comandante-chefe do meu exército em lugar de
Joabe".
14 - Então Amasa tentou convencer os chefes de Judá; e todos concordaram com ele. Diante
disso, mandaram este recado a Davi: "Volte para nós juntamente com todos os que aí estão
com o senhor".
15 - Assim o rei iniciou a sua volta para Jerusalém. E quando chegou ao rio Jordão, parecia
que todos em Judá vieram a Gilgal para encontrá-lo e acompanhá-lo na travessia do rio!
16 - Então Simei (filho de Gera, o benjamita), que era de Baurim, desceu com seus homens
para encontrar e saudar o rei Davi.
17 - Acompanhavam Simei mil homens da tribo de Benjamim, incluindo Ziba, o servo de Saul
com seus quinze filhos e vinte empregados; eles se apressaram para chegar ao rio Jordão
antes do rei.
18 - Assim puderam ajudar o rei e as pessoas de sua família, e também os seus soldados a
atravessar o rio Jordão sem mais dificuldades. E tudo o que puderam fazer, eles fizeram para
auxiliar o rei Davi. E Simei, enquanto atravessavam o rio,
19 - falava ao rei nestes termos: "Meu senhor e rei, perdoe-me, por favor, e esqueça o mal
que lhe causei quando o rei saiu de Jerusalém;
20 - pois eu sei muito bem o quanto errei. Por isso estou aqui hoje, sendo a primeira pessoa
da tribo de José a saudar o rei."
21 - E Abisai perguntou: "Não deverá Simei morrer, por haver amaldiçoado o rei escolhido de
Deus?"
22 - "Não me fale dessa maneira!" exclamou Davi. O dia de hoje é um dia de festa, um dia de
comemorações e não de morte e castigos! Mais uma vez sou o rei de Israel!"
23 - E virando-se para Simei, ele prometeu: "Simei, sua vida está salva!"
24 e 25 - Mefibosete, o neto de Saul, também saiu de Jerusalém para vir ao encontro do rei.
Em sinal de tristeza, ele não havia feito a barba, nem cortado o cabelo, nem lavado os seus
pés e a sua roupa desde o dia em que o rei saiu de Jerusalém. "Por que você veio comigo,
Mefibosete?" perguntou o rei.
26 - "Ó rei, meu senhor!" respondeu ele; "meu empregado Ziba me enganou. Pedi a ele que
me preparasse um jumento para me levar até à presença do rei; bem sabe o rei que sou
aleijado.
27 - Mas em vez de fazer o que eu pedi, ele correu a mentir ao rei, dizendo que eu me
recusava a segui-lo. Mas para mim o rei é como um anjo do céu; portanto, estou agora nas
suas mãos; faça comigo como bem lhe parecer.
28 - Eu e minha família só podíamos esperar que fôssemos castigados com a morte; no
entanto, o rei nos colocou ao lado daqueles que comem com o rei à sua mesa. Como posso eu
reclamar?"
29 - "Está bem", respondeu Davi. "Minha decisão é que você reparta os seus bens com o seu
empregado Ziba; e não falemos mais no assunto."
30 - "Pode entregar todos os meus bens a Ziba," replicou Mefibosete; "a mim é suficiente a
volta do rei para nós!"
31 e 32 - Barzilai, de Gileade, que havia sustentado o rei e seus soldados durante a sua fuga,
chegou de Rogelim para prestar auxílio ao rei na travessia do rio. Barzilai já estava com mais
ou menos oitenta anos; portanto estava velho e era muito rico.
33 - "Venha," disse o rei a Barzilai; "venha comigo para Jerusalém, e lá eu cuidarei de você."
34 - "Não", respondeu ele; "já estou muito velho para fazer essa viagem.
35 - Estou com oitenta anos, e a vida para mim não tem mais sentido; não sei fazer diferença
entre o bom e o mau. Não sinto mais o sabor do que como e bebo; os prazeres já não me
atraem; eu seria simplesmente um peso para o meu rei.
36 - Já me sinto honrado em poder atravessar o rio com o meu rei; isso me basta.
37 - Depois, permita que eu volte para minha cidade, a fim de lá morrer e ser sepultado ao
lado de mais pais. Mas pode levar Quimã em meu lugar, e fazer por ele o que deseja fazer por
mim."
38 - "Ótimo!" concordou o rei. "Quimã irá comigo, e farei por ele tudo como se estivesse
fazendo para você."
39 - Assim, todo o povo atravessou o Jordão com o rei. E Davi depois de beijar e abençoar
Barzilai, despediu-o em paz para a sua casa.
40 - Depois o rei foi a Gilgal e levou Quimã consigo. Em Gilgal estavam reunidos muitos de
Judá e de Israel para cumprimentar e saudar o rei.
41 - Os homens de Israel se queixaram porque somente os de Judá haviam auxiliado o rei, os
seus familiares e o seu exército a atravessar o rio Jordão; eles teriam gostado de tomar parte
nisso também.
42 - "O que há de errado nisso?" perguntaram os homens de Judá. "O rei é da nossa própria
tribo; por que, pois, essa reclamação? Não exigimos dele nem o nosso sustento e muito menos
presentes! Não há razão para aborrecimentos!"
43 - "Mas há dez tribos em Israel," os outros responderam, "portanto temos dez vezes mais
direito sobre o rei do que vocês de Judá. Por que, então, vocês não nos convidaram para
participar do acompanhamento? E lembrem ainda mais isto: nós fomos os primeiros a sugerir
que o rei voltasse para nós." E a discussão continuou durante horas, sendo os homens de Judá
mais duros em seus argumentos do que os homens de Israel.

CAPITULO 20

1 - ENTÃO UM HOMEM briguento, por nome Seba, filho de Bicri, da tribo de Benjamim, tocou a
trombeta e gritou: "Que temos nós a ver com o rei Davi? Venham, homens de Israel, escutemme:
Vamos embora daqui, pois não reconhecemos a Davi como nosso rei!"
2 - Assim todos, com exceção de Judá e Benjamim, se uniram a Seba e abandonaram Davi!
Mas os homens de Judá ficaram com seu rei e o acompanharam desde o Jordão até Jerusalém.
3 - Quando chegaram ao palácio em Jerusalém, o rei ordenou que as suas dez mulheres que
haviam ficado ali para cuidar da casa, fossem separadas de todos. Elas deveriam continuar a
ser sustentadas, porém ficar completamente separadas do rei. Assim permaneceram no
palácio como se fossem viúvas, até ao fim da vida.
4 - O rei deu ordens a Amasa para reunir as tropas de Judá e se apresentarem a ele dentro de
três dias.
5 - Amasa saiu para convocar os soldados, mas no fim dos três dias não voltou para
apresentar-se ao rei.
6 - Então Davi disse a Abisai: "Aquele Seba vai perturbar-nos e prejudicar-nos mais do que fez
Absalão. Por isso, leve a minha guarda pessoal e corra em sua perseguição, antes que ele
entre numa cidade fortificada, onde não podemos alcançá-lo".
7 - Assim Abisai e Joabe saíram em perseguição a Seba, levando consigo os homens de Joabe
e a guarda pessoal do rei.
8 a 10 - Ao chegarem à pedra grande, em Gibeom, encontraram-se face a face com Amasa.
Joabe usava seu uniforme e trazia um punhal no cinto. Ao se defrontar com Amasa, ele tirou o
punhal da bainha com cuidado. "Muito prazer em ver você, meu irmão," disse Joabe, puxandoo
para si com a mão direita, como se fosse beijá-lo, Amasa não percebeu o punhal na mão
esquerda dele, e Joabe feriu Amasa na altura do estômago. Não foi preciso ferir duas vezes,
pois Amasa morreu ali mesmo. Joabe e seu irmão Abisai deixaram o corpo de Amasa naquele
mesmo lugar e saíram a perseguir Seba.
11 - Um dos oficiais de Joabe gritou para os soldados de Amasa: "Quem estiver do lado de
Davi, venha e siga a Joabe."
12 - Mas os homens de Amasa não tinham coragem de deixar o corpo dele ali no caminho, no
meio de uma poça de sangue; os que chegavam paravam para ver. Então os homens de Joabe
arrastaram o corpo de Amasa para o campo e ali o deixaram coberto com um manto.
13 - Com o corpo de Amasa fora do caminho, eles não se demoraram a seguir a Joabe para
continuarem a perseguição contra Seba.
14 - Nesse meio tempo, Seba havia percorrido todo o Israel para reunir sua própria família de
Bicri na cidade de Abel-Bete-Maaca.
15 - Quando os soldados de Joabe chegaram, cercaram a cidade de Abel-Bete-Maaca, e
levantando ao lado do muro um montão de pedras, do alto dele tentavam derrubar o muro.
16 - Porém uma mulher sábia que morava na cidade, gritou a Joabe: "Escute, Joabe. Venha
até aqui que eu preciso falar com você".
17 - Assim que ele se aproximou, a mulher perguntou: "Você é Joabe?" "Sim, sou Joabe",
respondeu ele.
18 - A mulher continuou: "Há uma frase que se tornou conhecida por ai: 'Se tiver algum
problema para resolver, busque conselho em Abel'. E todos sabem que aqui em Abel nós
sempre temos sábios conselhos para todos. 19 - Você está procurando destruir uma cidade
antiga, onde sempre dominaram o amor e a paz; além do mais, uma cidade que sempre foi
leal a Israel. Como pode você, então, destruir o que pertence ao Senhor?"
20 - E Joabe respondeu: "Não é nada disso que queremos fazer.
21 - Tudo o que queremos é um homem chamado Seba, das colinas de Efraim, que se revoltou
contra o rei Davi. Se você me entregar esse homem, deixaremos a cidade em paz". "Muito
bem", respondeu a mulher. "Prometo que jogaremos a cabeça desse homem para você do
outro lado do muro".
22 - Então a mulher procurou o povo e, sabia como era, foi atendida no seu conselho.
Cortaram, pois, a cabeça de Seba e a atiraram do outro lado do muro para Joabe. Diante
disso, Joabe fez tocar a trombeta, reuniu seus soldados e voltaram para o rei, em Jerusalém.
23 - Joabe era o comandante-chefe do exército; Benaia era o comandante da guarda real.
24 - Adorão cuidava dos que estavam sujeitos a trabalhos forçados; Josafá era o historiador
que registrava os acontecimentos.
25 - Seva era o secretário; Zadoque e Abiatar eram os principais sacerdotes.
26 - Ira, o jairita, era o oficial pessoal de Davi.

CAPITULO 21

1 - HOUVE UMA GRANDE fome por todo o reino de Davi durante três anos seguidos. Davi orou
muito ao Senhor pedindo solução para esse problema. Então o Senhor lhe disse: "O período de
fome caiu sobre o seu reino por causa do crime cometido por Saul e sua família. Eles mataram
os gibeonitas; houve muito sangue derramado".
2 - Assim Davi convocou os gibeonitas. Eles não faziam parte do povo de Israel, porém era o
povo que havia restado da nação dos amorreus. Israel havia feito um acordo para poupar esse
povo; Saul, porém, devido a um exagerado zelo patriótico, procurou destruir os gibeonitas.
3 - Davi perguntou aos gibeonitas: "Que farei por vocês para compensar o mal que vocês
receberam de Saul? Que faremos para que vocês se juntem a nós e orem também ao Senhor
do céu para que nos dê a sua bênção?"
4 - "Bem, dinheiro da família de Saul não nos interessa", disseram os gibeonitas; "e também
não nos cabe matar qualquer israelita para que sejamos vingados." "Que farei, então?"
perguntou Davi. "Por favor, digam-me; o que vocês me pedirem, eu farei."
5 e 6 - "Bem," responderam eles, "dê-nos sete dos filhos de Saul; queremos os filhos do
homem que tudo fez para nos destruir e eliminar de todo o território de Israel. Nós os
enforcaremos diante do Senhor, em Gibeá, a cidade do rei Saul." "Muito bem", disse o rei;
"farei o que pedem."
7 - Davi poupou a Mefibosete, filho de Jônatas, por causa de um juramento religioso feito entre
ele Davi, e Jônatas, filho de Saul.
8 - Porém entregou aos gibeonitas os dois filhos de Rispa, Armoni e Mefibosete (Rispa era filha
de Aiá, uma das esposas de Saul; portanto, Armoni e Mefibosete eram netos de Saul).
Também entregou mais outros cinco netos de Saul, filhos de sua filha Merabe e seu esposo
Adriel.
9 - Os homens de Gibeom levaram os sete netos de Saul para a montanha, e lá, diante do
Senhor, foram todos enforcados. Isso se deu justamente no começo da colheita, de cevada.
10 - Rispa, a mãe de dois dos enforcados, forrou uma rocha com pano de saco, e ali se
assentou durante a época da colheita para guardar os corpos dos seus filhos, evitando assim
que as aves de rapina os devorassem durante o dia, e os animais selvagens durante a noite.
11 - Quando Davi soube da atitude de Rispa,
12 a 14 - providenciou para que os ossos dos enforcados fossem transportados para a
sepultura de Quis, pai de Saul. Ao mesmo tempo mandou uma ordem aos homens de Jabes-
Gileade para trazerem a ele também os ossos de Saul e de Jônatas, Os homens de Jabes-
Gileade haviam roubado os corpos de Saul e de Jônatas da praça pública em Bete-Seã onde os
filisteus os expuseram depois de mortos na batalha do monte Gilboa. Seus ossos então foram
reunidos na mesma sepultura da sua família por ordem de Davi. E então Deus ouviu e atendeu
as orações do seu povo, e o período de fome terminou.
15 - Uma vez quando os filisteus faziam guerra contra Israel, Davi saiu com seus. homens para
defender-se deles. A luta era tão intensa que Davi começou a perder as forças, de tão
cansado.
16 - Então surgiu diante dele Isbi-Benobe, um gigante que usava um novo tipo de armadura e
com uma lança de bronze que só a ponta pesava mais de cinco quilos. Esse gigante atacou a
Davi procurando matá-lo.
17 - Mas Abisai, filho de Zeruia, veio em seu auxílio e matou o gigante filisteu. Por isso os
homens de Davi disseram a ele: "O senhor não sairá mais conosco para lutar! Não queremos
pôr em risco a vida do rei; não queremos que se apague a lâmpada de Israel!"
18 - Mais tarde, houve novamente guerra com os filisteus em Gobe; nessa ocasião Sibecai, o
husatita, matou a Safe, outro dos gigantes.
19 - Em outra ocasião, nesse mesmo lugar, Elanã matou a outro gigante, que era irmão de
Golias, homem de Gate; este gigante trazia na mão uma lança que tinha um cabo como o eixo
de tecelão!
20 e 21 - De outra vez ainda, quando os filisteus e Israel estavam guerreando em Gate, um
gigante com seis dedos em cada mão e seis dedos em cada pé desafiou os homens de Israel.
Então Jônatas, filho de Siméia, irmão de Davi, matou esse gigante.
22 - Esses quatro gigantes que foram mortos pelos homens do exército de Davi, eram da tribo
de gigantes em Gate.

CAPITULO 22

1 - ESTE FOI O cântico de louvor a Deus, entoado por Davi depois de ele haver livrado o seu
povo das mãos de Saul e de outros inimigos:
2 - "O Senhor é a minha rocha, Minha fortaleza e meu Salvador.
3 - Eu me esconderei em Deus, que é a minha rocha e meu refúgio. Ele é meu escudo e minha
salvação, meu refúgio e torre alta. Obrigado, ó meu Salvador, Por me livrar de todos os meus
inimigos.
4 - Eu invocarei o Senhor, que é digno de ser louvado; Ele me livrará de todos os meus
inimigos.
5 - As ondas da morte me cercaram; Correntes de águas me encobriram;
6 - Armaram-me ciladas, e fui preso Pelo inferno e pela morte.
7 - Mas em minha angústia clamei ao Senhor, E do seu templo ele me ouviu. Meu clamor
chegou aos seus ouvidos.
8 - Então a terra se abalou e tremeu; Os fundamentos dos céus se abalaram por causa da sua
ira.
9 - Das suas narinas saiu fumaça; fogo saiu de sua boca e consumiu tudo diante dele,
espalhando-se o fogo pela terra.
10 - Ele fez baixar os céus e veio à terra; caminhou sobre nuvens escuras.
11 - Ele cavalgou sobre os querubins Sobre as asas do vento.
12 - As trevas o cercaram, e eram densas as nuvens ao seu redor;
13 - A terra estava radiante com o seu brilho.
14 - O Senhor trovejou desde os céus, O Deus acima de todos os deuse elevou a sua voz.
15 - Ele desferiu suas setas de relâmpago, e dispersou seus inimigos.
16 - Pelo sopro de suas narinas o mar foi dividido em dois. Eis que o fundo do mar foi visto.
17 - Do alto, ele me amparou e me salvou das águas;
18 - Livrou-me de inimigos poderosos, daqueles que me odiavam, e daqueles que eram muito
mais fortes que eu.
19 - Eles caíram sobre mim no dia da minha calamidade, mas o Senhor foi a minha salvação.
20 - Ele me livrou e me amparou, Pois ele se agradou de mim.
21 - Procurei ser bondoso, e conservar puras as minhas mãos, e o Senhor me recompensou.
22 - De Deus eu não me afastei.
23 - Das suas leis eu tomei conhecimento, e a elas eu prestei obediência.
24 - Fui inteiramente submisso a ele E zeloso no meu proceder.
25 - Por isso o Senhor me abençoou muito, porque ele conhece a pureza do meu coração.
26 - É misericordioso com os misericordiosos; e a sua perfeição atinge aqueles que são
perfeitos.
27 - Revela a sua pureza aos que são puros; mas a sua destruição cai sobre o que pratica o
mal.
28 - Ele salva e ampara os humildes sofredores, mas derriba os altivos, pois conhece todos os
seus movimentos.
29 - O Senhor é a minha luz! Ele ilumina a escuridão da minha vida.
30 - Pelo seu poder vencerei exércitos; E pela sua força transporei muralhas.
31 - O caminho de Deus é perfeito; A palavra do Senhor, verdadeira. Ele protege a todos que
nele se escondem.
32 - Somente nosso Senhor é Deus; Não há outro Salvador.
33 - Deus é minha fortaleza e minha força, Ele me traz a salvo.
34 - Ele faz ligeiros os meus pés Como ligeiras são as cabras dos montes sobre as rochas.
35 - Ele me dá agilidade na guerra, e força para dobrar um arco de bronze.
36 - O Senhor me deu o escudo de sua salvação; e a sua bondade me engrandeceu.
37 - Alongou os meus passos para que os meus pés não vacilassem.
38 - Persegui os meus inimigos e os destruí, sem deixar um sequer.
39 - Debaixo dos meus pés derrubei todos os meus inimigos. Nem um só tem possibilidade de
levantar -se.
40 - Pois Ele me deu força na batalha e poder para sujeitar os que contra mim se levantarem.
41 - Pôs os meus inimigos a correr; e eu a todos destruí.
42 - Eles clamaram em vão por auxílio; clamaram a Deus, e Deus não atendeu.
43 - Então eu os esmaguei e os transformei em pó; espalhados eles foram como o pó que se
espalha pelas ruas.
44 - O Senhor me tem preservado, dos rebeldes do meu povo e como cabeça das nações me
colocou! Até mesmo os estranhos me servirão.
45 - Submissos, ao ouvirem a minha voz, ao ouvirem falar do meu poder.
46 - Os estrangeiros saem dos seus esconderijos com o coração cheio de temor.
47 - O Senhor vive. Abençoada seja a minha Rocha. Louvor seja dado a Ele a Rocha da minha
salvação.
48 - Louvado seja Deus que destruiu aqueles que são contra mim,
49 - E ao mesmo tempo me livrou dos meus inimigos. Sim, Ele me engrandeceu e me exaltou
sobre eles. Me livrou da violência.
50 - Graças dou, ó Senhor! O seu nome seja louvado entre as nações.
51 - O Senhor deu vitórias maravilhosas ao seu rei, e cobriu de misericórdia o seu escolhido
Davi e toda a sua casa, Para sempre."

CAPITULO 23

1 - SÃO ESTAS AS últimas palavras de Davi: "Fala agora Davi, o filho de Jessé. Davi, o homem
a quem Deus permitiu e proporcionou sucessos maravilhosos; Davi, o escolhido do Deus de
Jacó; Davi, o doce salmista de Israel:
2 - O Espírito do Senhor falou por mim e a sua palavra estava na minha boca.
3 - Deus, a Rocha de Israel me disse: 'Um virá para governar com justiça, Para reinar no
temor de Deus.
4 - Ele será como a luz da manhã; Como um amanhecer claro, sem nuvens, que faz brotar na
terra a grama verde e macia, como o sol que brilha depois de uma chuva.
5 - E a minha família foi a escolhida! Sim, Deus fez um trato comigo; o seu acordo é eterno,
final e selado. Ele cuidará constantemente da minha segurança e do meu sucesso.
6 - Mas os infiéis são como espinhos que são atirados fora, porque ferem as mãos que neles
tocam.
7 - Quem quiser cortá-los precisa proteger-se; Eles devem ser destruídos com fogo."
8 - Estes são os nomes dos Três Maiores - os homens mais valentes do exército de Davi: o
primeiro era Josebe-Bassebete, de Taquemoni, conhecido também por Adino, o eznita. Este,
uma vez matou oitocentos homens numa batalha.
9 - O segundo era Eleazar, filho de Dodô, e neto de Aoí. Ele era um dos três que, com Davi,
destruiu os filisteus, depois que o exército de Israel já se havia dispersado.
10 - Eleazar matou os filisteus até sua mão não agüentar mais empunhar a espada; o Senhor
lhe deu uma grande vitória. O restante do exército não voltou, a não ser na hora de recolher o
que ficou.
11 e 12 - Depois de Eleazar vem Samá, filho de Agé, de Harar. Uma vez, durante o ataque de
uma tropa dos filisteus, quando todos os homens de Davi fugiram, ele se colocou sozinho num
campo de lentilhas e derrotou os filisteus. Deus lhe deu uma grande vitória.
13 - Uma vez, quando Davi estava na caverna de Adulão e os invasores filisteus estavam
acampados no vale de Refaim, três dos trinta valentes chefes do exército de Israel desceram à
caverna para ficar com Davi.
14 - Davi estava na fortaleza nessa ocasião, e os filisteus na cidade vizinha de Belém.
15 - Então Davi disse: "Estou com tanta vontade de tomar daquela água pura do poço da
cidade!" O poço ficava perto da porta da cidade.
16 - Os três homens atravessaram com valentia as fileiras dos filisteus, tiraram a água do poço
e a trouxeram a Davi. Ele, porém, se recusou a tomá-la! Em vez disso, despejou a água no
chão como oferta ao Senhor.
17 - "Não, meu Deus!" ele exclamou; "eu não posso tomar essa água. Ela é como se fosse o
sangue destes homens que arriscaram a sua vida por mim, atravessando as fileiras dos
filisteus."
18 e 19 - Desses três homens, Abisai, o irmão de Joabe, filho de Zeruia era o mais valente.
Uma vez ele com a sua lança feriu e matou trezentos inimigos. Foi com esse ato que ele
ganhou lugar entre os mais valentes de Israel. Ele era o principal dos valentes oficiais do
exército e era também o chefe deles. Mas não chegou a ser um dos Três Maiores.
20 - Havia também Benaia, filho de Joiada, um heróico soldado de Cabzeel. Benaia matou os
dois maiores heróis de Moabe. Numa outra ocasião ele desceu numa cova e, apesar da neve
lisa que cobria, o chão, atacou um leão que ali estava e o matou.
21 - De outra feita, com um cajado na mão, matou um guerreiro egípcio que estava armado
com uma lança; ele arrancou a lança da mão do egípcio, e com ela o matou.
22 - Estes são alguns dos feitos de Benaia; ficou tão famoso como os Três Maiores.
23 - Ele estava entre os trinta mais valentes, porém não fazia parte do grupo dos Três Maiores.
Davi fez de Benaia o chefe da sua guarda pessoal.
24 a 39 - Asael, irmão de Joabe, fazia parte do grupo dos trinta valentes. Os outros eram: El-
Hanã (filho de Dedó), de Belém; Samá, de Harode; Elica, de Harode; Helez, de Palti; Ira (filho
de Iques), de Tecoa; Abiezer, de Anatote; Mebunai, de Husate; Zalmom, de Aoí; Maarai, de
Netofate; Helebe (filho de Baaná), de Netofate; Hitai (filho de Ribai), de Gibeá, da tribo de
Benjamim; Benaia, de Piratom; Hidai, do ribeiro de Gaás; Abi-AIbom, de Arbate; Azmavete, de
Baurim; Eliaba, de Saalbom; Bené-Jásen; Jônatas; Samá, de Harar; Aião (filho de Sarar), de
Harar; Elifelete (filho de Aasbai), de Maaca; Eliã (filho de Aitofel), de Giló; Hezrai, do Carmelo;
Paarai, de Arba; Igal (filho de Natã), de Zobá; Bani, de Gade; Zeleque, de Amom; Naarai, de
Beerote, era o que trazia as armas de Joabe (filho de Zeruia); Ira, de Itra; Garebe, de Itra;
Urias o heteu - trinta e sete ao todo.

CAPITULO 24

1 - MAIS UMA VEZ Deus ficou descontente com Israel, porque Davi foi levado a fazer mal
mediante a contagem do povo de Israel e de Judá.
2 - Davi disse a Joabe, o comandante-chefe do seu exército: "Faça uma contagem de todo o
povo desde uma extremidade da nação à outra, para que eu saiba qual é a população total".
3 - Porém Joabe respondeu: "Deus faça o rei viver até que veja a população do seu reino
aumentada de cem vezes o número que tem agora. Mas o rei não tem direito algum de se
alegrar na força desse povo."
4 - Contudo, a ordem do rei prevaleceu, e Joabe e seus oficiais saíram para contar o povo de
Israel.
5 - Em primeiro lugar eles atravessaram o Jordão e acamparam em Aroer, ao sul da cidade que
fica no meio do vale de Gade, perto de Jazer;
6 - depois foram a Gileade, na terra dos heteus e até Dã-Jaã e se viraram para Sidom;
7 - depois foram para a fortaleza de Tiro, e a todas as cidades dos heveus e cananeus;
também ao sul de Judá até Berseba.
8 - Tendo eles percorrido toda a terra, completaram sua tarefa em nove meses e vinte dias.
9 - E Joabe relatou ao rei o resultado do recenseamento: oitocentos mil homens inscritos
dentro da idade exigida em Israel; e quinhentos mil em Judá.
10 - Depois de mandar fazer o recenseamento, Davi se arrependeu, achando que havia
procedido mal; e ele disse ao Senhor: "O que eu fiz estava errado. Por favor, meu Deus,
perdoe essa minha fraqueza" .
11 - Na manhã seguinte, Deus falou ao profeta Gade, que era o intermediário entre Davi e
Deus. Disse o Senhor a Gade:
12 - "Diga a Davi que darei a ele três escolhas para que aceite uma delas".
13 - Gade procurou Davi e transmitiu a ele as palavras do Senhor; e perguntou: "Qual destas
três escolhas você prefere? - sete anos de fome por todo o seu reino; a sua fuga durante três
meses diante dos seus inimigos; ou você se submeterá a três dias de praga sobre a sua terra.
Pense bem e me dê a resposta, pois o Senhor quer saber qual a sua escolha".
14 - "É uma decisão difícil", respondeu Davi; "mas eu acho que é melhor cair na mão do
Senhor - pois sua misericórdia é grande - do que cair nas mãos dos homens. Portanto, fiz
minha escolha: que o Senhor mande os três dias de praga."
15 - Assim o Senhor mandou uma peste sobre Israel naquela manhã, e essa peste durou três
dias; a peste causou a morte de setenta mil homens em toda a nação.
16 - O anjo da morte preparava-se para destruir Jerusalém; mas o Senhor mandou que
parasse. O anjo da morte tinha chegado no terreiro de Araúna, o jebuseu.
17 - Quando Davi viu o anjo que feria a terra, ele disse ao Senhor: "Ó Deus, eu sou o único
que pequei contra o Senhor! Por que meu povo, que me segue como rebanho, precisa pagar
pelo meu erro? Deixe que o seu castigo caia somente sobre mim e a minha família."
18 - Naquele dia Gade veio a Davi e disse: "Vá e edifique um altar no terreiro de cereais de
Araúna, o jebuseu."
19 - E Davi apressou-se em fazer o que o Senhor lhe ordenou.
20 - Quando Araúna viu o rei e seus homens encaminhando-se em sua direção, saiu ao
encontro deles e diante deles lançou-se ao chão com o rosto em terra.
21 - "Por que veio até aqui?" Araúna perguntou ao rei. Ao que Davi respondeu: "Vim comprar
o seu terreiro de cereais para edificar nele um altar ao Senhor; assim Ele fará cessar a peste
que está destruindo o pais."
22 - "Tudo aqui está à sua disposição," disse Araúna ao rei. "Aqui estão os bois para o sacrifício
queimado; aqui estão os instrumentos, a madeira e tudo de que o rei precisa para construir o
altar, e também aqui está o material necessário para o fogo que será aceso sobre o altar.
23 - Tudo isso é seu, uma oferta minha, e que Deus aceite o seu sacrifício."
24 - Mas o rei disse a Araúna: "Não, não quero nada disto de graça. Quero comprar, pois não
desejo oferecer ao Senhor meu Deus sacrifício daquilo que não me custou nada". Assim Davi
pagou pelo terreiro e pelos bois.
25 - E Davi edificou ali um altar ao Senhor e ofereceu sacrifícios de paz. E o Senhor ouviu suas
orações, e a praga cessou.

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